Imagem: Adobe Stock/Reprodução - Montagem: Giovanna Figueredo
As ações da Weg (WEGE3) encaram uma queda de mais de 20% em 2025, após terem sido um dos papéis de maior destaque no ano anterior, quando apresentaram valorização de 45%. Na visão da analista Larissa Quaresma, da Empiricus, um dos fatores que explicam a queda é justamente o valuation “esticado” atribuído à companhia.
“A Weg começou 2025 em um patamar de valuation bem esticado, de 30x P/L em 12 meses. Para justificar um múltiplo tão alto, teria que se vislumbrar uma perspectiva de crescimento muito forte com uma rentabilidade elevada”, comentou a analista em participação no podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro.
Segundo Quaresma, a rentabilidade continua sendo um dos pontos altos da tese da Weg, porém um fator externo parece estar minando as expectativas positivas para a companhia. Entenda melhor o cenário da empresa de eletroeletrônicos a seguir.
O que abala o preço de WEGE3? Entenda o cenário do mercado
Com as ameaças tarifárias de Donald Trump sendo ventiladas para diversos países, além do próprio Brasil, a analista enxerga que a empresa sentiu o impacto do clima de incerteza do mercado. A companhia possui fábricas e filiais distribuídas pelos cinco continentes, com atividades comerciais e de distribuição.
“Menos da metade da receita da Weg é proveniente da operação no Brasil e mais de 50% vem do exterior. Houve um impacto proveniente das tarifas que gerou uma compressão relevante de múltiplo, mais do que uma compressão de lucro”, avalia.
Por outro lado, a analista reforça que, graças à presença global, a companhia tem uma flexibilidade produtiva em relação a concorrentes que produzem apenas para exportação. Contudo, essa flexibilidade é limitada, segundo Quaresma, pois as fábricas não conseguem adaptar as produções do dia para a noite.
Levando em conta a imposição de tarifas de Trump, Quaresma elucida alguns dados relevantes sobre a Weg:
- Cerca de 28% da receita da Weg é proveniente dos EUA, sendo um terço produzido dentro nos EUA, outro terço no México e outro no Brasil;
- A maioria da produção da Weg no México para venda em solo americano enquadra-se no United States-Mexico-Canada Agreement (USMCA), acordo de livre-comércio entre os três países, que está protegido das novas tarifas;
- Nas contas da analista, menos de 10% da receita da Weg sai do Brasil para ir para os EUA e esta seria a única parcela efetivamente afetada pelas tarifas que Trump ameaça impor aos produtos brasileiros, de 50%.
Demais indústrias brasileiras estão em maior desvantagem que a Weg
Na visão da analista, a indústria siderúrgica brasileira como um todo está sendo “uma das perdedoras” com a tarifação, impactada não apenas pelas exportações de aço brasileira, mas também pelo que é vendido no Brasil.
Nesse aspecto, a Weg até mesmo serve como um reflexo do comércio global. “Talvez [a Weg] seja uma das empresas brasileiras com a receita mais diversificada entre continentes, com comparadores do mundo inteiro,” diz Quaresma.
A analista conta que na última teleconferência de resultados da Weg, a gestão afirmou que que estava observando atentamente o noticiário sobre as tarifas. “Se está sendo falado, é porque há um impacto, mas eu acredito que a companhia tem saídas para isso”.
“Do nosso lado, a Empiricus tem uma visão neutra para WEGE3. Claro que ela fica muito mais atrativa agora, negociando a 23x P/L para os próximos 12 meses. Mas a questão tarifária ainda deixa com um pé atrás e, por hora, continuamos olhando de fora”, afirma.
Analista recomenda 10 ações para investir – com acesso gratuito
Enquanto que a Weg ainda navega por incertezas, os analistas da Empiricus estão mais confiantes no potencial de outras 10 ações para buscar lucros interessantes.
Estas recomendações estão reunidas na carteira de 10 ideias montada por Larissa Quaresma e atualizada periodicamente com as ações mais atrativas da bolsa brasileira, na visão da analista.
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