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Tanto pelo apelido de ‘setembro vermelho’, quanto pelo termo ‘setembro chove’, é fácil de ver que os investidores não têm um bom olhar para o mês. Historicamente, setembro é conhecido por ser um dos períodos mais difíceis para os mercados, inclusive para as criptomoedas.
Até mesmo o S&P 500 não escapa do fenômeno – que já é tão recorrente que faz parte das decisões para quem investe há algum tempo.
“Desde 1950, o índice apresenta um retorno médio de -68% em setembro, sendo o único mês no calendário com uma média negativa em 75 anos. Apenas 44% dos setembros foram positivos e na última década a queda média piorou ainda mais”, explica Luis Kuniyoshi, da Empiricus.
O padrão se repete no criptomercado: a imagem abaixo representa o ‘mapa de calor’ do Bitcoin (BTC), com os retornos mensais de 2017 a 2025 – a maior parte dos ‘setembros’, são negativos.

O mesmo acontece com a segunda maior moeda digital, Ethereum (ETH). Nesse sentido, o especialista reforça que há correlação entre ativos tradicionais e os criptoativos.
Mas por que setembro é vermelho?
Entre as hipóteses , Kuniyoshi destaca 3, que na sua visão, ajudam a entender o motivo de setembro ser vermelho:
- Rebalanceamento de portfólios: Depois do verão no hemisfério norte, é comum grandes fundos e investidores institucionais ajustarem suas carteiras – o que pode gerar pressão de venda no mercado.
- Realização de lucros: Para garantir ganhos antes da reta final do ano, alguns investidores vendem suas posições.
- Prejuízos fiscais: É comum que investidores vendam seus ativos em queda nessa época para registrar perdas e compensar impostos em outras operações.
“Apesar de tudo, vale ressaltar que o chamado setembro vermelho deve ser visto como apenas um dos fatores na hora de analisar o contexto. Ele é só mais um entre tantos outros que influenciam as criptomoedas”, afirma o especialista.
Mesmo com o histórico negativo do mês, o especialista defende que os investidores devem se manter firmes nos fundamentos e não se deixar levar pelos ruídos.
“Nessas horas, o principal desafio é você saber, separar aqui ruído de sinal e não acabar caindo no medo, na incerteza e na dúvida, que sempre aparecem no mercado. A melhor coisa a se fazer é gerir risco, olhar pro longo prazo e montar uma estratégia consolidada”, conclui Kuniyoshi.