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Day One

De Flávio Day a Flávio Daily …

Achei impressionante como o mercado havia superado rapidamente o Flávio Day.

Por Rodolfo Amstalden

17 dez 2025, 08:51

Atualizado em 17 dez 2025, 08:51

tensão mercado eleiçoes

Imagem: iStock/ @Zuberka

“Se confessas duas naturezas antes da união,
mas apenas uma depois da união,
então não pensas corretamente.”
– Flaviano de Constantinopla

Parece difícil encontrar problemas sérios em um mês no qual o Ibovespa cai apenas +0,31%, especialmente sob o contexto privilegiado de uma alta de +31,84% year to date.

Aplacamos a fome com o que é servido à mesa, e às vezes isso basta para ser feliz.

Mas também temos fome do que poderia ter sido; geralmente, nenhuma realidade é boa o bastante quando comparada ao contrafactual.

Os custos de oportunidade nos assombram. Tentamos nos livrar de pensamentos alheios, alternativos, mas eles insistem em ocupar a nossa mente.

Como paliativo, fechamos os olhos e assopramos essas neuroses para longe.

Eu, que vou de olhos bem abertos e não sou pago para assoprar nada, achei impressionante como o mercado havia superado rapidamente o Flávio Day.

Dez dias depois do fatídico 5 de dezembro, já estávamos todos estourando a champagne de novo, rindo das pobres pretensões de uma candidatura falida.

Então, onze dias depois, ela voltou do reino dos mortos para se vingar.

Quem levantou o defunto foi a Quaest divulgada ontem – primeira pesquisa relevante desde o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro.

Seja por méritos próprios, do pai ou do espírito santo, fato é que Flávio ganhou pontos ao ocupar primeiro o espaço vazio, provando ser um obstáculo real para a centro-direita.

Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, sua candidatura tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições.

Logo, levando a sério o que se faz sério, cabe uma nova provocação à tese de trade eleitoral no Brasil.

Em sua versão original, ela parecia mais assimétrica à direita: com Lula, é mais ou menos como foi 2025; com Tarcísio, podemos sonhar bem mais alto; jogando uma moeda 50/50, faria sentido comprar entre o ok e o ótimo.

Já em sua versão atualizada – passados dias, semanas, quem sabe meses do anúncio flaviano – como seria essa assimetria?

Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.