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Temos que falar de DeFi

Na semana em que as principais moedas digitais bateram recordes históricos de valorização, a Bolsa de criptos Coinbase realizou um IPO histórico e até o banco Itaú anunciou a oferta de investimentos em criptomoeda, parece inegável que esta nova classe de ativos chegou definitivamente para ficar.

Por Caio Mesquita

17 abr 2021, 14:00

Na semana em que as principais moedas digitais bateram recordes históricos de valorização, a Bolsa de criptos Coinbase realizou um IPO histórico e até o banco Itaú anunciou a oferta de investimentos em criptomoeda, parece inegável que esta nova classe de ativos chegou definitivamente para ficar.

Não ficaria surpreso se, em breve, bancos brasileiros começarem a seguir os exemplos de seus pares internacionais e passarem a oferecer seus próprios tokens digitais como alternativa às criptomoedas disponíveis. 

No ano passado, nada menos que o JPMorgan anunciou com grande estardalhaço o lançamento do Onyx, também conhecido como JPMorgan Coin. Segundo a instituição liderada por Jamie Dimon, o token facilitará a liquidação de transferências internacionais, entre outras aplicações.

Apesar de seu logo caprichado, sou cético quanto ao futuro do Onyx no cenário competitivo das criptomoedas. Lembro apenas que o mesmo Jamie Dimon, até recentemente, era bastante vocal em classificar o bitcoin como uma fraude.

Diante do fuzuê, à imensa maioria das pessoas o assunto criptomoedas restringe-se ao bitcoin, tanto por sua histórica volatilidade de preço, como por sua formidável valorização recente.

Há ainda os mais avançados que acompanham outras moedas e os tokens mais relevantes, como o ether (ligado ao Ethereum), por exemplo.

Curiosamente, exceto por notícias aleatórias envolvendo empresas como Tesla e PayPal, poucos percebem a aplicação prática de criptomoedas ou mesmo da sua tecnologia básica conhecida como blockchain.

Começam, todavia, a surgir novos modelos de negócios baseados em blockchain e criptomoedas que propõem a total disrupção de sistemas e estruturas conhecidos, finalmente tangibilizando o potencial transformador da tecnologia.

Uma das aplicações mais revolucionárias chama-se DeFi, abreviação de “decentralized finance”, que se propõe a substituir o modelo centralizado atual de serviços financeiros ou CeFi.

A parte técnica do conceito de DeFi é densa e de difícil compreensão aos leigos, dentro os quais me incluo. 

Depois de conversar com o André Franco, nosso analista de criptomoedas e uma das maiores autoridades brasileiras do tema, caiu-me uma enorme ficha que nos ajuda a compreender o tamanho da oportunidade apresentada.

Desta forma, o convido a observar o que aconteceu nas últimas décadas com um dos mais tradicionais setores da economia, após ter sido desafiado por um novo paradigma tecnológico.

Falo das redes de televisão e rádio e veículos de imprensa, que tiveram seus negócios virados de pernas para o ar com o advento da internet a partir dos anos 1990.

Note que a internet em si seria um motivo necessário, mas não suficiente, para a disrupção, já que, por anos, empresas de mídia conseguiram transportar parte de suas audiências para os novos formatos que estavam sendo introduzidos.

Paulatinamente, porém, acontecia um fenômeno que cada vez mais desmontava o modelo tradicional de distribuição de conteúdo baseado na disseminação a partir de um ponto central.

Audiências e leitores aos poucos foram substituindo a busca por uma fonte centralizada por redes descentralizadas.

As redes sociais implodiram o status quo dominante, transformando empresas de mídia em meros espectros do que já foram há poucas décadas.

Mais recentemente, as plataformas de streaming mostraram uma outra dimensão da descentralização.

Como pai de filhos pequenos, divirto-me com a confusão que uma grade de programação causa nos pequenos que crescem consumindo conteúdos “on-demand”. 

Para as crianças, simplesmente não há sentido em ter um canal de televisão decidindo a sequência de programação. 

Voltando ao tema financeiro, criptomoedas são dinheiro na forma descentralizada, livres de autoridades monetárias e governos.

O DeFi leva o jogo um passo adiante, descentralizando serviços financeiros.

Seria então o fim dos bancos e instituições financeiras?

Obviamente que não. 

Empresas de mídia continuam existindo, três décadas depois do início da internet.

Há, porém, uma chance real de que o DeFi progressivamente ocupe um naco do espaço atualmente sob total controle das plataformas tradicionais de serviços financeiros. 

Dado o atual estágio inicial de sua adoção, o potencial de valorização das soluções DeFi é quase inédito e merece nosso acompanhamento.

Assim, para entender mais sobre criptomoedas em geral e DeFi especificamente, siga as publicações e recomendações do André Franco.

 Deixo você agora com os destaques da semana.

Um abraço e boa leitura,
Caio

P.S: Se você é Investidor Qualificado e, principalmente, se já acredita na tese do Bitcoin e das criptomoedas, clicando aqui você terá acesso ao primeiro fundo de DeFi do Brasil.

Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus

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