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LCI e LCA – Tudo que você precisa saber

Aprenda tudo sobre investimentos em LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e saiba como obter maior rentabilidade para o seu dinheiro.

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Data de publicação
15 de setembro de 2017
Categoria
Investimentos

Há uns dois anos, as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) eram uma verdadeira febre entre os investidores. Atualmente, contudo, esses títulos estão um pouco mais escassos.

A escassez é um reflexo do momento econômico. Como as letras são usadas para financiar os setores imobiliário e agrícola, com a queda na atividade, a necessidade de financiamento por parte das empresas do setor também diminuiu.

LCI e LCA são dois investimentos de renda fixa que contam com um apelo muito interessante: a isenção do Imposto de Renda para pessoa física. Esse é um dos motivos do sucesso desse tipo de aplicação.

Obviamente, há outros fatores a pôr na balança antes de decidir por colocar ou não dinheiro em um investimento.

Com frequência, você verá as letras serem mencionadas em conjunto. Isso ocorre porque ambas apresentam características bastante semelhantes.

Neste artigo, você entenderá como funcionam as duas aplicações, de que maneira elas podem contribuir para diversificar o portfólio de investimentos e como compará-las com outros títulos de renda fixa.

Também vai conhecer as vantagens e desvantagens da LCI e LCA, as diferenças entre elas e o quanto geram de rentabilidade.

Será que ainda vale a pena investir em LCI e LCA? Onde estão os melhores títulos?

Descubra a partir de agora!

O que é LCI?

A LCI ou Letra de Crédito Imobiliário é um título de renda fixa que capta recursos para o financiamento do mercado imobiliário.

Como destina verba para uma área de fundamental importância para o governo federal, conta com isenção de IR para pessoa física.

A vantagem da isenção de IR é algo que chama bastante atenção do investidor que quer dar seus primeiros passos para fora da poupança. Junte a isso, o fato de a LCI ser um investimento de baixo risco (dependendo do emissor; vamos falar sobre isso mais adiante), sem taxas e com a proteção do do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o mesmo que assegura os investimentos na poupança.

O FGC é um mecanismo mantido pelas instituições financeiras, previsto para entrar em ação em caso de quebra de um banco.

Se isso ocorrer, os recursos existentes no FGC devem bancar o saldo da aplicação do investidor em um limite de até R$ 250 mil por CPF.

Para quem está de olho em rendimento maior do que o da poupança, é bom lembrar que a LCI costuma cumprir essa função, especialmente em prazos mais longos, a partir de dois anos.

Agora, se você estiver preocupado com liquidez, ou seja, com a capacidade de resgatar o dinheiro na hora em que precisar, é preciso fazer uma análise mais cautelosa, pois não se trata de um investimento de resgate a qualquer momento.

Existem três tipos de LCI, de acordo com a taxa contratada:

  • Prefixada: com juro fixo anual;
  • Pós-fixada: percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), indicador de rentabilidade que segue de perto a taxa Selic;
  • Híbrida: com juro fixo anual mais a variação do IPCA, (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O que é LCA?

A LCA só se diferencia da LCI em um aspecto: ela destina os recursos captados para o setor agropecuário, e não para o imobiliário.

Assim como a LCI, existem três tipos de LCA:

  • Prefixada: juro fixo anual;
  • Pós-fixada: percentual do CDI, que é um índice que segue de perto a Selic e sofre total influência da taxa básica de juros;
  • Híbrida: menos comum, oferece um juro fixo anual mais a variação do IPCA.

As outras características – liquidez, isenção do Imposto de Renda, segurança, proteção do Fundo Garantidor de Créditos – seguem os mesmos parâmetros da LCI.

Vale a pena investir em LCI e LCA?

investimento em LCI e LCA faz sentido para muita gente que está de olho em aplicações de baixo risco, mais interessantes que a poupança, sem taxas e sem cobrança de IR.

O que precisa ficar claro para o investidor é que a isenção da tributação, por si só, não garante a essa aplicação um rendimento superior ao de outros títulos de renda fixa, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), por exemplo.

Por isso, sempre que considerar aplicações da mesma categoria, é preciso analisar qual delas oferece a maior rentabilidade líquida, isto é, o rendimento após os descontos de taxas e impostos.

Antes de aplicar seus recursos em títulos como LCI e LCA, que possuem um prazo mínimo para o dinheiro ficar investido, é importante verificar as suas finanças e montar um colchão de liquidez, que é aquela reserva que pode ser resgatada a qualquer emergência ou situação imprevista.

No colchão de liquidez, você deve aplicar de seis a doze meses do seu custo de vida, a fim de criar uma boa margem de segurança. Se você não faz ideia do quanto gasta mensalmente, vale a pena fazer uma boa organização das finanças e desenvolver um controle financeiro, para que possa investir com mais tranquilidade, sabendo exatamente qual percentual poderá alocar em cada tipo de aplicação.

