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Capital Social: O que é e qual a sua importância para empresas e investidores?

O capital social é o valor investido pelos sócios na abertura de uma empresa. Entenda para que serve, como calculá-lo e por que ele é fundamental.

Por Equipe Empiricus

11 jul 2025, 18:00

Imagem representando o capital social, que é o valor investido pelos sócios na abertura de uma empresa.

O capital social é um dos principais elementos que compõem a estrutura financeira e jurídica de uma empresa, funcionando como base para o patrimônio da companhia e como garantia perante terceiros — como fornecedores, clientes, credores e o próprio governo

Mais do que um requisito burocrático, o capital social tem papel estratégico no desenvolvimento do negócio, na sua relação com o mercado e até mesmo no acesso a crédito ou investimentos. 

O que é Capital Social?

O capital social é o montante inicial que os sócios ou acionistas investem na empresa no momento de sua constituição, formalizado no contrato social ou no estatuto. Esse valor pode ser integralizado em dinheiro, bens móveis, imóveis ou direitos, desde que devidamente avaliados e declarados.

Na prática, o capital social representa os recursos que serão utilizados para o início das atividades da empresa, como compra de equipamentos, aluguel de espaço, contratação de funcionários ou formação de estoque.

Para sociedades anônimas, o capital social é dividido em ações, que podem ser negociadas posteriormente no mercado secundário (a bolsa de valores), enquanto em sociedades limitadas ele se divide em quotas.

O capital social é registrado na junta comercial no momento da abertura da empresa e fica documentado nos atos constitutivos, servindo como base para várias decisões societárias.

Para que serve o Capital Social?

O capital social cumpre diversas funções importantes, tanto do ponto de vista jurídico quanto financeiro. Veja as principais:

Garantia para terceiros

Funciona como uma espécie de garantia patrimonial mínima perante terceiros e o próprio Estado. Ele indica o compromisso econômico dos sócios com a empresa e pode ser usado, por exemplo, como parâmetro na concessão de crédito ou em disputas judiciais.

Embora não seja um patrimônio “intocável”, o valor do capital social sinaliza até onde, em tese, os sócios estão dispostos a responder pelas obrigações da empresa — especialmente nas sociedades de responsabilidade limitada.

Distribuição de participação

Em sociedades, o capital social determina a proporção de participação de cada sócio no negócio, refletindo sua influência nas decisões estratégicas e o direito a lucros. Por exemplo, se dois sócios aportam, respectivamente, R$ 70 mil e R$ 30 mil, suas participações serão de 70% e 30%.

Esse aspecto é relevante para definir:

  • Direitos de voto;
  • Distribuição de lucros;
  • Responsabilidades societárias;
  • Processo de entrada ou saída de sócios.

Base contábil e fiscal

O capital social compõe o patrimônio líquido da empresa, registrado no balanço patrimonial. Ele serve como referência para diversas obrigações fiscais, como a declaração de imposto de renda da pessoa jurídica, e influencia a possibilidade de enquadramento em regimes tributários, como o Simples Nacional.

Além disso, pode impactar decisões de investimento, já que empresas com capital social muito reduzido podem ser vistas como mais frágeis ou menos capazes de honrar compromissos.

Em alguns setores regulados, como instituições financeiras e seguradoras, o capital social mínimo é estabelecido por lei ou norma específica, como forma de garantir a solidez do sistema e proteger os consumidores.

No caso do MEI (Microempreendedor Individual), não há exigência de capital social mínimo, mas mesmo assim o valor deve ser definido no momento do registro.

Por que calcular o Capital Social?

O cálculo do capital social deve refletir o montante necessário para que a empresa inicie e mantenha suas atividades até atingir a maturidade financeira. Por isso, não há um valor fixo ou obrigatório (salvo para setores específicos), mas sim uma análise estratégica que deve considerar:

  • Necessidades operacionais (estoque, equipamentos, instalações);
  • Previsão de faturamento nos primeiros meses;
  • Possíveis imprevistos ou sazonalidades;
  • Expectativa de expansão.

Empresas que calculam o capital social de forma muito reduzida podem enfrentar dificuldades para obter crédito, atrair investidores ou mesmo manter a saúde financeira em momentos críticos.

Por outro lado, um capital social excessivamente elevado pode criar obrigações desnecessárias e aumentar a exposição patrimonial dos sócios. Assim, o ideal é buscar um equilíbrio entre o valor efetivamente necessário e a capacidade de aporte dos sócios, sempre com suporte contábil e jurídico adequado.

O capital social é a base patrimonial e jurídica de toda empresa, refletindo o compromisso dos sócios com o negócio e oferecendo garantias mínimas perante terceiros. Mais do que um valor burocrático, ele é um elemento estratégico na constituição, gestão e expansão do empreendimento. 

Para quem pretende abrir uma empresa ou investir em negócios no mercado, compreender o conceito, a função e a importância do capital social é essencial para tomar decisões mais seguras e fundamentadas.

O capital social precisa ser integralizado na abertura da empresa?

Não obrigatoriamente. Os sócios podem estabelecer prazos para integralização, mas devem cumprir o acordo conforme o contrato social.

O capital social pode ser alterado depois?

Sim. O capital social pode ser aumentado ou reduzido, mediante alteração contratual registrada na junta comercial e conforme decisão dos sócios.

MEI precisa declarar capital social?

Sim. Embora não haja valor mínimo obrigatório, o MEI deve informar o valor de capital social no momento do registro do CNPJ.

Qual a diferença entre capital social e patrimônio líquido?

O capital social é a parcela inicial investida pelos sócios. O patrimônio líquido inclui o capital social mais reservas, lucros acumulados e outros elementos contábeis.

É possível abrir uma empresa com capital social simbólico?

Sim, mas é desaconselhado. Um capital muito baixo pode prejudicar a credibilidade da empresa e dificultar o acesso a crédito ou a participação em licitações.

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