Investimentos

Marcopolo (POMO3) começa a surfar a onda de retomada do turismo

Em novo balanço de resultados divulgado pela Marcopolo (POMO3) referentes ao 1T22, a empresa retorna ao lucro após prejuízo em 2021. Confira as análises

Por Melissa Bumaschny Charchat

11 maio 2022, 14:13 - atualizado em 12 maio 2022, 19:28

Marcopolo (POMO4) reverte prejuízo e surfa na onda de retomada do turismo. Fonte: Creative Commons License/Portal Caminhões e Carreatas

Seguindo a agenda de divulgação de balanços pelas empresas referentes ao 1T22, a Marcopolo (POMO3) apresentou seus números. A companhia teve um lucro líquido de R$ 98 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 14,7 milhões registrado no mesmo período do 1T21.

No mais recente relatório da série Microcap Alert, Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos, analistas da Empiricus, explicam os resultados e compartilham suas perspectivas.

O que está por trás da reversão do cenário?

O bom resultado pode ser associado à maior receita em conjunto com o bom controle de despesas, mas principalmente ao impacto positivo de R$ 72,5 milhões no resultado financeiro.

Segundo a empresa, esse resultado é explicado pela variação cambial gerada na valorização do real sobre a carteira de pedidos em dólares.

Quanto à receita líquida da Marcopolo no trimestre, houve um crescimento de 14,6% na comparação anual, alcançando o valor de R$ 958,6 milhões. 

Já o Ebitda cresceu 118,4%, totalizando R$ 51,3 milhões e com margem de 5,4%, um ganho de 2,6 pontos percentuais na comparação anual.

“Em linhas gerais, frente ao ano passado, a companhia demonstrou forte crescimento operacional e financeiro, com aumento  tanto na receita como de margem. Mesmo assim, reconhecemos que a capacidade industrial da Marcopolo ainda performa abaixo de seu potecial”, afirma Cristiane.

Outra consideração importante associada aos bons resultados é a base de comparação do 1T21, severamente impactada pela segunda onda de Covid-19.

O que esperar para o futuro da companhia

“Sendo líder de mercado no Brasil e com forte atuação no exterior, a Marcopolo pode vir a ser um dos melhores nomes para surfar a retomada no setor de turismo”, comenta Cristiane.

Ela explica que, com o aumento no preço do querosene de aviação em função da cotação do petróleo, as companhias aéreas tendem a subir o preço de seus bilhetes para repassar custos, o que faz com que o transporte rodoviário se torne uma alternativa mais acessível à população.

“Com isso, sabendo da necessidade de renovação de frota por parte das empresas do setor de transporte, além das compras governamentais em andamento, acreditamos que POMO4 pode se beneficiar com o aumento nas entregas de novos ônibus já em 2022”, avalia a analista.

No entanto, a forte inflação tem prejudicado o repasse de custos. Segundo informado pela empresa em teleconferência, diante das incertezas, a Marcopolo espera equilibrar preços com o cenário desafiador para manter participação de mercado, o que pode resultar em margens ainda baixas este ano.

Mesmo assim, Cristiane reforça: “Ainda que uma escalada inflacionária e um fraco crescimento do PIB este ano frustrem o desempenho esperado pelo setor, a Marcopolo (POMO4) segue como indicação em nossa carteira”.

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Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero, é integrante da equipe de conteúdo da Empiricus e já atuou em social media e redação.

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