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Nos aproximamos do fim de mais um ano. Um 2025 que começou com incerteza, depois de um 2024 negativo, atravessou períodos de volatilidade e termina com os mercados animados.
As bolsas no Brasil e nos Estados Unidos estão negociando em níveis recordes, impulsionadas pela melhora do humor global e pela expectativa de cortes de juros. Lá fora, o ciclo de afrouxamento já começou. Aqui, ainda não, mas tudo indica que em 2026 teremos um ciclo de cortes para chamar de nosso.
Foi um bom ano para os investimentos. As carteiras da Empiricus vêm entregando resultados consistentes, com retornos acima dos índices e uma trajetória sólida. Isso reforça uma lição simples, mas essencial: construir patrimônio é um processo de longo prazo.
É aqui que entra a parte mais difícil. Bons retornos são uma condição necessária para a independência financeira, mas estão longe de ser suficientes. Tenho refletido bastante sobre o que realmente significa ser financeiramente independente.
Durante muito tempo, associei essa ideia à liberdade de não depender de salário, de ter tempo livre, de poder escolher onde morar, o que fazer e com quem estar. Percebi, contudo, que essa equação não fecha se o raciocínio parar no dinheiro.
É possível vender uma empresa, acumular patrimônio, mudar de país e ainda assim continuar preso. Preso a uma rotina que já não faz sentido, a expectativas externas e à necessidade de continuar jogando um jogo que talvez já tenha perdido o propósito. É comum confundir independência financeira com a simples ausência de dependência econômica, mas as duas coisas não são a mesma coisa.
A escritora americana Vicki Robin lembra que independência financeira não é uma condição, mas uma direção. É uma escolha diária de viver de acordo com o que realmente importa. Ela propõe uma imagem poderosa: o dinheiro é algo pelo qual escolhemos trocar a nossa energia vital.
Essa energia vital é o nosso tempo aqui na Terra, limitado, finito e precioso. Cada hora de trabalho é um pedaço de vida convertido em dinheiro. O dinheiro em si não tem realidade intrínseca; o que tem valor é o tempo que sacrificamos para conquistá-lo. A forma como usamos esse tempo revela o significado da nossa existência.
Respeitar a energia que colocamos no trabalho é fundamental. A pergunta essencial não é quanto você ganha, mas como está usando a sua energia dentro e fora do trabalho.
A realização humana não está no contracheque. Está no conjunto da vida, na sensação íntima de propósito, nas relações que cultivamos e no uso consciente do tempo. Você pode amar o que faz ou detestar o que faz, mas é importante reconhecer que o propósito do trabalho pago é ser pago.
Quando fundei a Empiricus, em novembro de 2009, o objetivo era conquistar liberdade. Liberdade de criar, de falar o que penso, de não precisar pedir permissão. O negócio cresceu e prosperou. Ajudamos centenas de milhares de pessoas a investir melhor, e o reconhecimento do nosso trabalho levou a Empiricus a uma relevância empresarial que atraiu o interesse do Banco BTG Pactual.
Sem falsa modéstia, atingi sucesso profissional e financeiro e uso este canal para compartilhar o que aprendi nessa jornada. Entendi que a independência verdadeira vai além das finanças. Ela é psicológica, espiritual e intelectual. É sobre reduzir o ruído e ouvir o que de fato nos move.
Independência financeira não é o ponto de chegada, é o começo de outra jornada. Uma jornada mais silenciosa, mais íntima e mais exigente. É o desafio de transformar liberdade em sentido. E isso, ninguém faz por nós.
Enquanto entramos em um novo ano, o desafio é o mesmo de sempre: fazer com que o dinheiro sirva à vida, e não o contrário.
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