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Investimentos

Vale (VALE3): Investor Day reforça bom momento da companhia; hora de comprar ações?

Números apresentados no evento reforçam a melhoria das perspectivas para a tese e justificam a boa fase das ações; confira análise

Por Ruy Hungria

08 dez 2025, 14:13

Atualizado em 08 dez 2025, 14:22

fachada de unidade da Vale

Imagem: Shutterstock

Mesmo sem grandes novidades, o Vale Day realizado pela Vale (VALE3) na última semana ajudou a reforçar o bom momento da companhia. 

Começando pelo guidance, apesar de algumas mudanças, os números ficaram praticamente em linha com as expectativas. A companhia reduziu marginalmente as perspectivas para volume de minério de ferro em 2026, de uma faixa de 340-360 Mt para 335-345 Mt. Vale a pena mencionar que isso aconteceu por condições de mercado, e não por gargalos operacionais.

A perspectiva de custos caixa C1 e custo all-in do minério entregue na China pioraram na margem, com impactos negativos da valorização do real. Mesmo assim, a gestão fez questão de lembrar que se o guidance for entregue no ano que vem, o custo all-in na China terá caído -10% vs 2023. 

No lado positivo, os destaques ficaram com a redução de US$ 1 bilhão no Capex de 2026 ante o Vale Day anterior, economia de US$ 0,5 bilhão em gastos fixos vs 2025 e queda drástica de ~65% nos custos all-in do cobre, ainda que essa informação já tivesse sido adiantada em outubro. 

Com relação aos preços de minério de ferro, a companhia apresentou uma visão mais otimista do que o consenso. Do lado da demanda, apesar de esperar uma ligeira queda na China, a expectativa é de que esse recuo seja mais do que compensado pelo aumento na Índia, Oriente Médio e sudeste asiático.

Fonte: Vale

Do lado da oferta, o aumento de produção no gigantesco projeto de Simandou (representado pela barra azul do gráfico abaixo) será compensado pela exaustão das minas em atividade e pelo fechamento de capacidade de minas que queimam caixa nos patamares atuais do minério. 

Fonte: Vale

Com isso, a companhia enxerga um mercado equilibrado e sustentação dos preços do minério acima da região de US$ 100/ton.

Vale ressaltar que o consenso enxerga um piso para o minério mais próximo de US$ 85-90/ton, o que também significa que há espaço para revisões positivas se a projeção da companhia estiver correta.

Ainda sobre o minério de ferro, a Vale detalhou um pouco mais a estratégia de adequar a qualidade do seu portfólio à demanda dos clientes. Historicamente, a companhia se destacou pela alta qualidade do seu produto, mas o mercado mudou nos últimos anos. 

As margens apertadas do setor siderúrgico derrubaram a demanda e, consequentemente, o prêmio do minério de alta qualidade. Como resposta, no último ano a companhia ajustou sua política comercial e introduziu produtos de qualidade média, que têm sido muito bem aceitos no mercado e permitem à companhia maximizar o valor do seu portfólio.

Fonte: Vale

Na Vale Base Metals, a gestão focou em mostrar as melhorias entregues até aqui, e reforçar que o aumento de produção e redução de custos é sustentável. No caso do cobre, a evolução é clara, e a perspectiva é que a produção dobre nos próximos dez anos. Em níquel, o objetivo inicial é chegar ao breakeven até 2027, mas a companhia segue com visão positiva para o metal no longo prazo.

Fonte: Vale

Em linhas gerais, o evento não trouxe grandes surpresas, mas reforça a melhoria de perspectivas para a tese e justifica o momentum positivo das ações nos últimos meses. VALE3 segue como recomendação de compra da Empiricus Research.

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.