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Investimentos

Lucro da Intelbras (INTB3) surpreende no 3T25, apesar de crescimento tímido; ações ainda são atrativas?

Apesar de resultados abaixo do esperado, margem bruta é destaque nos resultados do 3T25.

Por Larissa Quaresma, CFA

29 out 2025, 10:02

Atualizado em 29 out 2025, 10:02

Intelbras (INTB3)

Imagem: Divulgação/Intelbras

Na última terça-feira (28), após o fechamento do mercado, a Intelbras (INTB3) divulgou os resultados referentes ao 3T25, que vieram marginalmente abaixo da nossa expectativa.

De modo similar ao trimestre passado, a empresa apresentou uma receita abaixo das expectativas, mas com surpresa positiva nas margens e no lucro líquido. A forte geração de caixa livre e a melhoria no ROIC foram destaques positivos para o período.

Receita líquida da Intelbras abaixo do esperado, mas margem bruta é destaque

Uma contração nas vendas era esperada, principalmente pelo recorrente recado da administração que apontava um direcionamento de esforços para rentabilidade em detrimento do crescimento. Ainda assim, alguns impactos foram mais fortes do que o estimado. A receita líquida da Intelbras foi de R$ 1,12 bilhão (-9,6% a/a), abaixo da nossa estimativa (R$ 1,21 bi) e do consenso de mercado (R$ 1,22 bi). 

Core business da companhia, o segmento de segurança cresceu 4,4% a/a, em linha com nossas expectativas, (R$ 702 milhões vs. R$ 706 milhões est.). O resultado mais fraco se concentrou nas frentes de Comunicação (TIC) e Energia, que na comparação anual, caíram 13% e 39%, respectivamente. O desempenho da receita repercutiu nas linhas seguintes da DRE.

Um dos destaques positivos foi a margem bruta de 30,9% (v.s. 30,0% pelas nossas expectativas e 30,1% segundo o mercado). Esse ganho de margem representa vendas de maior qualidade, em linha com os esforços da empresa. Ainda se observa o impacto negativo do AVP sobre o valor presente das receitas, dada a Selic de 15% e pelo menor valor de estoque financiado.

O EBITDA da Intelbras do trimestre foi de R$ 144 milhões, abaixo da nossa projeção (R$ 151 milhões) e do mercado (R$ 155 milhões). A melhora do lucro bruto culminou numa margem EBITDA de 12,8%, 0,7 p.p. acima do 3T24, mesmo com uma representatividade maior das despesas gerais e administrativas em relação à receita líquida, algo esperado, dada a menor diluição dos gastos em um cenário de vendas contidas.

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Resultado financeiro da Intelbras no 2T25

No resultado financeiro, houve melhora relevante em função da maior geração de caixa da empresa no 2T25 e ao longo do 3T25. Houve redução de 20% das despesas financeiras na visão anual, impactadas positivamente pelo AVP mais forte, compensando o efeito da margem bruta. Em paralelo, a receita financeira cresceu 29% a/a, resultando em um desempenho acima do consenso nessa linha.

Impactado pela melhoria de margens, o lucro líquido da Intelbras surpreendeu positivamente, com crescimento de 14,3% a/a, atingindo a cifra de R$ 147,9 milhões (vs. R$ 138 milhões nas nossas expectativas e 135MM pelo consenso de mercado). O resultado financeiro também impactou a linha. 

A forte geração de caixa livre, de R$ 349 milhões (excluindo financiamentos), foi um dos principais destaques positivos, atribuído a uma melhora no capital de giro. A Empresa voltou à condição de caixa líquido (mais caixa que dívidas). 

É hora de comprar ações INTB3?

A empresa segue caminhando com foco em rentabilidade. O ROIC (um dos principais guias do grupo) voltou a crescer, atingindo 14,5% nos últimos 12 meses, 0,9 p.p a mais que na última divulgação.

Apesar do resultado contido, os papéis de Intelbras seguem apresentando preços atrativos. Negociando a um múltiplo P/L para o final de 2026 em 6,3x pelo consenso de mercado e 6,8x nas nossas estimativas, mantemos recomendação de compra para ações INTB3.

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.