
Imagem: iStock/ NatanaelGinting
O Ibovespa sobe mais de 1% no pregão desta quinta-feira (26), após uma leve derrapada nos últimos dias. Os principais fatores que explicam o bom desempenho da bolsa brasileira hoje vêm de Brasília e dos dados favoráveis de inflação.
Da capital federal, o alento para o mercado veio da aprovação pelo Congresso do projeto que derruba o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) proposto pelo governo federal. Com isso, as regras anteriores ao decreto voltam a valer.
“Para as empresas como um todo, representa uma redução de custo da dívida. Isso é muito bom principalmente para as varejistas, que estão tendo um excelente pregão hoje”, afirma a analista Larissa Quaresma, da Empiricus.
Com isso, a analista destaca que a curva de juros tem fechado em todos os vértices – principalmente nos mais longos –, precificando a redução de incertezas no ambiente de negócios brasileiro.
“É juridicamente questionável usar o IOF como arrecadação. O fato de o Congresso ter derrubado, do ponto de vista institucional, é muito bom para o país. Vemos a redução do prêmio de risco relacionado à incerteza que pairava sobre o ambiente de negócios do país”, disse Larissa.
O efeito na curva de juros beneficia as ações como um todo, em especial aquelas mais sensíveis a juros: as que tomam muito crédito ou são mais endividadas.
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Prévia da inflação também tem impulsionado o Ibovespa nesta quinta
Outro fator benéfico para as ações locais foi o IPCA-15 de junho, considerado a prévia oficial da inflação brasileira, que mostrou alta de 0,26%.
Mas, mais importante que o número como um todo, afirma Larissa, é a dinâmica de serviços dentro do índice.
“É o que importa para o mercado e ajuda a determinar a trajetória dos juros. Vimos um arrefecimento mais forte do que o esperado nesse núcleo de serviços subjacentes, inclusive nos mais ligados à mão de obra. É o componente mais inercial, porque está ligado à dinâmica do mercado de trabalho”, explica a analista.
Segundo Larissa, o IPCA-15 dá sinais de que a Selic elevada está sendo “eficaz no combate à inflação”. Caso a tendência se mantenha, o mercado pode até antecipar a probabilidade de corte na taxa básica de juro brasileira.
“Depois da reunião do Copom, o mercado começou a projetar um corte de juros somente no final do primeiro trimestre de 2026. Mas agora começamos a ver um aumento de probabilidade desse corte ser adiantado”, disse Larissa em entrevista ao programa Giro do Mercado, do Money Times.
Além do IPCA-15, o dólar em baixa e o petróleo perto dos patamares pré-guerra contribuem para a revisão baixista da inflação. “Isso em algum momento pode virar revisão baixista para as expectativas de juros”, afirma a analista.
Vale destacar que a redução na taxa Selic é um dos grandes gatilhos para o mercado acionário brasileiro.
“Estamos perto do final do primeiro semestre e, neste momento, o mercado começa a olhar para os múltiplos Preço/Lucro em relação ao lucro de 2026, quase que deixando 2025 para trás. A magnitude e o tamanho do corte de juros para 2026 se tornam cada vez mais relevantes para a precificação dos ativos”, conclui Larissa Quaresma.
Confira a entrevista completa da analista no programa Giro do Mercado: