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Investimentos

Efeito tarifaço: Operação da Gerdau (GGBR4) nos EUA é, mais uma vez, destaque trimestral; veja análise do 3T25

Enquanto o Ebitda da operação brasileira caiu 13,1%, operação norte-americana da Gerdau registrou alta de 11,3% nesse indicador

Por Ruy Hungria

31 out 2025, 09:36

Atualizado em 31 out 2025, 09:36

gerdau ggbr4 goau4 dividendos

Imagem: Divulgação

A Gerdau (GGBR4) apresentou resultados em linha com as expectativas no terceiro trimestre de 2025 (3T25), com o bom desempenho na América do Norte parcialmente compensado pelas operações do Brasil, que seguem pressionadas pelas importações. 

Veja o desempenho da Gerdau por operação

Na operação brasileira, o volume de vendas cresceu +15,6% vs 2T25, ajudado principalmente pelo maior nível de exportações. Mas as margens e o Ebitda acabaram pressionados por menores preços no mercado interno, devido às elevadas importações de aço – mais uma vez, a companhia utilizou o release para reforçar a importância das medidas de defesa comercial.

Com isso, o Ebitda da ON Brasil caiu -13,1% vs 2T25, para R$ 763 milhões, com margem de apenas 9,9% (queda trimestral de -2,1 p.p.), um pouco mais fraco do que as expectativas. Ainda assim, vale ressaltar a diluição de custos e despesas proporcionadas pelas melhorias operacionais na planta de Ouro Branco. 

Na América do Norte, o volume de aço vendido aumentou +3% frente ao 2T25, que já tinha sido forte, mas a receita ficou praticamente estável por conta da desvalorização do dólar. No entanto, o impacto cambial foi ainda mais pronunciado nos custos e despesas, o que ajudou o Ebitda a saltar +11,3%, para R$ 1,8 bilhão, com ganho de +190 bps de margem. A companhia ressaltou que o ambiente segue bastante favorável, ajudado pelas tarifas de importação nos EUA, com carteira de pedidos em 70 dias. 

Apesar de menos representativa, a ON América do Sul mostrou avanço de 57% no Ebitda, que atingiu R$ 234 milhões, ajudada pela melhora da demanda na Argentina e ajuda da desvalorização do dólar na linha de custos e despesas. 

No consolidado, o Ebitda da Gerdau cresceu +6,9%, para R$ 2,7 bilhões, com ganho de +0,6 p.p. de margem. 

Lucro líquido da Gerdau no 3T25 foi de R$ 1,09 bilhão

A melhora operacional combinada com menores despesas financeiras em função da variação cambial mais do que compensaram o aumento no pagamento de IR, e o Lucro Líquido subiu +26,2%, para R$ 1,09 bilhão, em linha com as estimativas. 

O Fluxo de Caixa Livre atingiu R$ 1 bilhão, revertendo a queima de -R$ 700 milhões no 2T25, ajudado por redução no capital de giro, além de menor pagamento de juros e impostos, que mais do que compensaram o ligeiro aumento de capex. 

Com dividendos à vista, GGBR4 segue com recomendação de compra pela Empiricus

Isso contribuiu para uma leve redução no endividamento, para 0,81x dívida líquida/Ebitda (ante 0,85x no 2T25) e permitiu à companhia anunciar R$ 555 milhões em dividendos referentes aos resultados do trimestre. O programa de recompra de ações segue aberto e atingiu 88% do total. 

Apesar do ambiente ainda difícil no Brasil, Gerdau mostrou mais uma vez a importância da diversificação. Por apenas 4x valor da firma/ebitda, GGBR4 segue com recomendação de compra na Empiricus Research. 

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.