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Assaí (ASAI3) supera Lojas Americanas (AMER3) e lidera ranking de presença em lares; vale a pena investir na empresa do atacarejo?

Pesquisa aponta que uma em cada quatro residências frequenta as lojas da rede de atacarejo Assaí (ASAI3)

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Autor
Juan Rey
Data de publicação
26 de setembro de 2023
Categoria
Investimentos
Assai ASAI3

A rede de atacarejo Assaí (ASAI3) ultrapassou a Lojas Americanas (AMER3) e se tornou a companhia com maior presença nos domicílios brasileiros no primeiro semestre de 2023 no segmento alimentar.

A pesquisa feita pela NielsenIQ mostrou que o Assaí alcançou taxa de penetração de 24,4% nos seis primeiros meses do ano – alta de 3 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022.

Em termos mais simples, o número indica que uma em cada quatro residências frequenta as lojas da rede de atacarejo.

Americanas sofre consequências da fraude contábil

Na contramão, a Lojas Americanas fez o caminho inverso e passou de 24,6% de penetração no 1S22 para 21% no primeiro semestre de 2023, conforme apuração do jornal Valor Econômico. Agora, a companhia passa a ocupar o terceiro lugar no ranking.

Segundo Fernando Ferrer, a queda nas vendas da Americanas é uma consequência do rombo fiscal descoberto em janeiro e da recuperação judicial.

“Os dados mostram que a parte de vendas online caiu 95%. Na parte de loja física caiu menos, mas ainda assim bastante, porque o consumidor migrou seu perfil de consumo para outras redes, seja porque a Americanas já não tem o mix que ele procura, porque fechou a loja mais próxima ou porque não existe mais confiança”.

Atacarejo é o modelo que mais cresce nos últimos anos

Por outro lado, o atacarejo tem ganhado cada vez mais representatividade e capturado esse mercado. 

Não por acaso, pela primeira vez as duas primeiras colocações do ranking são de empresas do segmento: Assaí e Atacadão, respectivamente.

“O modelo de atacarejo vem sendo aperfeiçoado e é o que tem apresentado o maior crescimento nos últimos anos. Tem ganhado relevância pela maior competitividade de preço e a mudança no perfil de serviço. Hoje você vai no atacarejo e tem outros serviços embutidos ali, que permitem que você tenha uma experiência de consumo melhor, o que aumenta o ticket médio e melhora a experiência”, avalia Ferrer.

Um dos fatores que aceleraram o crescimento do atacarejo é a queda do poder de consumo da população brasileira por conta da inflação elevada nos últimos anos, afirmou o analista.

“Um modelo mais barato, que tem adicionado serviços e em um momento de perda de poder de compra, naturalmente se torna vencedor. Normalmente os produtos dentro do atacarejo são de 10% a 15% mais baratos”, aponta.

Assaí desponta como melhor opção do setor, segundo analista

Dentre as empresas do atacarejo listadas em bolsa – Atacadão (CRFB3), Grupo Mateus (GMAT3) e Assaí (ASAI3), o analista vê a última como melhor opção do setor.

A pesquisa da NielsenIQ, que teve 8,2 mil lares como amostragem, apontou que a companhia adicionou cerca de 1,8 milhão de domicílios à base no período de um ano, totalizando 13,5 milhões de casas atendidas. 

A aquisição das lojas do Extra tem papel fundamental nessa expansão, avalia Ferrer.

“As lojas eram muito bem localizadas, então você acaba tendo uma conversão e um aumento de faturamento muito rápido. No último trimestre eles tinham mostrado que esse número estava em 2,5 vezes. Ou seja, enquanto a antiga loja Extra vendia 100, essa nova loja do Assaí já está vendendo 250. É bem representativo”, aponta.

Além da boa conversão das lojas adquiridas, o analista Fernando Ferrer destaca três pontos que justificam o investimento:

  • O benefício da queda do juro para a empresa, que está alavancada
  • a saída do Grupo Casino, controlador que não era bem visto pelo mercado;
  • valuation atrativo.

“O Assaí negocia a 10x lucro. Dada a oportunidade de crescimento, o ganho de mercado que ela tem apresentado como a pesquisa mostrou, a oportunidade de desalavancagem financeira e o valuation barato, a gente prefere ASAI3 às demais”, recomendou Fernando Ferrer.

Confira a entrevista completa do analista sobre o assunto no Giro do Mercado: