O ativo permanente representa um bem e direito que uma empresa mantém com o objetivo de uso contínuo em sua operação, e não para revenda. Ele compõe uma parte importante do balanço patrimonial, uma vez que reflete investimentos de longo prazo, como ativo imobilizado, participações societárias e ativos intangíveis.
Esse conceito passou por mudanças com a atualização da legislação contábil brasileira, mas ainda é amplamente utilizado na prática para fins de controle e análise patrimonial.
O que é ativo permanente?
Historicamente, o ativo permanente era um dos grandes grupos do ativo não circulante, que incluía os bens e direitos mantidos pela empresa com a finalidade de sustentação das suas atividades operacionais e que não se destinavam à comercialização.
Antes da Lei nº 11.638/2007, o ativo permanente era dividido em três subgrupos:
- Investimentos: participações em outras empresas ou aplicações de caráter permanente.
- Imobilizado: bens físicos utilizados nas operações da empresa, como imóveis, máquinas e veículos.
- Intangível: direitos sem substância física, como marcas, patentes e softwares.
Com a mudança na legislação, o termo “ativo permanente” deixou de constar formalmente nas demonstrações contábeis, sendo substituído pela estrutura atual do ativo não circulante.
No entanto, o conceito ainda é amplamente utilizado por profissionais de contabilidade, finanças e auditoria para se referir aos ativos de longo prazo.
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Como ficou o ativo permanente após a mudança na lei?
A Lei nº 11.638/2007 promoveu uma série de atualizações na contabilidade brasileira, com o objetivo de alinhar as demonstrações financeiras às normas internacionais (IFRS). Uma das mudanças foi justamente a extinção do grupo “ativo permanente” do balanço patrimonial.
As principais alterações foram:
- O ativo permanente deixou de ser um grupo autônomo e passou a integrar o ativo não circulante;
- Foi criado o subgrupo intangível, que antes ficava dentro do imobilizado ou investimentos;
- O conceito de valor justo passou a ser adotado em algumas situações, aprimorando a avaliação patrimonial;
- As empresas passaram a adotar regras mais rígidas para mensuração, reconhecimento e baixa de ativos.
Essas mudanças aumentaram a transparência e a comparabilidade das informações financeiras, além de exigirem maior rigor técnico na classificação e avaliação dos ativos.
Como classificar um ativo permanente?
Mesmo com a mudança terminológica, o processo de classificação de ativos que antes integravam o conjunto de ativos permanentes permanece essencial para a correta apresentação contábil. Esses ativos agora fazem parte do ativo não circulante, dividido da seguinte forma:
1. Realizável a longo prazo
Créditos e valores que a empresa espera receber após o término do exercício social seguinte.
2. Investimentos
Participações societárias, imóveis não utilizados na atividade operacional e outros ativos mantidos com finalidade de obtenção de ganhos a longo prazo.
3. Imobilizado
Bens corpóreos utilizados nas atividades da empresa, como:
- Terrenos e edificações;
- Máquinas e equipamentos;
- Móveis e utensílios;
- Veículos operacionais.
Esses bens estão sujeitos à depreciação, que representa o desgaste pelo uso ou obsolescência ao longo do tempo.
4. Intangível
Ativos não físicos com valor econômico, como:
- Softwares;
- Marcas e patentes;
- Licenças;
- Direitos autorais.
Esses itens estão sujeitos à amortização, com base em sua vida útil estimada.
Exemplos de ativo permanente (hoje classificado como não circulante)
- Um galpão utilizado pela empresa para estocagem de produtos (imobilizado);
- Participação societária em uma empresa coligada (investimento);
- Marca registrada da empresa (intangível);
- Aplicações financeiras com resgate acima de 12 meses (realizável a longo prazo).
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Qual a diferença entre ativo fixo e ativo permanente?
Embora os termos ativo fixo e ativo permanente sejam muitas vezes usados como sinônimos, há diferenças conceituais importantes:
- Ativo fixo refere-se especificamente ao ativo imobilizado — ou seja, aos bens tangíveis utilizados na operação da empresa, como máquinas e instalações.
- Ativo permanente (termo anterior à mudança na lei) era mais abrangente, incluindo o ativo imobilizado, os investimentos e os ativos intangíveis.
Em resumo:
| Termo | Abrangência | Exemplo |
| Ativo fixo | Apenas ativo imobilizado | Máquinas, veículos |
| Ativo permanente | Imobilizado, investimentos e intangíveis | Participações, imóveis, softwares |
Hoje, ambos fazem parte da estrutura do ativo não circulante, conforme as normas contábeis atualizadas.
Eram bens e direitos mantidos para uso contínuo na empresa, como investimentos, imobilizados e intangíveis. Hoje, integram o ativo não circulante.
Ativo fixo refere-se ao imobilizado (bens físicos), enquanto ativo permanente englobava também investimentos e intangíveis.
O grupo “ativo permanente” foi extinto, e seus componentes passaram a fazer parte do ativo não circulante, com subdivisões específicas.
Máquinas, imóveis operacionais, participação em outras empresas e softwares de propriedade da empresa.
Sim. Imobilizados são depreciados, enquanto intangíveis sofrem amortização, ambos de acordo com sua vida útil estimada.