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Empresas

Auditoria forense: O que é, como funciona e em que se diferencia

Entenda as principais características da auditoria forense, as diferenças para outras auditorias e como o processo é realizado em empresas.

Por Equipe Empiricus

01 dez 2025, 16:00

auditoria forense

A auditoria forense é uma área especializada da auditoria que combina técnicas contábeis, financeiras e investigativas para identificar fraudes, desvios, má gestão ou comportamentos irregulares dentro de uma organização.

Diferentemente das auditorias tradicionais — voltadas à conformidade e à precisão das demonstrações financeiras —, a auditoria forense mergulha em detalhes operacionais e documentais com foco investigativo. Ela é especialmente relevante em empresas listadas, reguladas pela CVM e em situações que exigem apuração rigorosa de evidências.

Características da auditoria forense

A auditoria forense segue um conjunto de práticas próprias, que a distingue das auditorias clássicas. Suas características incluem:

Foco investigativo

Seu principal objetivo é detectar indícios ou provas de fraudes, manipulação contábil, desvio de recursos, corrupção, suborno ou outras irregularidades financeiras. O auditor forense atua mais como investigador do que como revisor de demonstrações.

Coleta e preservação de evidências

O trabalho envolve análise de documentos, rastreamento de transações financeiras, entrevistas com colaboradores, revisão de sistemas e identificação de padrões suspeitos. As evidências precisam ser coletadas e preservadas de forma adequada caso sejam utilizadas em processos administrativos ou judiciais.

Análise detalhada e granular

Ao contrário da auditoria tradicional, que trabalha por amostragem, a auditoria forense pode exigir análise completa de períodos ou documentos específicos — especialmente quando há fortes indícios de fraude.

Possibilidade de suporte jurídico

O auditor forense frequentemente trabalha em conjunto com comitês de auditoria, departamentos jurídicos e, em casos graves, com autoridades externas. Em empresas reguladas pela CVM, relatórios forenses podem ser exigidos em apurações internas, especialmente aquelas conduzidas pelo Comitê de Auditoria Estatutário (CAE).

Diferenças entre auditoria forense, auditoria independente e auditoria interna

Embora compartilhem algumas ferramentas, cada tipo de auditoria tem objetivo, escopo e função diferentes dentro de uma empresa.

Auditoria forense

  • tem foco investigativo;
  • busca identificar fraudes, irregularidades, manipulações contábeis e desvios de conduta;
  • atua geralmente após denúncias, indícios ou solicitações de órgãos reguladores;
  • pode gerar relatórios usados como prova em processos administrativos ou judiciais.

Auditoria independente

  • realizada por empresas externas especializadas, obrigatória para companhias abertas e diversas instituições reguladas pela CVM;
  • tem como objetivo atestar se as demonstrações financeiras refletem adequadamente a situação econômica e patrimonial da companhia;
  • avalia controles internos, políticas contábeis e conformidade com normas;
  • não tem foco específico em fraude (apesar de poder identificá-las se surgirem evidências).

Auditoria interna

  • realizada por uma área da própria empresa ou por equipe terceirizada dedicada à função;
  • avalia controles, processos, riscos operacionais e eficiência das operações;
  • apoia a governança corporativa e o compliance;
  • atua de forma contínua, preventiva e alinhada à estratégia da organização.

Como realizar uma auditoria forense?

A auditoria forense segue um processo estruturado, que garante rigor técnico e confiabilidade das evidências. Embora cada caso exija abordagem própria, o fluxo geral inclui:

1. Definição do escopo e dos objetivos

Antes de iniciar a investigação, é preciso entender o contexto:

  • Qual é a denúncia ou suspeita?
  • Em qual área ocorreu o fato?
  • Quais períodos e operações serão analisados?
  • A investigação é interna ou requerida por órgão regulador?

Essa etapa envolve diálogo entre auditores, jurídico, compliance e comitês internos.

2. Coleta de documentos e dados

Inclui análise de:

  • lançamentos contábeis;
  • relatórios financeiros;
  • contratos;
  • e-mails corporativos (conforme políticas internas);
  • extratos bancários;
  • registros de sistemas internos;
  • notas fiscais e controles de acesso.

O auditor forense utiliza ferramentas tecnológicas de mineração de dados para identificar padrões suspeitos.

3. Entrevistas e diligências internas

O trabalho envolve entrevistas com colaboradores, gestores e terceiros envolvidos nas operações. Essas entrevistas podem esclarecer fluxos, identificar inconsistências e revelar informações que não aparecem nos documentos.

4. Análise detalhada das transações

O auditor cruza registros, reconcilia documentos e verifica se há:

  • pagamentos indevidos;
  • contratos fictícios;
  • conflito de interesses;
  • despesas sem lastro;
  • manipulação contábil;
  • uso inadequado de provisões e estimativas.

Em empresas sujeitas às normas da CVM, a investigação pode incluir análise de operações com partes relacionadas e conformidade com normas de divulgação.

5. Elaboração do relatório forense

O relatório final inclui:

  • descrição da metodologia;
  • evidências analisadas;
  • conclusões técnicas;
  • recomendações para o comitê de auditoria e administração;
  • apontamento de violações internas e externas.

Em casos graves, esse relatório pode subsidiar decisões disciplinares, ajustes contábeis, deliberações do CAE ou encaminhamento às autoridades competentes.

Para empresas reguladas, especialmente aquelas sob supervisão da CVM, a auditoria forense fortalece a governança, melhora controles internos e protege acionistas. Investir em práticas forenses é essencial para manter a transparência e integridade corporativa.

O que é auditoria forense?

É uma auditoria investigativa voltada à identificação de fraudes, desvios e irregularidades financeiras.

Quem realiza a auditoria forense?

Especialistas em contabilidade e investigação corporativa, internos ou externos à empresa.

A auditoria forense é igual à auditoria independente?

Não. A auditoria independente avalia demonstrações financeiras; a forense investiga suspeitas específicas.

Quando uma empresa precisa de auditoria forense?

Quando há indícios de fraude, denúncias internas ou exigência regulatória.

O relatório forense pode ser usado em processos?

Sim. Ele pode subsidiar decisões internas, ações judiciais e processos na CVM.

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