1 2019-12-09T13:32:41-03:00 xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 saved xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 2019-12-09T13:32:41-03:00 Adobe Bridge 2020 (Macintosh) /metadata
Investimentos

O que é IPCA e Mega Sena perto da distribuição de quase R$ 25 bilhões em dividendos de Petrobras (PETR4)

A Petrobras anunciou uma gorda distribuição de dividendos e as ações subiram 4% ontem (11) após a notícia

Por Ruy Hungria

12 maio 2023, 09:55

Atualizado em 12 maio 2023, 11:10

Petrobras PETR4

A Petrobras (PETR4) divulgou, mais uma vez, bons resultados referentes ao 1T23, mas os números do trimestre foram coadjuvantes, após mais um anúncio de dividendos bilionários

Sobre o 1T23, os números apresentaram uma queda na comparação com os trimestres anteriores, o que está relacionado à queda de aproximadamente -8% nas cotações do petróleo, além de uma pequena valorização cambial também. Ainda assim, os resultados vieram sólidos e um pouco acima das expectativas. 

Resultado de Petrobras por segmento

O segmento de Exploração & Produção (E&P) apresentou uma receita de R$ 81,7 bilhões, queda de -8% na comparação com o 4T22, por conta da desvalorização do Brent. No entanto, mesmo com esse efeito negativo, o Ebitda do segmento caiu apenas -2%, o que é explicado por um custo de extração -9% mais baixo – reflexo do maior foco no pré-sal e menos paradas para manutenção –, além de menores despesas exploratórias, que ficaram muito acima da média no 4T22. 

O bom desempenho de Petrobras em E&P foi um pouco compensado por uma piora do segmento de Refino. A queda do petróleo no período trouxe uma desvalorização do estoque, e as despesas também aumentaram por conta de uma reversão de impairment na RNEST, que ajudou os resultados do 4T22. O Ebitda do segmento caiu -16% na comparação com o trimestre anterior, e veio abaixo das estimativas. 

Para fechar, o segmento de Gás e Energia conseguiu superar os números do 4T22. Mesmo com a menor demanda e a queda nos preços de gás, os custos de aquisição da molécula despencaram no período, o que implicou em melhores margens e em um aumento de 22% no Ebitda do segmento. 

Ebtida consolidado e lucro líquido

No consolidado, o Ebitda superou as expectativas e atingiu R$ 72,4 bilhões, com uma ligeira queda de -0,8% para o 4T22, mesmo com uma desvalorização bem maior do petróleo no período.

O resultado financeiro ficou negativo em -R$ 3,2 bilhões, ante um ganho de R$ 1,5 bilhão no 4T22, o que é explicado por uma variação cambial menos intensa, e da não ocorrência de atualização monetária de dividendos a pagar no período. 

No fim, o Lucro Líquido recorrente atingiu R$ 37,8 bilhões que, apesar da queda de -12% na comparação com o 4T22, superou as expectativas do mercado. 

Fluxo de caixa e dividendos

O endividamento de Petrobras segue muito baixo (0,58x dívida líquida/Ebitda) e o Fluxo de Caixa Livre atingiu ótimos R$ 41 bilhões, o que inclusive permitiu o anúncio de mais uma rodada de dividendos bilionários para os acionistas. Serão quase R$ 25 bilhões em dividendos, equivalentes a R$ 1,89 por ação – cerca de 7% de yield com base no fechamento de ontem (11). 

A distribuição está em linha com a política de dividendos que tem sido adotada nos últimos anos, e trouxe um alívio para os investidores que temiam um corte de dividendos pela nova gestão já neste primeiro trimestre. Aliás, os papéis subiram quase 4% no pregão de ontem por conta da surpresa positiva com o anúncio. 

A grande questão é que isso não significa que a política de distribuição será mantida no futuro. Na verdade, a maior probabilidade é de que realmente teremos uma redução na distribuição de dividendos para bancar maiores investimentos em energia renovável, refino, entre outros ativos de menor rentabilidade do que o pré-sal. 

Apesar disso, dado o valuation barato atual – 3 vezes lucros esperados para este ano – e o yield ainda elevado, mesmo já considerando uma redução na distribuição de proventos, as ações de Petrobras (PETR4) seguem na série Vacas Leiteiras, focada em dividendos. 

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.