Uma das métricas mais usadas para avaliar o desempenho de uma estratégia ou ativo em momentos de perda é o drawdown. A medida indica o quanto um investimento recuou desde o seu pico até o fundo mais recente, em termos percentuais ou nominais.
O drawdown é uma ferramenta fundamental para avaliar a volatilidade, a resiliência e a consistência de uma carteira de investimentos — especialmente em ativos de renda variável, como ações e fundos.
O que é drawdown?
O drawdown representa a queda de valor de um ativo ou portfólio em determinado período, medida a partir de um pico de valor até o ponto de maior baixa subsequente. Ele mostra, em essência, o quanto um investimento “afundou” antes de começar a se recuperar.
Esse indicador pode ser expresso de duas formas:
- Drawdown nominal: diferença absoluta entre o valor máximo e o valor mínimo de uma cota, ação ou carteira.
- Drawdown percentual: porcentagem de perda em relação ao valor máximo anterior.
Exemplo prático: se uma ação atinge R$ 100 e depois recua para R$ 80, o drawdown é de R$ 20 ou 20%.
A métrica é especialmente útil para identificar o risco de perda associado a uma estratégia e para definir o perfil de risco do investidor.
A análise do drawdown ajuda a entender não apenas a magnitude das perdas, mas também a frequência e a duração dos períodos de queda. Entre os principais pontos a observar, estão:
1. Magnitude do drawdown
Refere-se ao percentual da queda. Drawdowns maiores indicam maior exposição ao risco. Por exemplo:
- Um fundo com drawdown de 10% pode ser considerado conservador;
- Um fundo com drawdown de 40% tende a ser mais agressivo e volátil.
2. Duração do drawdown
Mede quanto tempo levou entre o topo, o fundo e a recuperação ao valor anterior. Alguns investimentos se recuperam rapidamente, enquanto outros levam anos.
3. Frequência de ocorrência
Analisar quantos drawdowns ocorreram em um período ajuda a entender a volatilidade histórica de uma carteira ou ativo.
4. Drawdown máximo (Max Drawdown)
É o maior recuo já registrado em um determinado intervalo de tempo. É o dado mais citado em materiais de análise de risco e performance de fundos.
Um investimento pode até apresentar alta rentabilidade no longo prazo, mas se seu drawdown máximo for elevado, isso indica que o investidor precisou suportar perdas significativas no meio do caminho.
5. Contexto de mercado
O drawdown deve sempre ser analisado em conjunto com o cenário macroeconômico. Uma queda de 15% em um bear market global pode ser menos preocupante do que uma queda de 10% em um mercado em alta.
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Como calcular o drawdown?
O cálculo do drawdown pode ser feito com base em séries históricas de preços ou cotações. A fórmula percentual é:
Drawdown (%) = [(Pico – Fundo) / Pico] x 100
Onde:
- Pico: maior valor anterior atingido pelo ativo ou carteira;
- Fundo: menor valor após o pico, antes de uma nova alta.
Como analisar o drawdown?
Exemplo prático
Imagine um fundo de investimento que teve o seguinte histórico:
- Maio: cota atinge o pico de R$ 120;
- Julho: cota cai para R$ 90;
- Setembro: cota se recupera para R$ 110
O drawdown percentual entre maio e julho será:
[(120 – 90) / 120] x 100 = (30 / 120) x 100 = 25%
Isso significa que o investidor viu seu capital cair 25% antes do fundo começar a se recuperar.
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Por que o drawdown é importante para investidores?
Entender o drawdown é crucial para tomar decisões alinhadas ao seu perfil de risco. Veja os principais motivos:
- Gestão de risco: ajuda a definir limites de perda toleráveis e a construir estratégias com níveis de exposição adequados ao investidor.
- Avaliação de estratégias: comparar drawdowns de diferentes fundos ou gestores permite identificar quais conseguem entregar retornos com menor exposição a perdas.
- Controle emocional: saber que determinada estratégia já passou por quedas de 20% ou 30% pode preparar o investidor para suportar momentos difíceis e evitar decisões precipitadas.
- Análise complementar à rentabilidade: dois fundos podem ter a mesma rentabilidade em 5 anos, mas um com drawdown de 10% e outro de 40%. Isso indica níveis de risco muito diferentes.
- Ajuste de alocação: conhecer os drawdowns históricos ajuda a balancear melhor a carteira, escolhendo ativos com diferentes comportamentos em momentos de crise.
É a medida da queda de valor de um ativo ou portfólio, do ponto mais alto até o ponto mais baixo antes de uma recuperação.
Drawdowns menores indicam estratégias mais conservadoras. Já os maiores sinalizam maior exposição ao risco e volatilidade.
Use a fórmula: (Pico – Fundo) / Pico x 100. O resultado mostra o percentual de perda entre o topo e o fundo.
Volatilidade mede a variação dos preços ao longo do tempo. Drawdown mede a maior queda registrada em um período.
É o maior recuo percentual já registrado no histórico de um investimento, sendo uma das principais medidas de risco.