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Investimentos

Corte da Selic em janeiro? IPCA-15 de dezembro pode sinalizar juros ‘nas alturas’ por mais tempo; entenda

O IPCA-15 reportou uma alta de 0,25% mensal, de acordo com as expectativas de mercado. Veja 3 recomendações de títulos de renda fixa para investir nesse cenário.

Por Lais Costa

23 dez 2025, 14:45

Atualizado em 23 dez 2025, 14:45

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Imagem: iStock.com/alexsl

A maioria dos mercados globais devem operar com liquidez reduzida nos próximos dias devido às festividades de fim de ano que mantém o mercado fechado em diversas geografias.

Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros inalteradas em 2,00% na quinta-feira (18) em decisão unânime amplamente esperada pelo mercado.

O comunicado trouxe revisões nas projeções macroeconômicas para a inflação cheia estimada em 2,1% em 2025, desacelerando até 1,8% em 2027 e retornando a 2,0% em 2028. Já o crescimento econômico foi ajustado para baixo ao longo do horizonte para 1,4% em 2025, 1,2% em 2026 e voltando a 1,4% em 2027, devendo permanecer em 1,4% em 2028.

Em coletiva, a presidente do BCE Christine Lagarde afirmou que o cenário econômico é condizente com um período prolongado de estabilidade nas taxas e que o BCE deve permanecer dependente dos dados, sem oferecer uma sinalização futura (forward guidance). Hoje, os mercados precificam estabilidade das taxas em todas as reuniões de 2026.

Inflação e consumo em alta nos EUA

Nos EUA, o CPI de novembro divulgado também na quinta-feira avançou 0,2% no acumulado de setembro e novembro. No ano, o índice cheio acelerou 2,7%, abaixo da mediana das estimativas (3,1%) e o menor nível desde 2021. 

Na composição, o avanço foi puxado por energia, alimentos e custos de moradia. Na parte mais benigna, houve queda nos preços de hospedagem fora do domicílio, recreação e vestuário.

O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, também arrefeceu, com alta de 2,6% em 12 meses, puxado principalmente pela perda de fôlego no núcleo de serviços.

Vale lembrar que o Departamento do Trabalho dos EUA não conseguiu coletar grande parte dos dados de preços de outubro em decorrência do shutdown do governo, o que limitou a capacidade do órgão de calcular variações mensais para as medidas mais amplas de inflação e para várias categorias-chave em novembro. Parte das informações foi obtida posteriormente por meio de fontes não amostrais, e a coleta regular de dados foi retomada apenas em 14 de novembro.

Apesar da surpresa, o CPI de novembro deve ser interpretado com cautela, uma vez que a ausência de coleta de dados em outubro compromete a leitura das variações mensais e pode gerar distorções pontuais no curto prazo.

Em relação à atividade, a segunda revisão do PIB do terceiro trimestre mostrou uma alta de 4,3%, muito acima da revisão baixista esperada de 3,3%. O crescimento mais forte dois anos foi impulsionado pelo consumo de famílias e das empresas. Os dados de consumo pessoal foram revisados de 2,5% para 3,5%, também acima das expectativas dos economistas.

O mercado reagiu fortemente ao dado, com abertura relevante das taxas e redução da queda do índice do dólar (DXY).

Japão eleva taxa de juros

Na sexta-feira (19), o Banco Central do Japão (BOJ) elevou a taxa básica de juros em 25 pontos-base de 0,50% para 0,75%, marcando o nível mais alto em quase 30 anos e dando continuidade ao processo de normalização da política monetária após décadas de juros negativos.

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, por isso, o ponto mais importante sobre a decisão foi sobre os próximos passos da política monetária.

O BOJ informou que mantém em aberto a possibilidade de novas elevações de juros caso a economia e a inflação evoluam em linha com suas projeções, mas, ainda assim, a ausência de uma direção mais firme sobre o ritmo de próximos ajustes acabaram sendo interpretada de forma morna entre os mercados.

Em coletiva, o Governador Kazuo Ueda comentou que as taxas atuais ainda estão abaixo do nível neutro e que o banco continuará atento à dinâmica de salários e inflação ao definir o ritmo de aperto.

Dados do IPCA-15 aumentam chance de manutenção da Selic

No Brasil, o Relatório de Política Monetária do 4º trimestre divulgado pelo Banco Central mostrou revisão para cima nas projeções de crescimento do PIB de 2,0% para 2,3% em 2025 e de 1,5% para 1,6% em 2026.

Mais importante, em relação à inflação, o BC mostrou a projeção de 3,2% para o 3º trimestre de 2027. O modelo da autarquia só mostrou a inflação na meta de 3,0% no 1º trimestre de 2028. Embora a variação de até 0,2 ponto percentual tenha sido classificada como “ao redor da meta” por gestões anteriores do BC, os economistas esperavam números mais benignos, o que gerou uma reação para cima da curva de juros após a publicação.

Na coletiva, o presidente do Banco Central Gabriel Galípolo, contudo, tirou um pouco do peso dessa leitura mais “hawkish” e enfatizou que o BC não enviou nenhuma mensagem através das projeções e que a autoridade monetária manterá uma abordagem dependente dos dados.

O mercado, por outro lado, vem reduzindo constantemente as expectativas de corte de juros na reunião de janeiro.

Nesta manhã, o IPCA-15 de dezembro teve alta de 0,25% m/m, em linha com a mediana do mercado.

Entre os destaques, alimentos permanecem em deflação, enquanto os semiduráveis continuam pressionados pela alta de vestuário acima da sazonalidade para o período. Em bens duráveis, as principais contribuições para a deflação do grupo foram a queda de automóveis usados, refrigerador e computador, enquanto carros novos contribuíram para alta do indicador de preços.

Os preços administrados ficaram marginalmente estáveis devido à queda de energia elétrica após a mudança de bandeira vermelha 1 para amarela.

Por fim, o grupo de serviços tiveram leve queda em relação ao IPCA-15 de novembro, embora os serviços intensivos em mão de obra continuem bastante pressionados. A média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada desse grupo específico ultrapassou novamente o patamar de 7% ao ano, maior resultado desde março.

De maneira geral, o resultado de hoje (23) aumenta a probabilidade de manutenção da taxa Selic em janeiro.

Cardápio da semana

Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)23/12/2027 (730 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 8,35% a.a.
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45  
Características da LCA IPCA+ do Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Daycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máximaR$ 10 milhões
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)24/12/2027 (730 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 7,46% a.a.
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h
A taxa líquida da LCA do Daycoval é equivale a uma taxa bruta de IPCA+ 9,75% a.a., com spread de 156 pontos-base.
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Sofisa
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)12/12/2027 (726 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 8,20% a.a.
Tributação15,00%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação22h  

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 23 de dezembro de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (23) e podem mudar devido as oscilações de mercado.

Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos. 

Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.