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Ideias marginais

Nesta semana, fiz uma breve viagem no tempo aqui na Empiricus. 

Explico.

Com a iminente junção com a Vitreo, decidimos lançar um projeto de memória da Empiricus com o objetivo de consolidar a linha narrativa da nossa trajetória de mais de 11 anos.

Por Caio Mesquita

06 mar 2021, 02:00

Nesta semana, fiz uma breve viagem no tempo aqui na Empiricus

Explico.

Com a iminente junção com a Vitreo, decidimos lançar um projeto de memória da Empiricus com o objetivo de consolidar a linha narrativa da nossa trajetória de mais de 11 anos.

Assim, cada um dos veteranos que, como eu, viveu os árduos dias de iniciar uma empresa, desafio especialmente difícil dentro da realidade brasileira, revirou seus respectivos baús em busca de registros da nossa infância empresarial. 

Ao olhar para trás, lembrei-me de como o começo foi duro.

Dentre as peças que desenterrei, encontrei uma apresentação que fiz na sede da Bloomberg a colaboradores, que realizei em março de 2010, quatro meses após nossa fundação.

Na última página do documento (tinha apenas seis páginas, breve como nosso histórico de então), apresentei o seguinte perfil da nossa base de clientes:

• Clientes Individuais: 60 (final de fevereiro)

• Clientes Corporativos 10 (final de fevereiro):

– Assets

– Family Offices 

Era isso. Nossa base total de clientes da época equivalia a 0,015% da atual. 

Em retrospecto, tínhamos duas coisas valiosas e que explicam, pelo menos em parte, o nosso sucesso empresarial

Primeiro tem o fator humano. Fundei a Empiricus com Felipe e Rodolfo e até hoje me impressiono com a notável complementaridade de nossa sociedade. A esse trio, fomos juntando pessoas incríveis, como Beto, Bia, André, Thiago, que nos acompanham até hoje no núcleo de sócios da Empiricus

Somado a isso, lançamos nossa empresa com uma proposta absolutamente original: trazer boas ideias de investimento dentro de um modelo independente. 

Quando chegamos, tudo era mato. Somente bancos e corretoras produziam análises e recomendações de investimentos. Apenas clientes tinham acesso, supostamente gratuito, aos relatórios de research. 

Encontramos incredulidade e ceticismo quando apresentávamos nosso modelo de negócio, que estava baseado em vender algo que as pessoas já recebiam gratuitamente.

Era uma ideia inusitada, completamente fora do convencional de então.

Hoje, com a profusão de casas de análise, youtubers, influenciadores e afins, fica clara a necessidade de orientação em investimentos, principalmente para a pessoa física. 

Bill Bonner, fundador da Agora, a maior publicadora financeira dos Estados Unidos e nossa sócia por muito anos, me ensinou o valor das ideias marginais. Marginais no sentido de estarem à margem do mainstream. 

Guardadas as devidas proporções, as grandes empresas tech que fazem tanto sucesso hoje também foram lançadas com base em conceitos inéditos, assim como fez a Empiricus.

De marginais, literalmente concebidas em garagens, tais companhias hoje dominam o nosso dia a dia.

Quem nos dera ter tido a sorte de uma Bonnie Brown, moça que ficou milionária ao receber ações do Google pelos seus serviços logo no início da empresa. 

Talvez ela tenha recebido conselhos à época contrários a esse acordo, já que ações de uma startup não pagariam as contas no fim do mês. 

Há uma enorme assimetria em acreditar nessas ideias marginais, ou seja, a possibilidade de valorização quando algo inusitado passa a ser amplamente aceito supera em ordens de grandeza a perda caso a novidade não prospere.

Um exemplo vivo deste fenômeno tem sido o desenvolvimento da indústria de cannabis. As aplicações medicinais são verdadeiramente formidáveis. Soma-se a isso um gigantesco mercado para o tal uso recreativo. 

O que ainda é considerado tabu por muitos vai aos poucos sendo aceito.

Naturalmente, estamos observando uma enorme valorização nas ações das empresas envolvidas nesta indústria.

Tal valorização parece estar muito longe do topo, assim como o processo de assimilação da ideia de que maconha não é coisa de marginal. 

Deixo você agora com os destaques da semana. 

Um abraço e boa leitura.

Caio 

P.S.: Para ter uma exposição à florescente indústria de cannabis, confira aqui os fundos que a Vitreo oferece, que, por sinal, vão fechar para novos investidores em breve.

Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus

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