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Santander (SANB11) tem resultado morno no 1T22, mas isso não ‘arranha’ o potencial de sua ação, destaca analista

Números ficam marginalmente aquém das expectativas do mercado; banco continua como posição estratégica na carteira da Empiricus com projeções de dividendos interessantes para este ano

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Data de publicação
2 de maio de 2022
Categoria
Investimentos

O resultado do primeiro trimestre deste ano do banco Santander (SANB11) foi morno, segundo Fernando Ferrer, analista da série As Melhores Ações da Bolsa da Empiricus.  

Apesar de ter ficado ligeiramente abaixo das projeções de agentes de mercado, o  papel SANB11 chegou a cair mais de 4% na Bolsa após a divulgação do balanço.  

No entanto, Ferrer, esse “bancão” continua como uma posição defensiva na carteira que ele lidera. 

“Do nosso ponto de vista, embora morno, vemos o trimestre do banco pela ótica do copo meio cheio, com o Santander conseguindo manter a sua inadimplência controlada, entregando um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) acima de 20,7%”, pontua o analista.

Os números

Estimativas do mercado apontavam para um lucro líquido de US$ 4,011 bilhões para o primeiro trimestre deste ano, conforme levantamento da Bloomberg, e o banco acabou reportando US$ 4,005 bilhões.

No quesito oferta crédito, a exemplo dos empréstimos, cartão de crédito e financiamentos, o Santander registrou aumento de 19% para pessoas físicas, mas registrou uma queda de 11% na oferta para grandes empresas, o que representou o crescimento da carteira de crédito em 7,2% na base anual, mas queda de 1,6% em relação ao 4T21.

O índice de inadimplência acima de 90 dias para pessoas físicas subiu de 3,6% para 4,0%, o indicador para empresas avançou de 1,3% para  1,4%, totalizando 2,9%, contra 2,1% no ano passado. Mas o analista da Empiricus destaca que o aumento marginal da inadimplência já era esperado, dado o cenário macroeconômico difícil.

Lado cheio do copo: ganho de clientes e dividendos no radar

O analista destaca, entretanto, que a base de clientes do Santander atingiu 54,8 milhões de usuários de janeiro a março de 2022, 12% acima de 1T21, principalmente via canais digitais (+17% em relação a 1T21). 

“Atualmente, o banco conta com cerca de 27% de sua base utilizando pelo menos seis serviços oferecidos, o que segue em linha com a estratégia de prover e proporcionar experiência mais completa ao cliente final”, ressalta o analista em seu relatório. 

Imagem de gráficos que mostram o crescimento da base de clientes do banco Santander

Na comparação com o 4T21, o banco conseguiu reduzir suas despesas gerais em 1,3%, o que acabou colaborando com o lucro líquido reportado e com um retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) de 20,7%.

Para Ferrer, a ação ainda está descontada. “Negociando a atrativas 7 vezes o seu lucros e carregos (dividend yield) estimado de 7,3% para o ano atual, o Santander Brasil segue como importante posição no nosso portfólio”, diz. O analista considera que apesar de estar sofrendo no curto prazo, a ação SANB11 pode ter uma valorização interessante no médio e longo prazo. 

Preço Alvo

Cotada na Bolsa do Brasil (B3) a R$ 31,55, a SANB11 continua com preço alvo na carteira As Melhores Ações da Bolsa de R$ 55,00, o que representa um upside de 74% da ação.