Imagem: Edição CanvaPro
O Itaú (ITUB4) realizou mais uma edição de seu encontro anual com investidores, reforçando que a capacidade de adaptação está no DNA da instituição.
Se em anos anteriores o foco esteve no lançamento de grandes iniciativas, em 2025 a mensagem foi de captura de valor dos investimentos já realizados, com resultados palpáveis em crescimento, eficiência e rentabilidade.
O banco reforçou que a combinação de hiperpersonalização, escala tecnológica e disciplina de capital torna sustentável um ROE acima de 24% no Brasil (no 2T25, o indicador foi de 24,4%). Além disso, pode haver espaço para maior distribuição de dividendos do Itaú aos acionistas a partir de 2027. A seguir, detalhamos os principais pontos do evento.
Cultura e tecnologia do Itaú: a base da transformação
O destaque inicial veio dos Co-Presidentes do Conselho de Administração do Itaú, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, que reafirmaram a cultura de mudança como alicerce do Itaú. Esse espírito se materializa no investimento pesado em tecnologia dos últimos anos — são 17 mil profissionais dedicados — e no avanço do super app One Itaú, que já alcança 10 milhões de clientes e deve chegar a 15 milhões até o fim de 2025, mantendo NPS acima de 80.
A aposta na hiperpersonalização permeia todas as áreas. Produtos como o One Itaú e o Itaú Emps (voltado para pequenas e médias empresas) ampliam a principalidade dos clientes e a eficiência do atendimento. A utilização de inteligência artificial já contabiliza mais de 500 casos internos, com ganhos de produtividade de até 7x em análises de risco.
Varejo: ganho de escala e eficiência
No varejo, o Itaú já é líder na alta renda e pretende expandir seu atendimento digital na média e baixa rendas: em 2 a 3 anos, 70% do atendimento será remoto, contra 15% hoje. A abertura de contas leva apenas 4 segundos, e funcionalidades como Pix no WhatsApp e Cofrinho reforçam a proposta de valor.
A ambição é dobrar a carteira de varejo até 2030, com rentabilidade sustentada. O banco sinalizou um novo patamar sustentável de ROE entre 25% e 30% no segmento, reflexo de maior penetração de produtos e eficiência no custo de servir. No 2T25, o ROE foi de 28%.
No segmento de PMEs, o banco triplicou a carteira de crédito nos últimos anos, mantém a menor inadimplência de sua história e lançou o Itaú Emps como banco digital dedicado. A expectativa é multiplicar por até 3x a base de clientes nesse mercado.
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Atacado e Wealth Management: diversificação e cross-selling dos serviços
O Itaú BBA registrou evolução expressiva: em 5 anos dobrou o portfólio de crédito, assumiu liderança em derivativos e câmbio, e mais que dobrou a receita de investment banking, apoiado em melhorias na distribuição de renda fixa privada.
A tesouraria já opera em mais de 10 mercados internacionais, adicionando diversificação ao resultado do banco. Ademais, a companhia lançou novos serviços ao atacado: Seguros e Trading Agro.

No Wealth Management, o aplicativo Íon atingiu NPS de 75 e a Itaú Asset ultrapassou R$ 1 trilhão em ativos sob gestão, com destaque para o crescimento de carteiras administradas. No Private, que já detém 30% do mercado, a ambição é mais que dobrar resultados até 2030.
Fora do Brasil, os destaques foram as operações no Uruguai (ROE de 39%) e Paraguai (ROE de 29%), enquanto Chile e Colômbia seguem desafiadores, mas em processo de transformação.
Eficiência e dividendos: captura de valor dos investimentos passados
A mensagem central de Milton Maluhy foi de que o banco entrou em uma nova fase: a captura de valor dos investimentos em tecnologia, que permeia todas as áreas do banco, inclusive com uso de IA. O resultado disso é maior escalabilidade, custo de servir mais baixo e capacidade de atender públicos antes inviáveis economicamente.

Do lado de capital, o Itaú mantém disciplina. O modelo de retorno sobre capital alocado permite resultados resilientes, e a política de dividendos foi reafirmada: não há intenção de reter capital além do necessário.
A expectativa é que dividendos “extraordinários” anuais se tornem recorrentes, com novo pagamento adicional já no início de 2026. O payout, atualmente em 60% do lucro gerado no ano, poderá ser revisado para cima em setembro de 2026, dependendo das condições de mercado e regulatórias.
Conclusão: Itaú tem crescimento com rentabilidade
O Itaú mostrou que não está apenas se transformando — está colhendo os frutos dessa transformação. O banco combina liderança em tecnologia, expansão no varejo, fortalecimento do atacado e excelência em eficiência, com rentabilidade entre as mais altas do setor.
As ações ITUB4 negociam a um valuation premiado: o índice preço / patrimônio líquido está em 1,95x, um dos maiores do setor. Ainda assim, vemos o prêmio como justo, dada a alta rentabilidade da operação, de forma sustentável, e o potencial de crescimento que ainda existe, especialmente nos segmentos de menor renda. Assim, Itaú segue como recomendação Empiricus.
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