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Stone (STOC31) ressurge das cinzas e lucro surpreende; confira se você deve investir nas ações

Crescimento de receita de STOC31 sustentou resultados acima da expectativa do mercado; será que o futuro promete?

Por Larissa Quaresma, CFA

18 nov 2022, 17:06 - atualizado em 18 nov 2022, 17:06

Mulher segura maquininha da Stone (STOC31)
Imagem: Instragram/Reprodução

Ontem, após o fechamento do mercado, a Stone (NYSE: STNE; B3: STOC31) divulgou seus números do 3T22, que vieram consideravelmente acima da expectativa.

A surpresa no lucro líquido, 66% acima do guidance da própria companhia, foi sustentada pelo forte crescimento de receita, além da diluição de despesas e da economia em juros.

Expansão supera queda anterior de STOC31

A vertical de Serviços Financeiros teve uma receita de R$ 2,1 bilhões, crescimento de 84% na comparação anual. O crescimento se deve à expansão de 44% do volume total processado (TPV) junto às pequenas e médias empresas, que têm um “take rate” (% do TPV que vira receita para a companhia) estruturalmente maior.

Essa expansão mais que compensou a queda anual de 20% no TPV de grandes empresas, uma retração intencional por parte da companhia, que está priorizando clientes de maior rentabilidade.

Além disso, a Stone ainda subiu o take rate em ambas as categorias de clientes: a métrica aumentou 0,5 p.p. para as PMEs, e 0,3 p.p. para as grandes empresas.

Acreditamos que a estratégia de reprecificar e focar nas PMEs, segmento original de atuação e onde a companhia tem mais poder de barganha, é acertada.

STOC31 focou em estratégias para aumentar lucro em diferentes setores

O lucro líquido ajustado de Serviços Financeiros foi de R$ 150 milhões, revertendo um prejuízo de igual valor do 3T21. Essa melhora substancial se deve ao forte crescimento de receita, que gerou diluição das despesas administrativas.

Contribuiu, também, a redução de inadimplência no período: depois de sofrer bastante com os calotes em 2021, a companhia fechou a torneira do crédito, inclusive com retração de R$ 67 milhões na carteira neste 3T22, o que diminuiu a despesa com perdas.

Por fim, a redução da despesa financeira também ajudou, o que se deve ao pré-pagamento de parte da dívida e, também, ao menor consumo de capital para antecipação de recebíveis.

Na vertical de Software, a receita foi de R$ 366 milhões (+22% anualmente), fruto do maior volume e ticket médio do aluguel de maquininhas e softwares, além da consolidação de empresas adquiridas.

O lucro líquido da divisão ficou em R$ 15 milhões, também revertendo um prejuízo de igual valor do mesmo período do ano passado, em função da diluição de despesas administrativas e menor depreciação de inventário.

No consolidado, então, a companhia entregou um lucro líquido de R$ 163 milhões, praticamente dobrando os R$ 85 milhões entregues no 3T21.

Ainda, os executivos sinalizaram que o 4T22 também deve ser bom: a receita deve ser R$ 2,6 bilhões, crescimento anual de 39%, e o lucro antes dos impostos, R$ 250 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 33 milhões no 4T21.

O que esperar do futuro de STOC31?

Olhando mais à frente, para que a Stone volte ao jogo de forma sustentada, acreditamos ser necessário continuar com a reprecificação tempestiva do take rate, foco em PMEs, além do crescimento racional e controlado das despesas.

Na frente de crédito, em que a companhia deve voltar a crescer no ano que vem, será necessário um controle extremamente disciplinado da inadimplência, principalmente no momento atual do ciclo de crédito (calotes subindo substancialmente) e dado o histórico da companhia nessa seara.

Por ora, não temos recomendação de compra (nem venda) para Stone, mas estamos acompanhando a evolução da sua operação cada vez mais de perto.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.

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