Imagem: iStock/ Satakorn
A Suzano (SUZB3) apresentou um terceiro trimestre afetado pela forte queda no preço da celulose e pela valorização do real frente ao dólar. Mesmo com um aumento de 20% a/a no volume de vendas, a receita líquida recuou 1% no período, resultando em um EBITDA ajustado 20% menor.
Preço da celulose cai, mas volume de vendas aumentam
O volume de vendas de celulose atingiu 3,17 milhões de toneladas. No papel, foram 436 mil toneladas. Esses números representam crescimentos de 20% e 21% em relação ao 3T24, respectivamente.
Por outro lado, o preço da celulose ficou 22% abaixo do registrado no ano anterior. Além disso, o dólar desvalorizou cerca de 2% no período. Esses fatores pressionaram a receita, que totalizou R$ 12,2 bilhões, queda de 1% na comparação anual. Ainda assim, o resultado ficou ligeiramente acima das estimativas de mercado.
O custo dos produtos vendidos aumentou 21% na comparação anual, refletindo o maior volume comercializado e o aumento dos custos logísticos, influenciado pelo período em que vigoraram as tarifas adicionais de 10% impostas pelos EUA à celulose brasileira. O custo por tonelada subiu 1% a/a, concentrando o efeito dessas tarifas.
Suzano, apesar de dificuldades, alcança R$ 2,1 bilhões de caixa
As despesas operacionais avançaram 24% a/a, influenciadas tanto pelo maior volume vendido quanto pela incorporação da operação da Suzano Packaging US e pela atualização da provisão para créditos de liquidação duvidosa.
Com isso, combinado a uma receita praticamente estável e custos mais elevados, o EBITDA ajustado totalizou R$ 5,2 bilhões, queda de 15% frente ao trimestre anterior e de 20% na comparação anual, em linha com o consenso de mercado.
Apesar do cenário adverso de preços, a Suzano gerou R$ 2,1 bilhões de caixa no trimestre. A alavancagem subiu para 3,3x (em dólares), refletindo a queda do EBITDA frente a uma dívida líquida estável.
O resultado financeiro foi 21% maior a/a, impulsionado pela valorização do real, compensando parcialmente os efeitos do câmbio sobre as receitas. O lucro líquido ficou em R$1,96 bilhão, queda de 39% em relação ao 3T24.
É hora de comprar SUZB3?
O resultado mais fraco reflete sobretudo o cenário macroeconômico, não uma piora operacional. A companhia segue com boa disciplina de custos, expansão de capacidade e plano consistente de desalavancagem, que deve se beneficiar de uma recuperação gradual no preço da celulose.
Negociando a um EV/EBITDA de 5,1x para 2026, mantemos recomendação de compra para SUZB3, considerando sua eficiência, escala e posição como uma das exportadoras mais competitivas do país.
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