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Há poucos dias para a próxima reunião do Federal Reserve, no dia 17 de setembro, a dúvida que dominou os mercados ao longo do ano parece não existir mais.
O corte de juros nos Estados Unidos já não é mais uma questão de “se” vai acontecer. O que está em aberto agora é a intensidade e a velocidade desse movimento.
No Empiricus Podca$t, os analistas da casa discutiram como esse movimento pode transformar o cenário para ativos de risco e onde estão as oportunidades para se posicionar na virada da política monetária.
O caminho para corte de juros está ‘pavimentado’
Os últimos dados de emprego deixaram pouca margem para dúvida. O payroll registrou a abertura de apenas 22 mil vagas, contra expectativa de 75 mil. Outros dados do setor, o JOLTS e o ADP também vieram fracos.
Para Laís Costa, analista de renda fixa, esse conjunto de indicadores removeu a incerteza.
“Se a gente tivesse dúvida de que teria um início de corte agora em setembro, não há mais.”
Segundo ela, todos os elementos que o Fed esperava já estão postos: inflação mais comportada, desaceleração do emprego e sinais de enfraquecimento da economia real.
“Eu acho que todo o caminho está pavimentado para esse corte de juros em setembro.”
A discussão agora, segundo a analista, é sobre o tamanho do movimento inicial. Embora o consenso seja de cortes graduais de 25 pontos, Costa acredita que existe uma chance de o Fed optar por uma largada mais forte.
“Tem até uma leve probabilidade de você começar com um corte mais rápido, em um ritmo de 50 pontos em vez de 25 para esse mês.”
No Brasil, a fotografia também melhorou. O Boletim Focus acumula 14 semanas consecutivas de revisões baixistas para a inflação de 2025 e já começa a mostrar queda até mesmo nas projeções de 2027.
De acordo com Laís, a pressão inflacionária diminuiu em pontos sensíveis como alimentos, além do câmbio estar mais favorável. Com isso, há espaço para um corte da Selic já em dezembro de 2025.
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A curva de juros tem mais a ver com cripto do que parece
Se os juros ditam o humor da renda fixa e da bolsa, no mercado cripto não é diferente.
Para Valter Rebelo, head de criptoativos da Empiricus, a expectativa de corte já está nos preços, mas o ciclo de afrouxamento tende a reforçar a tendência positiva.
“Corte de juros já precificado, juros caindo, isso puxa capital para dentro da curva de risco, então isso é bom para ativos de risco como um todo.”
Ele destacou que o Bitcoin não é mais um ativo isolado, mas parte do ecossistema global de capitais.
“Quanto mais você olha para a história do Bitcoin, mais ele se integra com os fluxos de capital do mercado como um todo.”
Esse ponto foi reforçado por Matheus Spiess, analista de macroeconomia, que lembrou que a cripto já passou pela fase de desconfiança e vem se consolidando como uma classe de ativos institucional.
Para ele, além do corte de juros que deve aumentar o fluxo para os criptoativos, há também “um movimento transformacional ao longo dos anos, que é essa abordagem mais pró-cripto dos Estados Unidos”.
O analista reforça a visão de longo prazo, e questiona:
“Imaginem agora o que vai acontecer para os próximos cinco anos […] ainda é um território pouco explorado, comparativamente, ao potencial que pode chegar.”
Cosan (CSAN3): ‘momento propício’ para ter em carteira
O episódio também trouxe para a mesa o case da Cosan (CSAN3) no quadro “Compra ou Vende?”. A ação já acumula alta de 22% no mês, mas segue descontada em relação ao valor de seus ativos.
Larissa Quaresma, analista de ações, destacou os gatilhos recentes que destravaram valor: a desalavancagem da companhia, a Operação Carbono Oculto, que combate fraudes no setor de combustíveis, e a saída de negócios que drenavam caixa.
Para a analista, o momento é estratégico:
“A gente acha que é um momento bem propício para ter Cosan antes desse corte de juros lá fora e no Brasil.”
Para conferir a análise completa de Cosan (CSAN3) e as opiniões dos analistas sobre oportunidades com prata e Ethereum, assista ao episódio do Empiricus Podca$t na íntegra no vídeo abaixo.