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Investimentos

Cosan (CSNA3), a ‘Berkshire brasileira’: números fracos de Rumo são compensados pela Raízen no 4T21; veja o que esperar da ação

Segundo Felipe Miranda e Fernando Ferrer, analistas da Empiricus, CSAN3 está barata e tem alto potencial de valorização, especialmente diante da escalada dos preços dos combustíveis

Por Daniela Rocha

25 fev 2022, 16:18

A Cosan (CSNA3) apresentou resultado misto no quatro trimestre de 2021. Destrinchando o balanço do conglomerado, o desempenho fraco da Rumo, operadora de logística ferroviária, foi compensado pela Raízen, empresa de energia, segundo analistas da Empiricus.

“No geral, veio bom o resultado, mas muito dragado por Rumo, como já era esperado”, diz Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, que lidera a carteira Oportunidades de Uma Vida, na qual CSAN3 é uma das principais posições. 

O papel também faz parte do portfólio da série As Melhores Ações da Bolsa, conduzida pelo analista da casa, Fernando Ferrer. 

A Cosan reportou lucro líquido de R$ 1,28 bilhão no 4T21, revertendo prejuízo de R$ 112 milhões no mesmo período de 2020. No ano, atingiu R$ 6,3 bilhões, o maior já registrado na história da companhia, refletindo os ganhos líquidos da abertura de capital da Raízen. 

A receita líquida foi de R$ 34,35 bilhões entre outubro e dezembro de 2021, um aumento de 52,4% em relação ao quarto tri do ano anterior, impulsionada principalmente pela raízen

Assim, a Cosan consolidada atingiu R$ 2,76 bilhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)  no quarto trimestre do ano passado, queda de 6,1% na comparação anual. E a companhia gerou R$ 694 milhões em fluxo de caixa livre para os acionistas.

O Ebitda é um indicador que mede a eficiência operacional de uma empresa, o seu potencial de geração de caixa. 

Por dentro do balanço da Cosan

O analista Fernando Ferrer fez um relatório especial sobre o balanço da Cosan no 4T21. Eu tive acesso e apresento aqui para você os principais pontos:

Raízen foi destaque positivo

De acordo com o analista, mesmo com volumes e custos afetados pela quebra de safra da região centro-sul, a empresa foi beneficiada pelo aumento dos preços dos combustíveis. 

A Raízen, mesmo com volumes e custos afetados pela quebra de safra da região centro-sul, foi beneficiada pela melhor precificação dos combustíveis. O Ebitda foi de R$ 3,4 bilhões, expansão de 35% sobre o 4T20. Veja o desempenho por divisões:

Raízen Renováveis: Enquanto houve uma queda de 25% nas vendas de etanol no 4T21 em relação ao 4T20, o preço médio do combustível aumentou 67%. Por isso, houve uma expansão de 31% no Ebitda da divisão, somando R$ 1,4 bilhão.

Raízen Açúcar: O volume de vendas 35% menor e a alta dos preços de insumos fizeram com que o Ebitda recuasse 37%, para R$ 726 milhões. 

Raízen Marketing & Distribuição: A capacidade de repassar preços mais altos às bombas de combustíveis fez o Ebitda da atingir R$ 1,2 bilhão, crescimento de 42%.

Rumo apresenta números fracos

Para a Rumo, pesaram negativamente a quebra da safra do milho – que diminuiu os volumes transportados, e o aumento do preço do diesel, segundo o analista. 

Com isso o Ebitda da Rumo totalizou R$ 419 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 45% na mesma base comparativa. 

Compass tem performance positiva

A Compass, dedicada à distribuição de gás natural, teve alta de 23% no seu Ebitda, chegando a R$ 608 milhões. 

Conforme explica Ferrer sobre o resultado, além do maior volume de gás distribuído, houve repasse inflacionário. 

Moove tem queda nas vendas

Por fim, a Moove, distribuidora de lubrificantes, apresentou Ebitda de R$ 110 milhões no 4T21, uma queda anual de 24%. 

Ferrer ressalta que houve uma redução de 26% no volume comercializado, que foi parcialmente compensado pelos melhores preços

E, agora, o que esperar?

Os analistas seguem firmes com a recomendação de Cosan. “Olhando à frente, enxergamos uma dinâmica favorável para a Raízen diante da escalada de preços do petróleo, assim como a normalização das safras com as chuvas”, ressalta Fernando Ferrer. 

Para ele, CSAN3 está barata, negociando a 5,8 vezes o seu Ebitda para 2022, que vê um upside de 60%. 

Felipe Miranda diz que a Cosan é a “Berkshire brasileira”. “Ela é bastante diversificada, possui ótimos negócios, um time espetacular de gestão e está descontada na Bolsa”, ressaltou.

Foi uma alusão à Berkshire Hathaway, conglomerado de Warren Buffett, que atua em variadas frentes de negócios. 

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.