
Nas últimas semanas, temos comentado sobre o senso de urgência que parece ter tomado os executivos da Cosan (CSAN3), depois da piora macro e perspectiva de aumento de juros pela frente.
Com um balanço alavancado, o aumento dos juros vai pesar na geração de caixa para o acionista, o que deveria ser endereçado parcialmente com a venda de ativos – uma estratégia que foi sinalizada pelos novos executivos da holding, mas que estava demorando demais para sair do papel.
Cosan vende sua parcela na Vale
No entanto, na quinta-feira (16) finalmente começamos a ver passos concretos nessa direção. Em um block trade, a Cosan vendeu a totalidade de sua participação na Vale (VALE3), equivalente a R$ 9 bilhões de reais.
Considerando que esse montante será utilizado para redução do endividamento, isso representará uma economia de cerca de R$ 1,3 bilhão em despesas anuais com juros e um efeito líquido positivo de R$ 400 milhões de reais para os resultados, já excluindo da conta os juros que a Cosan receberia da mineradora.
Agenda da nova gestão deve reduzir as dívidas da CSAN3: veja recomendação
É claro que os números são bons, e explicam um pouco a reação positiva no pregão de ontem (16). Mas, em nossa visão, esse passo é ainda mais importante no aspecto qualitativo, pois deixa clara a agenda da nova gestão, de reduzir a dívida, atacar ineficiências das subsidiárias, e simplificar a estrutura.
Depois de uma enorme desvalorização na bolsa de valores, muito por conta da falta de celeridade para reconhecer e resolver esses problemas, podemos estar diante de uma fase bem mais promissora para ações CSAN3, que negocia hoje com um desconto de mais de 40% para a soma das partes de suas subsidiárias.