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Investimentos

Azzas (AZZA3): Entre vestuário feminino como motor de crescimento e mudanças na alta gestão, reforçamos atratividade da ação; veja o preço-alvo

Nossa perspectiva para o segundo semestre é distinta do primeiro: com menor crescimento, mas com maior rentabilidade. Entenda

Por Larissa Quaresma, CFA

17 set 2025, 13:56

Atualizado em 17 set 2025, 13:57

hering azzas azza3

Imagem: Divulgação/ Shopping Ibirapuera

Conversamos recentemente com o time de Relações com Investidores da Azzas (AZZA3), o que nos levou a uma visão um pouco mais construtiva para a companhia. Esperamos um segundo semestre distinto do primeiro: com menor crescimento, mas maior rentabilidade.

Reforçamos ainda nossas projeções de geração de caixa, diante de esforços mais consistentes de redução de estoques e racionalização de investimentos.

À luz desses ajustes, projetamos lucro líquido de R$ 790 milhões para 2026, o que implica em múltiplo P/L de 8,5x. Com isso, revisamos nosso preço-alvo de R$ 35 para R$ 41, representando potencial de valorização de 22% frente ao fechamento de ontem.

Quais são as projeções para casa segmento da varejista?

No lado operacional, o Vestuário Feminino (Fashion & Lifestyle Women) deve seguir como principal motor de crescimento, mantendo altas próximas de 20% no segundo semestre, em linha com a tendência recente.

Já o Vestuário Masculino (Fashion & Lifestyle Men) deve arrefecer para crescimento de um dígito, enquanto a Hering (Basic) também deve apresentar expansão mais contida.

O segmento de Acessórios (Shoes & Bags), por sua vez, tende a seguir pressionado pelo desempenho fraco no canal de franquias, devendo encerrar o ano com receitas estáveis. Em termos agregados, projetamos crescimento da receita bruta consolidada de 11% em 2025 e 8% em 2026.

A companhia também promoveu mudanças relevantes na alta gestão. A Hering passa a ser liderada por Gustavo Rudge Fonseca, profissional com mais de uma década na companhia, substituindo Thiago Hering, que deixa o grupo.

Rafael Sachete, atual CFO, assumirá a vertical de Shoes & Bags, no lugar de Luciana Wodzik, veterana da Arezzo, que também se desligará. Embora tais mudanças tragam potencial de melhoria operacional, a elevada rotatividade em cargos estratégicos acende um sinal de atenção em termos de governança. Seguiremos atentos a esse ponto.

Em termos de margens, esperamos que a segunda metade do ano seja marcada por ganhos de rentabilidade. A margem bruta deve ser favorecida pela redução dos descontos na Reserva e no Vestuário Feminino.

Para 2026, contudo, não projetamos expansão significativa, já que a fábrica da Hering não deverá produzir malharia para outras marcas do grupo, como inicialmente planejado.

Do lado das despesas, os gastos extraordinários — sobretudo ligados a consultorias de integração — devem diminuir, enquanto as sinergias administrativas começam a se refletir com a eliminação de estruturas redundantes e cargos sobrepostos. Estimamos, assim, expansão da margem EBITDA de 1,0 p.p. em 2025 e de 0,6 p.p. em 2026.

Outro ponto positivo refere-se à geração de caixa. Inicialmente projetávamos alguma pressão no capital de giro pelo aumento de estoques; entretanto, a expectativa é de estabilidade, com extensão dos prazos junto a fornecedores após uma antecipação pontual de pagamentos.

Além disso, o investimento em expansão deve ser substancialmente menor neste ano, servindo como base para um orçamento mais enxuto a partir de 2026. Dessa forma, nossas projeções de fluxo de caixa foram revisadas para cima.

AZZA3: Recomendação de compra

Consolidando as estimativas, projetamos lucro líquido de R$ 670 milhões em 2025 e R$ 790 milhões em 2026, representando crescimento de 13% e 18%, respectivamente. Embora permaneçamos abaixo do consenso de mercado — principalmente em função de depreciação e despesas financeiras mais elevadas —, ainda vemos um case atrativo.

Reconhecemos que a captura de sinergias pós-fusão tem sido mais lenta e menos robusta do que o esperado, mas o cenário segue construtivo. AZZA3 negocia hoje a 8,5x o lucro projetado para o próximo ano, com preço-alvo de R$ 41 e upside potencial de 22%. Mantemos, portanto, a recomendação de compra para as ações.

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Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.