Imagem: Saulo Cruz/Agência Senado
A última semana trouxe mudanças relevantes para o mercado brasileiro, entre elas, a candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência, apoiado por seu pai, Jair Bolsonaro – que não tem sido muito bem recebida.
Além disso, a última Super Quarta (10) do ano não trouxe o tão esperado corte de juros. Também, o recente posicionamento de Nelson Souza, presidente do BRB, deixou o mercado com dúvidas em relação ao banco após os acontecimentos do Banco Master.
Por isso, alguns investidores perguntaram ao CIO da Empiricus Research:
O BRB vai sobreviver depois do Banco Master? Já é possível saber se a candidatura de Flávio Bolsonaro é ruído ou sinal? E o Copom? Não acha que estão exagerando no aperto monetário?
Felipe Miranda respondeu às dúvidas em seu programa semanal, Blink!. Abaixo, você confere os insights do estrategista-chefe:
O BRB vai sobreviver depois do Banco Master?
Felipe Miranda: “Não dá para antever o futuro, mas a situação está delicada. Ficou complexo, a chance de um patrimônio líquido virado não é desprezível. Então eu ligaria o sinal amarelo em relação a isso. Mas, o que vai acontecer mesmo não dá para saber.”
Já é possível saber se a candidatura de Flávio Bolsonaro é ruído ou sinal?
Felipe Miranda: “Não, não dá para saber. O que eu acho que dá para falar da candidatura do Flávio Bolsonaro é que ela não é um blefe, ela é séria, mas não há convicção de que ela vai até o final.
Se ela não decolar, ela sai. Ele está tentando fazer ela decolar, mas está difícil. O centrão não abraça, o sistema não abraça, mas ele está se colocando como moderado. Porém, carrega muito o sobrenome. Acredito que vamos ter que esperar até março.
Ele não vai retirar [a candidatura] agora. Colocou, tem que fingir, mesmo se for falso, vai ter que fingir que é sério. Então, vai ficar um tempo e ali em março, eventualmente, retiraria a candidatura.
Mas eu não acho que essa é a principal força para os mercados. Eu acho que queda de taxa de juro, a recompra dos dividendos nesse momento é uma força mais importante. A eleição vai fazer preço de forma mais consistente, estruturada a partir de abril, maio”.
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E o Copom? Não acha que estão exagerando no aperto monetário?
Felipe Miranda: “Sim e não. Na posição do Galípolo, acredito que ele tem condições de cortar o juro. Acho que ainda tem boas chances de que corte o juro em janeiro, mas é muito ruim a posição do banqueiro central quando ele tem um fiscal que não ajuda, como é o caso atual, com um governo muito perdulário.
Então o fiscal não deixa, o monetário tenta desacelerar a economia para que se possa arrefecer a inflação e cortar o juro, você freia e acelera ao mesmo tempo. Então é uma posição muito ruim e o Galípolo, ele herda a desconfiança toda de ter escrito os livros com [Luiz Gonzaga] Belluzzo, que tem uma abordagem até marxista de luta de classe no livro.
É um banco central que precisa comprar credibilidade. Por isso, o juro acaba sendo mais alto. O Alan Blinder, que foi vice-chairman do Fed, tem um um livro maravilhoso sobre isso, o “Central-Bank Credibility: Why Do We Care? How Do We Build It?”.
O juro é mais alto, entre outras coisas, porque você tem esse preçozinho da conquista de credibilidade pelo Galípolo ser “o menino de ouro do Lula”.
Mas o juro está muito alto no Brasil mesmo, com uma expectativa de inflação que vem convergindo. Inclusive, se levar para o terceiro trimestre de 2027, que é o próximo horizonte relevante, você vai ter a inflação 3,1% ou 3%, está na meta.”
Confira o último programa na íntegra: