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Elisão fiscal: O que é, como funciona e qual a diferença para evasão fiscal

Elisão fiscal é o uso legal de estratégias para pagar menos impostos. Entenda como funciona e a diferença entre elisão e evasão fiscal.

Por Equipe Empiricus

13 jul 2025, 08:00

Imagem representando a elisão fiscal, que é o uso legal de estratégias para pagar menos impostos

No Brasil, a complexidade do sistema tributário leva muitas empresas e pessoas físicas a buscar estratégias para reduzir legalmente a carga de impostos.

É nesse cenário que surge a elisão fiscal, uma prática legítima de planejamento tributário que visa otimizar o pagamento de tributos sem infringir a legislação.

O que é elisão fiscal?

Elisão fiscal é o conjunto de estratégias legais utilizadas por empresas ou pessoas físicas para reduzir ou evitar o pagamento de tributos por meio de planejamento antecipado. 

Trata-se de uma prática legal e legítima, que se baseia na interpretação da legislação vigente para organizar a atividade econômica de forma a pagar menos impostos, sem violar a lei.

A elisão é um dos pilares do planejamento tributário, sendo amplamente utilizada por grandes empresas, profissionais liberais e até microempreendedores. Ela está diretamente ligada à ideia de eficiência fiscal — ou seja, pagar o que é devido, mas nunca mais do que o necessário.

Exemplos práticos de elisão fiscal

  • Escolha do regime tributário: optar pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real pode gerar diferenças significativas na carga tributária.
  • Constituição de empresas em estados com ICMS reduzido: muitas empresas escolhem estados com incentivos fiscais para reduzir a tributação nas operações comerciais.
  • Reorganização societária: fusões, cisões ou incorporações que visam reduzir a carga tributária futura.
  • Incentivos fiscais: uso de leis de incentivo para dedução de tributos, como a Lei Rouanet, Lei do Audiovisual ou incentivos regionais.

Essas medidas, quando bem executadas e documentadas, não configuram crime e são reconhecidas como práticas legítimas de gestão fiscal.

Como funciona a elisão fiscal?

A elisão fiscal funciona por meio da organização prévia das atividades da empresa ou pessoa física, considerando as alternativas legais existentes para otimizar a carga tributária. 

O ponto central é o planejamento antecipado: a elisão só é possível antes da ocorrência do fato gerador do imposto (como a emissão de uma nota fiscal ou a obtenção de receita, por exemplo).

As etapas comuns de um planejamento tributário com foco em elisão incluem:

  1. Mapeamento da atividade econômica: análise detalhada da operação, fluxo de receitas, despesas e obrigações fiscais.
  2. Estudo do regime tributário mais vantajoso: simulação de tributos em diferentes regimes fiscais.
  3. Levantamento de incentivos legais disponíveis: federais, estaduais ou municipais.
  4. Reorganização societária ou contábil: com respaldo jurídico e contábil.
  5. Implementação e acompanhamento: a elisão deve ser revisada periodicamente para se manter eficaz e alinhada à legislação vigente.

Esse processo normalmente envolve uma equipe especializada, com contadores, advogados tributaristas e consultores financeiros, especialmente em empresas de médio e grande porte.

Qual a diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal?

Apesar de parecerem semelhantes, elisão e evasão fiscal são práticas completamente diferentes — uma é legal, e a outra, criminosa.

CaracterísticaElisão FiscalEvasão Fiscal
LegalidadeLegalIlegal
Momento de atuaçãoAntes do fato geradorDepois do fato gerador
ObjetivoRedução legítima da carga tributáriaSupressão ou redução indevida de tributos
ExemplosEscolha do regime tributário, incentivos fiscaisOmissão de receitas, sonegação, falsificação
PenalidadeNenhuma, se bem fundamentadaMultas, processos administrativos e criminais

A evasão fiscal ocorre quando o contribuinte tenta burlar a lei para deixar de pagar tributos devidos, como na sonegação de impostos ou na emissão de notas frias. Já a elisão respeita a legislação e utiliza lacunas ou alternativas previstas para minimizar a carga tributária de forma lícita.

É importante destacar que, se uma prática inicialmente configurada como elisão for considerada abusiva pelos órgãos fiscalizadores (como Receita Federal ou Secretaria da Fazenda), ela pode ser desqualificada e reclassificada como evasão — o que exige um cuidado técnico na elaboração do planejamento tributário.

Qual a importância da elisão para empresas e investidores?

Empresas que utilizam a elisão fiscal conseguem reduzir custos, aumentar a margem de lucro e melhorar sua competitividade no mercado. Além disso, a prática proporciona maior previsibilidade sobre os encargos tributários, o que favorece o planejamento financeiro e a gestão estratégica.

Para o investidor, a elisão fiscal também pode ser benéfica indiretamente. Empresas que fazem um planejamento tributário eficiente tendem a apresentar melhor desempenho operacional e aumentar o retorno aos acionistas — seja por meio de lucros, dividendos ou valorização das ações.

Elisão fiscal é crime?

Não. Quando bem fundamentada e realizada antes do fato gerador, a elisão é uma prática legal de planejamento tributário.

Quem pode usar a elisão fiscal?

Tanto empresas quanto pessoas físicas podem utilizar estratégias de elisão, desde que dentro dos limites legais.

Qual a diferença entre elisão e evasão fiscal?

A elisão é legal e ocorre antes do fato gerador. A evasão é ilegal, acontece após o fato gerador e pode ser punida.

Quais são os riscos da elisão fiscal?

Se mal estruturada ou interpretada como simulação, a elisão pode ser desconsiderada e reclassificada como evasão.

Quais tributos podem ser reduzidos com elisão fiscal?

Depende da estratégia, mas pode envolver ICMS, IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, ISS, entre outros, conforme o modelo adotado.

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