Grau Especulativo: entenda o que significa esse tipo de avaliação de títulos

No momento de investir em uma empresa ou comprar títulos públicos, os investidores estrangeiros precisam identificar se determinado país é confiável e se costuma honrar com seus compromissos. 

Se a resposta for negativa, isso significa que o país ou a empresa estão classificados como grau especulativo em uma escala de risco.

Entender o que é grau especulativo e grau de investimento é fundamental para quem está iniciando no mercado e também para aqueles que já possuem experiência. 

O que é Grau Especulativo?

O grau especulativo é um tipo de classificação dada a um país que se enquadra em uma faixa de maior risco de não arcar com os compromissos. Ou seja, o investidor pode tomar um “calote”.

Esta classificação é baseada, principalmente, na avaliação de 3 agências mundialmente conceituadas: Standard & Poor’s (S&P), Fitch e Moody’s.  

Para fazer a avaliação, as agências enviam representantes ao país de forma periódica. Eles são responsáveis por analisar a situação econômica de forma ampla e definir uma nota ou rating.

Uma nota baixa é extremamente prejudicial ao país, pois pode impedir, por exemplo, que empresas consigam recursos para fazer investimentos e crescer. Isso porque as debêntures de grau especulativo podem afastar os investidores.

Diferença entre Grau Especulativo e Grau de Investimento

O grau de especulação significa que há um alto risco de os investidores tomarem um calote. 

Por outro lado, o grau de investimento representa o contrário, ou seja, as agências consideram que há boas chances de um país honrar seus compromissos, o que torna o cenário mais favorável para os investidores.

O que é Grau Altamente Especulativo?

O grau altamente especulativo é dado aos países que receberam um rating ainda menor das agências. Isso significa que o país está passando por um verdadeiro caos econômico, em que enfrenta desvalorização da moeda, aumento da dívida pública e da inflação e um grande desajuste fiscal.

Como as avaliações ocorrem periodicamente, se nada for feito pelo governo para melhorar a situação, a tendência é que a nota do país fique cada vez mais baixa.

Como funciona o rating dos países e empresas?

Cada agência tem a sua própria forma de avaliar e definir os ratings. Mas, de forma geral, as notas variam de A a D, sendo que quanto mais próximo de A, melhor a classificação. Por outro, quanto mais próximo de D, menor será a confiança dos investidores.

Para fazer essas definições, o avaliador contratado pela agência irá avaliar o contexto político, econômico, expectativas do mercado interno e impedimentos jurídicos para definir a nota.

Vale lembrar que o rating de um país reflete diretamente em suas empresas e pode fazer com que elas tenham suas notas rebaixadas. 

Por isso, instituições com boa gestão e que vivem um momento melhor do que aquele que se desenrola à sua volta, costumam adotar estratégias para não serem consideradas empresas de risco.

O que significa cada nota do rating?

Cada agência terá uma classificação diferente, mas para que as notas fiquem mais claras, veja o que significa cada rating da S&P:

• AAA: alta qualidade;
• AA: qualidade muito alta;
• A: qualidade alta;
• BBB: boa qualidade;
• BB: grau especulativo;
• B: altamente especulativo;
• CCC: risco substancial;
• CC: risco muito alto;
• C: risco excepcionalmente alto;
• D: inadimplente.

Então, antes de fazer qualquer investimento no exterior, é comum que os investidores verifiquem se a empresa está classificada no grau especulativo. Entretanto, o rating não é algo fixo e varia com o passar do tempo.