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Entre os indicadores mais observados da economia norte-americana, o JOLTS ocupa lugar de destaque. O relatório mede o número de vagas abertas, admissões e desligamentos no mercado de trabalho dos Estados Unidos, oferecendo uma visão detalhada sobre a dinâmica de emprego e demissão no país.
É produzido mensalmente pelo Departamento de Trabalho do Bureau of Labor Statistics (BLS), principal agência do Departamento de Trabalho dos EUA. O JOLTS é utilizado por economistas, investidores e formuladores de políticas públicas para avaliar o ritmo de contratação e a saúde do mercado de trabalho.
O que é o JOLTS?
O Relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey) é uma pesquisa oficial conduzida pelo Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA (Bureau of Labor Statistics — BLS). Ele coleta informações de empresas e instituições públicas sobre o número de vagas disponíveis, admissões, demissões e saídas voluntárias (os chamados quits).
Os dados ajudam a medir não só a quantidade de cidadãos empregados, mas também o nível de confiança dos trabalhadores e a demanda das empresas por mão de obra. Por isso, o JOLTS é considerado um dos principais indicadores antecedentes da economia americana — ou seja, ele antecipa tendências de aquecimento ou desaquecimento no emprego.
O relatório cobre praticamente todos os setores produtivos, incluindo indústria, comércio, serviços e administração pública, o que o torna uma ferramenta ampla e precisa para entender o comportamento do mercado de trabalho dos EUA.
Como calcular o JOLTS?
Embora o cálculo do JOLTS seja feito pelo próprio BLS, a metodologia é pública e segue padrões estatísticos rigorosos. A pesquisa é baseada em uma amostra representativa de cerca de 21 mil empresas em todo o território americano, que respondem mensalmente a questionários sobre suas movimentações de pessoal.
Os principais indicadores calculados a partir do relatório são:
- Job Openings (vagas abertas): número total de posições disponíveis no final do mês, que ainda não foram preenchidas.
- Hires (admissões): número de contratações feitas durante o mês.
- Separations (desligamentos): total de pessoas que deixaram o emprego, seja por demissão, aposentadoria ou pedido de demissão.
- Quits (saídas voluntárias): subset de separations que indica os trabalhadores que deixaram seus empregos por vontade própria, geralmente por acreditarem em melhores oportunidades.
- Layoffs (demissões involuntárias): desligamentos feitos pelas empresas por motivos econômicos ou estruturais.
A partir desses dados, o BLS calcula taxas proporcionais à força de trabalho, como a taxa de vagas abertas (Job Openings Rate) e a taxa de desligamentos voluntários (Quits Rate), ambas expressas como porcentagem do total de empregos disponíveis.
Por exemplo: se há 10 milhões de vagas abertas e 160 milhões de trabalhadores empregados nos Estados Unidos, a taxa de vagas abertas é de 6,25%. Esse percentual mostra o quanto as empresas estão contratando — ou enfrentando dificuldades para preencher posições.
O que o JOLTS revela sobre o mercado de trabalho americano
O JOLTS oferece informações valiosas sobre a dinâmica interna do emprego — ou seja, ele mostra não apenas o número de pessoas empregadas, mas o fluxo constante de contratações e desligamentos que ocorre em toda a economia.
Quando há muitas vagas abertas e poucas demissões, isso indica um mercado aquecido, com alta demanda por trabalhadores e confiança das empresas. Já quando o número de demissões aumenta e o de vagas abertas diminui, o cenário aponta para desaceleração econômica.
Além disso, a taxa de quits rate é considerada um dos indicadores mais relevantes do relatório. Quando os trabalhadores pedem demissão com frequência, isso sugere otimismo — as pessoas acreditam que conseguirão outro emprego rapidamente. Por outro lado, uma queda nessa taxa indica maior cautela e incerteza no mercado.
Esse conjunto de informações faz do JOLTS uma ferramenta indispensável para entender como o mercado de trabalho reage às políticas monetárias do Federal Reserve (Fed) e às condições macroeconômicas dos EUA.
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A importância do JOLTS para investidores e formuladores de políticas
O JOLTS é acompanhado de perto por economistas e investidores porque suas variações costumam influenciar as decisões do Federal Reserve, o banco central americano.
Quando o relatório mostra um grande número de vagas abertas e uma taxa alta de saídas voluntárias, o Fed tende a interpretar que o mercado está superaquecido — o que pode pressionar a inflação e elevar os juros. Por outro lado, a queda nas contratações e aumento das demissões pode influenciar políticas de redução de juros para estimular a economia.
Além do impacto na política monetária, o relatório também afeta diretamente os mercados financeiros. Bolsas de valores, títulos públicos e até o dólar costumam reagir às divulgações do JOLTS, já que ele fornece pistas sobre a direção da economia americana e, consequentemente, sobre o apetite por risco dos investidores globais.
Os dados do JOLTS ajudam o governo a formular políticas mais eficazes, o Fed calibrar a taxa de juros e investidores a anteciparem tendências econômicas. Em um cenário global interconectado, acompanhar os resultados do relatório ajuda a compreender os rumos da maior economia do mundo.
É o Job Openings and Labor Turnover Survey, relatório mensal do Departamento de Trabalho dos EUA que mede vagas abertas, contratações e demissões.
O levantamento é feito pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), órgão responsável pelas estatísticas trabalhistas oficiais dos Estados Unidos.
Com base em uma amostra de cerca de 21 mil empresas, que informam mensalmente o número de vagas abertas, admissões e desligamentos.
Porque mostra o nível de aquecimento do mercado de trabalho americano e serve como base para decisões do Federal Reserve sobre política monetária.
É a taxa de saídas voluntárias, que indica quantos trabalhadores pediram demissão por iniciativa própria — um sinal de confiança na economia.