Imagem: Edição CanvaPro
Na semana passada, o portal AGFeed divulgou uma reportagem sobre os ativos florestais da Dexco (DXCO3), uma das maiores empresas do setor de painéis de madeira e correlatos.
É verdade que a companhia também atua nos segmentos cerâmica e revestimentos, com marcas consagradas como Deca e Portinari, mas a verdade é que é o segmento de madeira quem tem carregado o piano nos últimos anos, como você pode conferir nos gráficos abaixo.

O bom momento vivido pelo setor de painéis de madeira ajudou, mas não explica todo o sucesso da companhia no segmento. Sobre isso, uma das frases do diretor de RI da Dexco nos ajuda a entender melhor o pilar para esses bons resultados: “A divisão florestal é a base que sustenta toda a competitividade do negócio”.
Como mostra a reportagem, de acordo com dados do Cepea/Esalq, o preço do Pinus em pé mais do que triplicou, enquanto o Eucalipto em pé dobrou desde 2022.
Ou seja, produtoras de painéis que não tinham sua própria base florestal provavelmente enfrentaram enorme pressão de margens nos últimos anos, enquanto empresas como Dexco e Eucatex se aproveitaram dessa vantagem competitiva.
Aliás, em conversas recentes com a gestão da Eucatex, notamos que os eventuais aumentos de capacidade em suas fábricas sempre estão casados com o suprimento de madeira por suas florestas, e nos ajuda a entender melhor o motivo de a maior parte do capex da Eucatex ser destinado justamente aos seus ativos florestais (R$ 195 milhões em 2025).

Venda dos ativos florestais é a melhor estratégia para companhia?
Isso também nos leva a uma outra discussão, que vez ou outra surge em alguma mesa de bar nos arredores da Faria Lima: será mesmo que a venda dos ativos florestais seria uma estratégia de “destrava de valor” para a companhia?
Não temos dúvidas de que o ativo florestal e as terras da Eucatex estão subavaliadas pelo mercado, e uma espécie de atualização desses ativos nos mesmos moldes que empresas como a SLC Agrícola (SLCE3) fazem uma vez por ano deveria ajudar o mercado a atribuir um número mais condizente com o real valor desses ativos e destravar algum valor.
Mas vender suas florestas é o mesmo que ficar “short” em preços de madeira, o que a reportagem mostrou não ter sido uma grande estratégia nos últimos anos.
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