Imagem: Divulgação/Havaianas
Em entrevista concedida ao Brazil Journal nesta semana, o CEO da Alpargatas (ALPA4), Liel Miranda, falou sobre as evoluções recentes da companhia e suas expectativas para os próximos anos.
Antes de falar sobre o futuro, o executivo lembrou dos ajustes que foram feitos, como corte de metade dos SKUs, foco em calçados abertos, ajustes logísticos e no processo de produção. Como resultado, a demora entre o esboço de um produto e sua entrega na loja caiu de 18 para 12 meses. Os prazos de entrega, que chegavam a durar mais de 3 meses, caíram para 40 dias.
Com o sell out crescendo no Brasil em 2025, e expectativas de repetir a dose no ano que vem, a perspectiva é de que os ajustes daqui para frente venham em termos de mix e canais, como no aumento nas vendas em multimarcas, e ganho de share nas categorias masculino e infantil.
Alpargatas está reconquistando espaço na Europa, EUA e Ásia
Se a operação brasileira já voltou a dar ótimos retornos, o ceticismo com as operações internacionais continua e inclusive afasta novas recomendações de compra para os papéis.
Sobre o assunto, Liel disse que a Europa voltou a crescer em volume depois de dois anos de queda, e que as operações na Ásia estão crescendo a uma taxa de dois dígitos. Sobre os Estados Unidos, onde historicamente a Havaianas enfrenta dificuldades, a parceria com o Eastman Group deve trazer maior penetração nas lojas, maior visibilidade e consequentemente maiores vendas.
Além desses fatores, há um outro ponto que vale a pena ser mencionado sobre o internacional: os chinelos voltaram à moda e estiveram presentes em diversos desfiles importantes neste ano.
Aliás, o modelo Havaianas Top foi eleito o produto mais desejado do mundo segundo a Lyst Index no 3T25, o que também mostra sinais positivos dos investimentos em marketing e da contratação de Gigi Hadid como embaixadora da marca.
Esse é um tema importante, pois o mercado atribui pouquíssimo valor para a operação internacional, mas que pode se tornar parte relevante do Ebitda.
Para encerrar, quando perguntado sobre uma possível venda da Rothy’s, Liel defendeu a participação na companhia, que segundo ele é justificada pelo crescimento de dois dígitos e melhora da rentabilidade. Ao que tudo indica, o gatilho positivo da venda da marca americana não deve aparecer tão cedo, mas a melhora dos outros segmentos internacionais nos deixa animados com a tese em 2026.
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