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O Itaú (ITUB4) reportou mais um forte trimestre, em linha com a habitualmente elevada expectativa. O lucro líquido foi de R$ 11,9 bilhões, +3% trimestralmente e +11% na visão anual, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 23,3%, estável sequencialmente e +0,6 p.p. anualmente.
O resultado robusto foi explicado pela inadimplência controlada mesmo com a expansão da carteira de crédito, a despeito da elevação dos calotes no país. Novamente, o Itaú mostra consistência e confiabilidade operacional.
Carteira de crédito cresce 7,5% na visão anual
A carteira de crédito cresceu 1,7% no trimestre ou 7,5% no ano, para R$ 1,4 trilhão, excluindo o efeito de variações cambiais. O desempenho foi puxado por crédito imobiliário (+2,0% sequencialmente); micro, pequenas e médias empresas (+1,5%); grandes empresas (+1,9%); e América Latina (+2,7%). O crédito consignado se contraiu em 0,8%, em função principalmente do setor público, dado que o banco seguiu crescendo no privado.
Já a margem financeira com clientes, que consiste na receita de juros líquida do custo de captação, cresceu 0,5% sequencialmente ou 11% anualmente, para R$ 30,5 bilhões. Houve uma pequena compressão do spread global, que saiu de 9,2% no 2T25 para 9,0% agora, embora ainda permaneça acima dos 8,7% do mesmo período do ano passado. Isso se deve à menor participação de operações estruturadas do atacado, que ajudaram o trimestre anterior; ao teto de juros no consignado e no cartão de crédito rotativo; e à menor participação da carteira de cartões no todo.
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Inadimplência do Itaú fica estável no trimestre
A inadimplência permaneceu controlada: o índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias ficou estável, em 1,9% da carteira de crédito. O mesmo indicador para a janela entre 15 dias e 90 dias teve uma leve alta, de 1,7% para 1,9%, em função de um cliente específico do atacado – mas que já estava provisionado; portanto, sem impacto na despesa para os calotes.
Assim, o custo do crédito foi de R$ 9,1 bilhões, o que representa 2,6% da carteira em termos anualizados, estável sequencialmente. Assim, o spread global ajustado ao risco, ou seja, após o custo da inadimplência, ficou em 6,2%, -0,1 p.p. versus o trimestre anterior.
Margem com o mercado é destaque positivo do 3T25 do Itaú
A margem com o mercado foi o destaque positivo: o resultado da tesouraria foi de R$ 902 milhões no trimestre, o que levou o acumulado do ano para R$ 2,7 bilhões – quase no topo do guidance do ano inteiro, de R$ 3,0 bilhões. Com isso, a companhia revisou para cima a sua projeção desta linha, agora estimada entre R$ 3,0 bilhões e R$ 3,5 bilhões. Essa mudança já era esperada, dado o bom comportamento da linha ao longo do ano.
Por sua vez, a receita de serviços e seguros cresceu 7% no ano, para R$ 14,7 bilhões. Destaque para seguros, previdência e capitalização (+18%), assessoria financeira (+10%) e administração de recursos (+10%).
Na frente de despesas operacionais, houve um crescimento de 8% na visão anual, puxado por despesas de tecnologia (+17%) e transacionais (+10%).
O acordo coletivo de trabalho, com reajuste salarial de 5,8% a partir de setembro, impactou ambas as linhas. Ainda assim, o índice de eficiência, que relaciona receitas com despesas, seguiu melhorando: caiu de 39,1% para 38,8%.
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ITUB4 segue com recomendação de compra
No todo, consideramos que o resultado foi sólido, como tem sido o caso para o Itaú há vários trimestres, e aponta para o atingimento do guidance do ano.
Olhando à frente, a companhia deve fazer o já tradicional dividendo “extraordinário” anual, o qual pode ser antecipado ainda para este ano, a depender da definição de tributação pelo Congresso Nacional.
Para o próximo ano, esperamos uma aceleração do crescimento da carteira de crédito, com queda da inadimplência. Negociando a 2,0x seu valor patrimonial, o prêmio de ITUB4 versus os pares segue justificado pela performance superior, e segue como recomendação de compra.