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Acima do Ibovespa e do CDI: Fundo multimercado Carteira Universa, da Empiricus, avança 4% em maio; em 2025, valorização é de 13%

Destaques como Eucatex (EUCA4), Porto Seguro (PSSA3) e Itaú (ITUB4) ajudaram o fundo multimercado a superar o Ibovespa com folga. Analistas veem espaço para mais, com valuation da bolsa ainda descontado e cenário macro favorável.

Por Mariana Pavão

09 jun 2025, 13:19 - atualizado em 09 jun 2025, 17:00

AÇÕES

Imagem: iStock/ Darren415

Maio foi mais um mês positivo para o Carteira Universa, fundo de investimento multimercado da Empiricus, que entregou uma valorização de 4,02%

Com isso, o acumulado no ano já soma 13%, resultado que supera com folga o CDI, que avança apenas 5,26% no mesmo período.

O Carteira Universa é um fundo multimercado com posições em diversas classes de ativos, entre elas, renda fixa, ETFs, títulos públicos, fundos imobiliários e criptoativos. Mas, neste ano, a principal contribuição tem vindo do book de ações brasileiras, que subiu 26% até o fechamento de maio, contra “apenas” 13,9% do Ibovespa.

Os resultados foram apresentados na live mensal de desempenho do fundo, com a participação do estrategista-chefe Felipe Miranda, da analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, e Mari Ferreira, da Empiricus Gestão.

A força do stock picking

O destaque do mês foi a Eucatex (EUCA4), pequena empresa recém-incluída na carteira que avançou impressionantes 42% em maio.

Outras posições relevantes também entregaram resultados expressivos:

  • Porto Seguro (PSSA3), com alta de 18%;
  • Grupo SBF (SBFG3), subindo 16%;
  • Itaú (ITUB4), que já acumula 40% de valorização em 2025.

Além da performance, se destaca o nível de risco moderado das posições.

“A gente ainda entende que não é o momento de comprar teses muito arriscadas, com muito risco de execução ou muita alavancagem. Esse é um tipo de risco que você não precisa correr, porque boas empresas ainda estão com múltiplos muito deprimidos. E isso fica muito claro nos movimentos que a gente viu ao longo desse ano”, explicou Larissa.

Essa leitura se intensificou após a boa temporada de resultados do primeiro trimestre, sobretudo das companhias mais expostas à economia doméstica.

Mesmo após o rali recente, o valuation da bolsa brasileira segue convidativo:

“Um múltiplo de nove vezes lucro para o Ibovespa, mesmo tirando Petrobras e Vale, é como se ele precificasse uma recessão… e tem crescimento, vai ser um ano de corte de juros e um ano pós-soft landing”, completou Larissa.

Três forças por trás do bom momento da bolsa brasileira

Além do mérito na escolha de ativos, os analistas destacaram três grandes vetores que sustentam o otimismo com o mercado brasileiro:

1. O questionamento do excepcionalismo americano

Para Felipe Miranda, um movimento mais profundo está em curso: a perda relativa de protagonismo dos Estados Unidos. 

“Nesse governo Trump e nessa nova ordem mundial, a gente penetra o questionamento do excepcionalismo americano”, avaliou.

O estrategista argumenta que, embora os EUA ainda mantenham relevância, o nível atual de centralidade nas alocações globais tende a ser revisto.

“A alocação de 70% em dólar talvez vire 60%. E aí o movimento é brutal”, disse Felipe.

Parte desse dinheiro migra para ouro, bitcoin, Europa e também para emergentes como o Brasil que “pouco líquido, pouco detido e muito barato, se beneficia frontalmente”, completou Miranda.

2. Fim do ciclo de alta da Selic à vista

A expectativa de cortes na taxa Selic ainda em 2025 começa a ser precificada pelo mercado e vem beneficiando diretamente os ativos de risco. 

Com juros mais baixos, o custo de capital das empresas diminui, ampliando o lucro projetado e, consequentemente, tende a se refletir na valorização das ações.

“Se os juros vão cair, eu quero antecipar esse movimento… Os lucros projetados para o ano que vem já devem percorrer a ideia de uma Selic menor”, destacou Miranda.

3. Possibilidade de rali eleitoral

Com recordes de desaprovação do atual governo, cresce a aposta em uma possível alternância de poder em 2026, o que pode beneficiar os ativos brasileiros independentemente do vencedor.

“Aqui, neste momento, não importa tanto quem vai ganhar, mas importa que há um aumento da probabilidade de uma troca e uma aproximação desse evento. E isso faz preço”, explicou Miranda.

Estes fatores têm gerado um cenário positivo para o Brasil, e a Carteira Universa tem se beneficiado disso ao aumentar com sucesso a exposição a ações cíclicas domésticas.

Uma história ‘difícil de refutar’

Para Larissa, o Brasil começa a construir uma tese “difícil de refutar”, tanto do ponto de vista internacional quanto local. 

Porém, os analistas ressaltam que o fluxo local ainda não começou. 

“Apesar dos aportes estrangeiros, os fundos locais continuam sofrendo resgates. Imagina quando essa turma voltar”, provocou Larissa.

A mensagem final do time foi clara: a tendência é positiva, os fundamentos continuam se alinhando, e a carteira segue posicionada para capturar essa janela.

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Para entender todos os movimentos da carteira, assista à transmissão completa abaixo e veja por que, para os especialistas, a bolsa brasileira ainda está só no começo da virada.

Sobre o autor

Mariana Pavão

Redatora dos portais Empiricus, Seu Dinheiro e MoneyTimes.