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Cosan (CSAN3): performance fraca de Raízen no 3T22 é compensada pelos fortes desempenhos das outras empresas do conglomerado

Apesar do 3T22 ruim, expectativa para o longo prazo de Raízen é positiva. No geral, resultados de CSAN3 vêm em linha com o esperado

Por Larissa Quaresma, CFA

14 nov 2022, 11:15 - atualizado em 14 nov 2022, 16:18

Logo da Cosan (CSAN3)
Fonte: Divulgação/Cosan

Na sexta-feira (11), após o fechamento do mercado, a Cosan (CSAN3) divulgou seus números do 3T22. O resultado veio em linha com nossa expectativa, em função de uma performance mais fraca de Raízen, parcialmente compensada pelos fortes desempenhos de Rumo, Compass e Moove. Importante mencionar que os resultados das subsidiárias já haviam sido divulgados anteriormente.

O EBITDA da Raízen ficou em R$ 2,8 bilhões, queda anual de 14%. A diminuição se deve a dois efeitos:

1) diminuição do volume de vendas de combustíveis renováveis próprios e pressão inflacionária nos custos, o que fez com que o EBITDA de Renováveis caísse 41% anualmente;

2) marcação negativa dos estoques de combustíveis, em função dos menores preços praticados no mercado doméstico, o que gerou uma queda de 27% no EBITDA de Marketing & Distribuição.

Por outro lado, os preços mais altos da venda de açúcar e o aumento de participação dos canais diretos fizeram com que o EBITDA de Açúcar crescesse 103% anualmente. Inclusive, o aumento da participação de canais próprios na venda de açúcar é um importante pilar da tese de investimento da Raízen.

Rumo reporta EBITDA recorde

Já a Rumo alcançou um EBITDA recorde, de R$ 1,4 bilhão (+58% anualmente). A performance foi impulsionada pelo volume recorde, beneficiado pela maior safra de milho, além de um crescimento de 23% na tarifa média.

Compass, por sua vez, teve um crescimento de 11% no EBITDA, que foi de R$ 966 milhões. A consolidação da Commit (antiga Gaspetro), adquirida pela companhia, foi parcialmente compensada pela piora nos volumes ao segmento industrial, em função de paradas de manutenção.

Por fim, a Moove foi beneficiada pelo primeiro trimestre de consolidação completa das adquiridas PetroChoice e Tirreno, o que gerou um aumento de 57% no EBITDA, para R$ 245 milhões.

A soma desses efeitos proporcionais à participação da Cosan em cada empresa fizeram com que o EBITDA consolidado fosse de R$ 3,9 bilhões, queda anual de 38%.

A linha final mostrou um prejuízo líquido de R$ 202 milhões, principalmente em função da queda em Raízen. Ainda, a alavancagem financeira, medida pelo índice dívida liquida / EBITDA, aumentou para 3,1x, de 2,1x no trimestre anterior, em função da contratação de dívida para a compra de participação na Vale.

CSAN3 negocia com desconto e é recomendação de compra

Enquanto a piora em Raízen, mais representativa no consolidado, era esperada e pesou sobre os resultados, vemos resultados fortes em todas as outras empresas do conglomerado.

Além disso, mantemos nossa convicção na tese de longo prazo de Raízen, com avanço na construção das plantas de etanol de segunda geração e expansão dos canais próprios de distribuição de açúcar, ambos pontos importantes da tese de Raízen.

Negociando a um desconto de holding de por volta de 30%, preferimos capturar o desenvolvimento da tese via Cosan.

CSAN3 é uma recomendação de compra de diversas carteiras da Empiricus.

Veja a análise completa de Larissa Quaresma:

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.