1 2019-12-09T13:32:41-03:00 xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 saved xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 2019-12-09T13:32:41-03:00 Adobe Bridge 2020 (Macintosh) /metadata
Investimentos

Ibovespa em rali eleitoral e ‘pelo em ovo’ na NVIDIA (NVDC34): Analistas da Empiricus comentam principais assuntos da última semana

Analistas do Empiricus Podca$t analisam a frieza dos investidores com a NVIDIA (NVDC34) e “rali eleitoral” na bolsa brasileira

Por Mariana Pavão

03 set 2025, 14:06

Atualizado em 03 set 2025, 14:06

mercado ibovespa ações bolsa b3 nvidia

Imagem: iStock.com/AF Digital Art Studio

A NVIDIA (NVDC34) voltou a entregar números históricos na temporada de resultados trimestral, superando US$ 46,7 bilhões em receita e margem bruta de 70% (confira mais detalhes sobre o balanço neste link). 

Mesmo em seu nono trimestre consecutivo de crescimento acima de 50% na receita, a reação do mercado foi morna, e as ações não performaram como em balanços anteriores.

O guidance de receita projetando US$ 54 bilhões para o próximo balanço superou as estimativas, mas parte do mercado sonhava com US$ 60 bilhões, embutindo a hipótese de uma retomada das vendas para a China

Como isso não se confirmou, veio a sensação de frustração. Para Matheus Spiess, analista de macroeconomia, esse foi apenas um pretexto: “o mercado ansiava por algum motivo para realizar lucro, ajustar a posição” disse. 

Na visão dele, foi um típico movimento de “procurar pelo em ovo” — quando investidores buscam defeitos em um resultado sólido apenas para justificar a venda.

A análise foi feita no episódio mais recente do Empiricus Podca$t, que reuniu Spiess, Larissa Quaresma, analista de ações, e Enzo Pacheco, analista de ações internacionais, para discutir os principais temas da semana.

NVIDIA no topo, mas investidores já olham para os lados

Apesar dos ânimos mais tênues, Pacheco acredita que o protagonismo da NVIDIA segue inquestionável:

“Para quem quer um tema de inteligência artificial, não tem como você não falar de NVIDIA e pensar na possibilidade de ter na carteira.”

Ele lembrou que a empresa quase dobrou de valor em apenas quatro meses, o que naturalmente levanta dúvidas sobre espaço para mais valorização e que “talvez a gente tenha esse movimento de migração para players menores”.

Entre os possíveis destinos dessa rotação, Pacheco citou empresas de infraestrutura de IA, como resfriamento de data centers e memória, segmentos que ganham importância com a alta demanda por capacidade computacional.

O analista também destacou a Alibaba (BABA34) como alternativa no setor de tecnologia: 

“Se você quer buscar uma Big Tech fora dos Estados Unidos, com valuation atrativo, pode comprar Alibaba.” 

A empresa chinesa surpreendeu no último trimestre, com crescimento de 26% em cloud, e negocia a múltiplos bem mais baixos do que os pares americanos (confira o resultado neste link).

A discussão também abordou se a euforia com a NVIDIA e a inteligência artificial não estaria perto de se transformar em bolha. Comparações inevitáveis foram feitas com a Cisco (CSCO34), protagonista da bolha da internet no final da década de 1990.

“Quando você fala de bolha, você fala de um momento muito desligado da realidade. E eu não acho que seja esse o caso”, ponderou Pacheco. 

Ele lembrou que, no auge, a Cisco negociava a mais de 100 vezes lucro. Já a NVIDIA, mesmo após valorização, está abaixo de 40 vezes.

Para os analistas, isso reforça que, por mais cara que pareça, a gigante da IA ainda entrega fundamentos que justificam sua posição de liderança.

Ibovespa: nova máxima engatilhada por rali eleitoral 

Enquanto a NVIDIA era analisada lá fora, no Brasil o Ibovespa voltou aos holofotes. No dia 29 de agosto, o índice cravou a nova máxima histórica de 141.422 pontos.

Para Spiess, o maior gatilho recente está pautado no “rali eleitoral”, que ganha corpo conforme novas pesquisas são divulgadas. Ele destacou que o mercado já começa a precificar uma alternativa de perfil mais liberal:

“Uma candidatura reformista, fiscalista para o mercado. É isso que o mercado interpretou. Se somou com essa expectativa de corte de juros, com o dólar mais fraco.”

Segundo o analista, esses três pilares — candidatura reformista, queda de juros e dólar globalmente mais fraco — voltaram a dar tração ao Brasil. Mas também citou mais teses estruturais de longo prazo que reforçam o apelo do país.

“Você tem rotação regional de recursos vindo para o Brasil, o país como um berço possível para ancorar data centers para IA, energia renovável. O Brasil é um celeiro para o mundo, alimentando o crescimento populacional ao longo das próximas décadas.”

Na visão de Spiess, o país chega a esse momento com ativos descontados e posição técnica favorável.

“O Brasil está leve no posicionamento técnico. A gente está saindo de um período de correção muito forte da indústria, da segunda metade de 2021 até aqui.”

Larissa acrescentou dados para embasar a tese. Segundo ela, retirando Petrobras e Vale, o Ibovespa negocia a 9,5 vezes lucros, contra média histórica de 11,5 vezes. Ela apontou:

“Isso sugere um upside de 20% a 30%. Fora o movimento de expansão de lucros projetados que tende a vir em um segundo momento, com a Selic estruturalmente mais baixa, com menos despesa financeira das empresas.”

O episódio também trouxe à mesa o case da Rede D’Or (RDOR3), avaliado por Larissa no contexto de recuperação do setor de saúde, e as perspectivas para os cortes de juros americanos no próximo encontro do Federal Reserve, marcado para 17 de setembro. 

Para conferir todas as análises na íntegra, assista ao Podca$t completo no vídeo abaixo.

Redatora dos portais Empiricus, Seu Dinheiro e MoneyTimes.