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Day One

O futuro chega mais depressa a cada dia

Estamos vivendo uma Bolha de AI? Se não de valuation (por enquanto), talvez uma bolha de lucros de AI? Ou quem sabe uma bolha de capex?

Por Rodolfo Amstalden

05 nov 2025, 11:45

Atualizado em 05 nov 2025, 11:45

O futuro chega mais depressa a cada dia

Imagem: Edição CanvaPro

Já que o Copom de hoje não deveria servir para muita coisa, vamos pensar em temas mais quentes e polêmicos para o momento: 

Estamos vivendo uma Bolha de AI?

Se não de valuation (por enquanto), talvez uma bolha de lucros de AI?

Ou quem sabe uma bolha de capex?

Em caso afirmativo, pergunta honesta e legítima: vale a pena vivê-la anyways? 

Ao contrário do que prega o politicamente correto, dá para ganhar muito dinheiro investindo em bolhas…

… e dá para perder também.

Sempre que a expressão “bolha” começa a flutuar nos mercados, nosso primeiro impulso natural é o de vender os ativos potencialmente inflados e correr para a segurança.

Se você já estava por aqui 13 anos atrás, durante o subprime, sabe bem que as crises financeiras modernas podem ser muito piores do que suas descendentes clássicas, pois os efeitos em cadeia hoje são muito mais profundos e densos do que há 50 ou 100 anos.

Por outro lado, talvez seja razoável reconhecer que a qualidade dos erros de cálculo que o mercado comete também está melhorando exponencialmente a cada dia.

Particularmente, eu nunca fui muito fã de expectativas racionais, construídas por economistas e filósofos em vista da beleza do argumento.

Mas acredito muito em expectativas adaptativas, e em como processos iterativos de adaptação ao longo de décadas podem produzir resultados sistematicamente melhores.

Nas bolhas do passado, a estória contada era mais ou menos assim: “e aí, aqueles idiotas com sotaque holandês começaram a comprar e vender tulipas estupidamente inflacionadas, eram uns grandes bêbados que se masturbavam em cima de imagens de tulipas; deu no que tinha que dar”.

Atualmente, acho que o debate é um pouco mais arrojado.

Basicamente, Big Techs como Amazon, Google, Meta, Microsoft e Oracle alocam running rate cerca de US$ 400 bi por ano em projetos de capex intensivos em AI.

Pode até ser que Bezos, Pichai, Zuckerberg, Nadella e Ellison gostem de fazer sexo com flores, mas também devemos cogitar que talvez (apenas talvez) eles estejam enxergando algo que nós não estamos enxergando.

Porque, se é verdade que o futuro chega mais depressa a cada dia, também é verdade que ele chega depressa para alguns e devagar para os outros.

As contas atuais de que “o ROIC agregado do capex com AI não se paga” não bastam para resolver a questão pró-bolha, pois não temos ainda um horizonte suficiente de maturação dos projetos (pode ser que sim e pode ser que não).

É perfeitamente possível que as Big Techs estejam simplesmente surfando um efeito manada baseado em FOMO (lembra do Google+ ou do Metaverso?). 

Ao mesmo tempo, porém, precisamos considerar a hipótese de que tem gente esperta tocando essas empresas, e com informações de ponta mais ricas e detalhadas do que as nossas.

PS. Inspirada em nossas ideias de Vacas Leiteiras, a carteira automatizada de dividendos na Plataforma BTG vem entregando retornos acima do Ibovespa no ano, e atendendo ao perfil dos ordenhadores de renda extra; venha conhecer!

Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.