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Zona do Euro: entenda por que o aumento da taxa de juro pelo BCE pode ter sido a última e como isso afeta o Brasil

BCE aumenta taxa de juro em 0,25% e dá indicações que esta pode ter sido a última alta do ciclo; saiba mais

Por Juan Rey

14 set 2023, 14:39 - atualizado em 14 set 2023, 14:40

Zona do Euro BCE juro juros
Imagem: Shutterstock

O Banco Central Europeu (BCE) elevou nesta quinta-feira (14) sua taxa de juro de referência (taxa de depósito) em 25 pontos-base, para 4%. É o nível mais elevado desde o lançamento do euro, em 1999.

Mas o que isso significa? Como o Brasil será afetado? 

Antes, é importante entender que este pode ter sido o último aumento de juro na Zona do Euro, na visão da analista Lais Costa, da Empiricus Research.

Segundo ela, uma alteração no comunicado do BCE sugere a pausa no ciclo de aperto monetário.

“A frase de que os juros vão ficar altos pelo período que for necessário foi substituída por uma um pouco mais extensa, no sentido de que os juros atingiram níveis que, se mantidos por um período suficientemente longo, vão trazer uma contribuição substancial para a inflação. Na nossa opinião, isso indica que provavelmente não vamos ter mais aumento de juros por lá”.

A analista pondera que a pausa depende dos indicadores econômicos ao longo do tempo, mas que, se estes se mantiverem controlados, a taxa de juro deve ter atingido o pico.

Revisão do crescimento e da inflação também apontam para fim da alta de juro

Também no comunicado, o BCE anunciou a revisão das projeções de inflação para 5,6% em 2023, muito acima da meta de 2%. Por outro lado, o PIB foi revisado para baixo.

Para Lais, este é um outro ponto que confirma a tese de um possível fim do ciclo de alta. “O BCE reconhece que a inflação está mais preocupante no curtíssimo prazo, o que justificaria esse aumento de 0,25% hoje. Mas ele também revisa o PIB dos próximos anos para baixo, o que corrobora a mensagem de que a gente deve ter atingido o pico na reunião de hoje”.

E o Brasil com isso?

De uma maneira mais ampla, não é novidade que o fim da alta de juros historicamente é positiva para os ativos de risco.

Para além disso, a analista explica que o impacto da pausa dos juros nas economias desenvolvidas – EUA e Europa, mais precisamente – é importante para a valorização do real.

“O diferencial de juros entre o Brasil e as outras economias tidas como mais confiáveis é muito importante. A gente pode ver o real apreciando hoje, o que de maneira geral é benéfico para a inflação doméstica e para a nossa queda de juros, o que deve impulsionar a bolsa”.

“Se os próximos dados de inflação dos EUA e da Europa vierem mais tranquilos, com a parte de atividade vindo mais pra baixo, você vai ter menos juros com uma desaceleração de atividade lá fora, o que sem dúvidas é benéfico para o real. Se esse movimento continuar, o real deve seguir se valorizando nas próximas semanas”, finaliza.

Assista à entrevista completa com a analista Lais Costa no vídeo abaixo: 

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br

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