Investimentos

Smart Fit (SMFT3): Resultados do 1T25 mostram forte crescimento em receita, base de clientes e número de academias; veja os números

O lucro líquido da Smart Fit foi de R$ 140 milhões, crescimento de 27% ano contra ano e 5% acima do estimado pelo consenso

Por Larissa Quaresma, CFA

08 maio 2025, 10:38 - atualizado em 08 maio 2025, 10:38

smartfit smft3 ibovespa ação academia

Imagem: Divulgação

A Smart Fit (SMFT3) começou 2025 com forte crescimento em receita, base de clientes e número de academias, mantendo a liderança no setor fitness da América Latina.

A rede encerrou o trimestre com 1.759 academias em operação em 15 países diferentes, um aumento de 20% ano contra ano, sendo quase 1.000 delas consideradas maduras — ou seja, com mais de dois anos de operação. A expansão foi puxada por um ritmo constante de aberturas, distribuídas entre Brasil, México e outros países da região, com foco em unidades próprias.

O número de alunos também avançou muito, chegando a 5,3 milhões, alta de 16% na comparação anual. O crescimento foi bem distribuído geograficamente, com destaque para o México e os países da América do Sul fora do Brasil, onde a maturação das unidades e o esforço comercial geraram forte captação. No Brasil, a base atingiu 2,4 milhões de clientes — o que representa cerca de 1% da população matriculada na rede.

A receita líquida cresceu 33% ano contra ano e 9% na visão trimestral, atingindo R$ 1,7 bilhão (2,5% acima do consenso), puxada tanto pelo aumento de 19% da base de alunos quanto pelo avanço de 12% no ticket médio.

O lucro bruto subiu 34% e a margem bruta se manteve em 50,7%, com destaque para as academias maduras, que alcançaram margem recorde de 53%. O EBITDA do trimestre foi de R$ 520 milhões (10,7% abaixo do esperado pelo mercado diante de maiores despesas operacionais), com margem de 31%, em linha com trimestres anteriores.

O lucro líquido foi de R$ 140 milhões, crescimento de 27% ano contra ano e 5% acima do estimado pelo consenso.

Desempenho é positivo, mas desafios persistem

Apesar do bom desempenho operacional, a empresa continua enfrentando desafios relacionados ao aumento de despesas com marketing, estrutura e pessoal, que avançaram mais do que a receita. Isso pressionou margens em algumas regiões, especialmente no Brasil e no México.

Ainda assim, a geração de caixa operacional foi robusta — R$ 493 milhões — com alta conversão de 95% do EBITDA. Sua alavancagem é bastante controlada e se mantém em níveis confortáveis (Dívida líquida/EBITDA de 1,1x).

A empresa segue apostando em crescimento. Há mais de 100 obras em andamento, quase 280 contratos assinados e a meta de abrir entre 340 e 360 academias em 2025 foi mantida. O investimento total (capex) no trimestre foi de R$ 441 milhões, com foco em expansão, manutenção da qualidade nas unidades maduras e inovação digital.

A Smart Fit também vem fortalecendo produtos digitais como o app Queima Diária e o TotalPass, que seguem ganhando tração no mercado corporativo e ampliando a presença da marca no ecossistema de saúde e bem-estar.

SMTF3: recomendação de compra

Gostamos dos resultados da companhia neste 1T25 e continuamos vendo um futuro próspero para suas operações, com a continuidade da maturação de suas lojas e espaço para repasse de preço, conforme inflação, e expansão de sua rentabilidade. Negociando com um nível de valuation de 19x P/L para 2025 segundo o consenso, mantemos nossa visão positiva sobre a tese.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.