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No último dia de julho, após o encerramento do pregão regular, a “Loja de Tudo” Amazon (AMZO34) divulgou os seus balanços do segundo trimestre. Apesar dos números bem acima do esperado, a expectativa da direção para os resultados do próximo trimestre vieram levemente abaixo do consenso, o que impactou negativamente a ação.
Nos três meses encerrados em junho a companhia teve receita de US$ 167,702 bilhões, um aumento de 13,3% quando comparado com o mesmo período de 2024.
Amazon Web Services foi o grande destaque do trimestre
Analisando por segmento, o destaque mais uma vez veio da Amazon Web Services (AWS), com vendas de US$30,873 bilhões (+17,5% vs. 2T24), ou 18% do total. A operação da América do Norte, que representa 60% das vendas da companhia, reportou receita de US$ 100,068 bilhões (+11,1%), enquanto as operações Internacionais totalizaram US$ 36,671 bilhões (+16,1%).
Já quando aberto por linha de negócio, o principal vetor de crescimento do período foram as receitas de publicidade, que somaram US$ 15,694 bilhões, valor 22,9% maior em relação a um ano atrás. As vendas online e os serviços para sellers, dois dos principais negócios da companhia (com vendas de US$ 61,485 bilhões e US$ 40,348 bilhões, respectivamente), reportaram aumento de 11% na receita. A parte de assinaturas, outra parte importante para a tese, reportou receita de US$ 12,208 bilhões (+12,3% vs. 2T24).
O lucro operacional no trimestre totalizou US$ 19,171 bilhões, um aumento de 30,7% na comparação anual e o que representa uma margem de 11,4% (+1,5 ponto percentual vs. 2T24).
A parte da AWS segue sendo o principal fator de lucratividade do negócio, com lucro de US$ 10,160 bilhões (+8,8% vs. 2T24) e uma margem de 32,9% (-2,6 p.p.). As operações de varejo conseguiram aumentar significativamente os seus lucros, mas ainda representam a menor parte do resultado: US$ 7,571 bilhões (+48,4%) e 7,5% de margem (+1,9 p.p.) na América do Norte, e US$ 1,494 bilhão (+447%) e 4,1% (+3,2 p.p.) na Internacional.
Lucro líquido apresenta alta anual de 33%
Na linha final de resultado, o lucro líquido da Amazon totalizou US$ 18,164 bilhão, o que representa um lucro de US$ 1,68 por ação, alta de 33,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Mantendo a lógica da companhia de sempre buscar aumentar a sua geração de caixa, o fluxo de caixa operacional nos doze meses encerrados em junho foi de US$ 121,137 bilhões, crescimento de 12,2% na comparação anual. Isso permitiu que a empresa também aumentasse significativamente os seus investimentos no período, que totalizaram US$ 102,953 bilhões (+87,3%).
Por outro lado, esse forte aumento no capex reduziu drasticamente o seu fluxo de caixa livre, que somou US$ 18,184 bilhões ao final do 2T25, comparado com US$ 52,973 bilhões um ano atrás.
De acordo com a direção da companhia, a receita do terceiro trimestre deve ficar entre US$ 174 bilhões e US$ 179,5 bilhões, o que representaria um crescimento de 10% a 13% em relação ao 3T24.
Guidance de lucro operacional desanima mercado
Entretanto, a projeção do lucro operacional veio no intervalo de US$ 15,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões, ante US$ 17,4 bilhões um ano atrás. Ou seja, uma estimativa que vai de uma queda de 11% a um aumento de 18% — e comparado com um consenso de US$ 19,4 bilhões dos analistas.
E isso que acabou desanimando um pouco os investidores, com as ações chegando a cair mais de 7% no pré-market.
Apesar de entender que um possível recuo nos lucros nunca é bem vindo pelo mercado, é importante ter em mente que parte dessa “piora” está relacionada aos investimentos que a companhia tem feito na sua infraestrutura de Inteligência Artificial, que pode trazer bons dividendos mais à frente.
Segundo o CEO Andy Jassy, a convicção da empresa de que a IA será um marco na vida das empresas e pessoas já vem sendo observada na Amazon.
Uma forma é pela experiência do consumidor, com a companhia expandindo a sua assistente virtual Alexa+ para milhões de consumidores ou a utilização de agentes de IA para auxiliar no processo de compra, o lançamento de diversos modelos como o DeepFleet, que busca otimizar a produtividade de robôs (ajudando a própria Amazon com a sua grande frota de robôs nos seus centros logísticos), entre outros.
Nas palavras do executivo, o progresso nessa frente permitirá cada vez mais melhorias para o cliente, maior velocidade em inovações, ganhos de eficiência e, principalmente, crescimento do negócio.
Nos últimos anos, não foram poucas as vezes que as ações AMZO34 reagiram mal a divulgação dos seus balanços. Contudo, essas quedas abriram boas oportunidades de compra para os investidores voltados para o longo prazo, com a ação mais do que dobrando de preço desde 2020 e quase triplicando nos últimos dois anos.
Além disso, com uma capacidade única de geração de caixa, comparada somente com as outras Big Techs, entendo que os investimentos feitos hoje devem continuar melhorando seus resultados no futuro. Seguimos com recomendação de compra para a ação, uma sugestão das séries internacionais MoneyBets e IA Cash.
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