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O ouro renovou sua nova máxima histórica na última quinta-feira (16), chegando a US$ 4.300 por onça-troy. Em contrapartida, o “ouro digital”, o bitcoin (BTC), acumula uma queda mensal de aproximadamente 6,5%.
Enquanto alguns entusiastas das criptomoedas defendem o ativo digital como uma reserva de valor mundial, Matheus Spiess, analista de macroeconomia da Empiricus Research, acredita que a moeda ainda não está nesse patamar.
“Eu acredito na tese do bitcoin e das criptos em geral, no papel delas nas carteiras dos investidores, acho que faz parte. Mas ainda não é reserva de valor, porque em testes de estresse, como na primeira parte de outubro, o BTC foi bem mais turbulento do que no final de setembro”, afirma o analista.
Reserva de valor: ouro X bitcoin
No início de outubro, o governo americano anunciou shutdown, o que significa que funções consideradas não essenciais são suspendidas – como, por exemplo, a divulgação de indicadores econômicos.
Além disso, no dia 9 de outubro, a China anunciou que estava usando como arma seu acesso a metais de terras raras. No dia seguinte, o presidente americano anunciou tarifas de 100% sobre a China (a partir de novembro). As trocas de ameaças desestabilizaram o mercado, resultando em um crash das criptomoedas.
O especialista nos ativos digitais da Empiricus Asset, Marcello Cestari, explica: “embora já tenhamos visto esse filme das tarifas antes, o mercado parece ter esquecido como essas narrativas tendem a desenrolar. Em vez de lembrar disso e se manter firme, o pânico se instalou, o mercado inteiro começou a ser liquidado. E sim, as liquidações totais atingiram US$ 19 bilhões em 24 horas”.
Em clima de alta instabilidade, os investidores recorrem a ativos menos voláteis, como o ouro – que já registra um ganho de cerca de 8,1% nesta semana.
O que fazer com o metal e com a criptomoeda?
Para Spiess, tanto o metal quanto o bitcoin têm seus valores para o portfólio de um investidor. Em relação ao ouro, ele indica a composição na carteira entre 2% e 3%, aos mais arrojados, 5%.
“O ouro tem entregue excelentes resultados, é uma tese histórica da Empiricus, recomendamos há anos, temos esse negócio antes do metal estar abaixo de U$S 1500 por onça-troy. ”, comenta o analista.
Em relação ao bitcoin, Cestari aponta que o curto prazo ainda apresenta incerteza e diz que o mercado ainda está “eliminando alavancagens do sistema”.
“Dito isso, no médio prazo, digamos quarto trimestre, ainda sigo otimista e acho que não chegamos no topo do ciclo, apesar de estarmos próximos”, conclui o especialista.
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