Investimentos

Varejista recomendada pela Empiricus vai na contramão da bolsa e sobe 4,5% em uma semana; veja a ação

Entenda por que, após baixa nos primeiros meses do ano, esse pode ser o começo de um ciclo de alta do papel

Por Bruna Martins

19 jun 2024, 12:00

as melhores ações da bolsa

Enquanto o Ibovespa derrete recentemente, renovando mínimas atrás de mínimas, uma ação de varejista brasileira mostra sua resiliência e sobe quase 4,5% na bolsa de valores na última semana.

O mercado brasileiro vive na expectativa pelo Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se reúne novamente nesta semana para decidir a nova meta da taxa básica de juros, a Selic.

Mas em meio à crise fiscal que se abateu no governo, com falas do presidente Lula e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) a respeito dos cortes de gastos, a agenda econômica esvaziada deu espaço para que a bolsa sofresse uma grande derrocada. 

Na última segunda-feira (17), o principal índice de ações brasileiro fechou o pregão em queda de -0,44%, aos 119.137 pontos (patamar mais baixo de 2024). Em um mês, a queda é de -6,74%. No ano, lá se vão -10,22% de baixa do Ibovespa. 

Mas, enquanto isso, o papel de uma ação do varejo brasileiro caminha na contramão com uma valorização de 4,46% nos últimos cinco pregões (entre os dias 11 e 17 de junho), o que pode representar o começo de um ciclo de alta do papel.

Estou falando da Arezzo (ARZZ3), conglomerado de moda voltado para o público de alta renda e dono de marcas famosas, como Arezzo, Schutz, Reserva e Vans no Brasil.

Mas, afinal, o que tem de tão diferente nessa ação para que ela esteja indo no sentido contrário ao do restante da bolsa brasileira?

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Arezzo (ARZZ3): varejista em ótimo ponto de entrada na bolsa

A Arezzo (ARZZ3) vive um momento de pessimismo excessivamente embutido em suas ações. Essa é a opinião de alguns analistas do mercado, como os do Goldman Sachs, que reiteraram a recomendação de compra do papel na última semana. 

Mas essa também é uma recomendação feita pelos analistas da Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual. 

O papel ARZZ3 acumula uma queda de -19,14% em 2024. No entanto, para a Empiricus, essa baixa representa uma ótima oportunidade de entrada em uma empresa com boas perspectivas de crescimento e que negocia de forma descontada na bolsa. 

E a alta recente pode representar o começo de uma curva de valorização do papel. Não à toa, a casa de análise incluiu o papel na lista de 10 melhores ações brasileiras para se investir agora.

Veja quais são os dois principais motivos que levam à baixa das ações da varejista neste ano. 

1- Resultados do 1T24: ‘ponto baixo do ano’

Os resultados da Arezzo no primeiro trimestre apresentaram um desempenho fraco de vendas em algumas áreas de seu negócio principal.

No entanto, para a Empiricus, esse pode ter sido o ponto baixo da companhia no ano, com provável aceleração nos próximos trimestres. 

“O primeiro trimestre teve uma semana a menos de vendas contra o ano passado, em função da Páscoa antecipada, o que deve, simetricamente, beneficiar a expansão no 2T24”, explica a analista Larissa Quaresma. 

Segundo ela, a base de comparação fica gradualmente mais favorável daqui para frente, o que deve fazer a taxa de crescimento acelerar já a partir do segundo trimestre. Além disso, a analista não enxerga impacto relevante da tragédia do Rio Grande do Sul sobre as vendas. 

2- Fusão com o Grupo Soma

Um segundo fator que ainda deixa investidores com o “pé atrás”, com relação ao papel, é a recente fusão com o Grupo Soma (SOMA3). 

Existe uma certa preocupação de que a Arezzo não dê conta de administrar todos os desafios vindos dessa integração entre as duas companhias. 

No entanto, a Empiricus enxerga que “a fusão entre Arezzo&Co e o Grupo Soma tem progredido notavelmente”. 

Essa fusão resultou na maior holding de moda da América Latina. Combinadas, as empresas possuem 34 marcas, gerenciam 2.057 lojas, detêm 1.520 franquias, alcançam 22.000 pontos de venda multimarcas, empregam 22.000 funcionários e produzem quase R$ 12 bilhões em receita bruta anual. 

“Antecipamos que o terceiro trimestre traga ganhos rápidos da fusão, especialmente com o lançamento de acessórios das marcas Farm e Hering (do Grupo Soma) no evento pulsAR, que é essencial para as vendas deste trimestre”, destaca o analista Matheus Spiess, da Empiricus. 

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Ainda dá tempo de pagar barato nas ações dessa varejista + 9 empresas da bolsa

Ainda que vivam uma alta recente, com valorização de quase 5% em uma semana, as ações da Arezzo (ARZZ3) negociam a 12,4 vezes o lucro projetado para 2024 e 10,5 vezes para 2025. 

Segundo a Empiricus, esse ainda é um múltiplo excessivamente descontado, se comparado à média histórica do papel nos últimos cinco anos. 

“Sua posição de liderança no varejo de moda das classes A e B, aliada à qualidade dos produtos e à força das suas marcas, dá à Arezzo uma demanda resiliente, menos sensível a oscilações econômicas e a remarcações de preço”, destaca Larissa Quaresma. 

Embora esteja passando por um período de crescimento orgânico mais lento, refletido em múltiplos mais baixos da operação anteriormente conhecida como Soma, a Empiricus entende que o mercado já precificou essas condições.

Por todos esses fatores, a ação da Arezzo (ARZZ3) integra a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma com as 10 melhores ações para investir agora

Essa é uma carteira que reúne só o “filé mignon” da bolsa brasileira. Ou seja, ações de empresas sólidas, de resultados comprovados e que têm o potencial de gerar bons retornos aos investidores – ao mesmo tempo que ajudam a proteger o patrimônio.

E o melhor: são ações que estão negociando abaixo da média e que, por isso, estão em ótimo ponto de entrada para o acionista que deseja pagar barato em empresas de qualidade.

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Sobre o autor

Bruna Martins

Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora dos portais Seu Dinheiro, Money Times e Empiricus. Já foi repórter do Metro Jornal SP e colaborou para Casa Vogue, além de ter experiência em comunicação corporativa e assessoria de imprensa.

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