A maior parcela da reserva de emergência deve ser aplicada em investimentos com liquidez diária e baixo risco, como títulos Tesouro Selic e fundos DI, desde que estes possuam taxa de administração baixa, não maior que 0,5% ao ano.

Depois de montar sua reserva, o excedente você poderá destinar a aplicações com prazos maiores de dois, três, quatro e cinco anos, que tendem a oferecer melhores rendimentos.

Qual o risco de investir em LCI e LCA?

LCI e LCA são duas aplicações bastante seguras, mas isso não significa que sejam isentas de risco.

Você talvez não encontre as rentabilidades mais interessantes nos grandes bancos comerciais, mas sim em bancos médios, que combinam diversidade de oferta com bons retornos.

Não se iluda com as altas taxas de retornos que uma LCI ou LCA de um banco médio possa oferecer. É preciso averiguar a saúde financeira da instituição emissora do título, do contrário você poderá assumir um risco muito maior, que é a falência do banco antes do vencimento da aplicação.

“Ah, mas nesse caso eu tenho a garantia do FGC para valores de até R$ 250 mil”. Você está correto, mas o pagamento do FGC está sujeito à disponibilidade de recursos.

Conforme o balanço patrimonial divulgado em novembro de 2016, o Fundo Garantidor de Créditos tem aproximadamente R$ 57,8 bilhões em ativos, os quais poderiam ser utilizados para socorrer investidores em caso de falência de um banco.

Além do mais, o pagamento pode demorar de três a seis meses para ser efetivado. Imagine os rendimentos que você deixaria de ganhar nesse período.

É preciso notar, porém, que o FGC só é obrigado a honrar os compromissos dentro de sua capacidade, ou seja, de recursos que dispõe como patrimônio.

Por isso, ao investir em uma LCI ou LCA, procure conhecer melhor o emissor.

Verifique se ele não está excessivamente endividado, se tem conseguido honrar os pagamentos dentro dos prazos combinados, se o balanço financeiro está positivo.

Assim, você evita surpresas desagradáveis ao longo do caminho..

Se você não sabe onde buscar essas informações ou não entende nada de balanço de empresas, saiba que a Empiricus tem um produto exclusivo que faz tudo isso por você.

Trata-se do relatório Empiricus Renda Fixa, assinado pelo analista Luiz Felippo. Em suas análises, Luiz recomenda os melhores títulos de LCI e LCA do mercado e mostra onde encontrá-los.

E não é só isso. Como o próprio nome diz, neste relatório, você encontrará uma ampla visão e análise do mercado de renda fixa, que vai muito além das LCIs e LCAs.

Como calcular o rendimento do investimento em LCI e LCA

É bem fácil de calcular o rendimento de uma LCI ou LCA.

Abaixo, veremos exemplos envolvendo os três tipos de títulos disponíveis:

Prefixada

Um título prefixado que ofereça retorno de 9% ao ano vai pagar esses juros, anualmente, até o vencimento, não importando o cenário econômico do momento. Ou seja, mesmo que a inflação dispare, mesmo que a Selic caia pela metade, mesmo que os mercados enfrentem momentos de euforia ou de depressão, o juro prefixado não se altera até o vencimento do título.

Exemplo:

Um investimento de R$ 50 mil no início de 2016 em uma LCA/LCI que pagava 10% ao ano rendeu, até o fim daquele ano, exatamente 10%, ou seja, R$ 5 mil.

Como não há taxas nem tributação, o resultado final foi de R$ 55 mil.

Pós-fixada

A rentabilidade pós-fixada é a mais comum entre as oferecidas em LCI e LCA. Ela acompanha a variação da Selic, a taxa básica de juros.

Vale lembrar que a Selic é definida pelo Banco Central para regular a economia, ora freando a inflação, ora estimulando o crédito.

Assim, se a inflação dispara e a Selic sobe para domá-la, o rendimento pós-fixado a acompanha, já que o CDI segue de perto a taxa básica. O contrário também acontece.

Exemplo:

Um investimento de R$ 50 mil no início de 2016 em uma LCA/LCI que pagou 90% do CDI rendeu 12,51% até o fim daquele ano.

Como não há taxas nem tributação, o resultado final foi de R$ 56.257,79.

Híbrida

A rentabilidade híbrida é um pouco menos comum do que as duas anteriores.

Ela oferece uma segurança para o investidor no longo prazo, já que o ajuda a se blindar da inflação e projeta o seu retorno real, já descontando a depreciação do dinheiro por conta da elevação dos preços.

Para o longo prazo, pode ser interessante para garantir que uma elevação do IPCA não castigue os seus rendimentos.

Exemplo:

Um investimento de R$ 50 mil no início de 2016 em uma LCA/LCI que pagou 6% mais o IPCA rendeu 12,29% até o fim daquele ano.

Como não há taxas nem tributação, o resultado final foi de R$ 56.145.

Como podemos ver, a rentabilidade líquida de uma LCI/LCA é muito fácil de calcular.

Mas, para ir além nesse cálculo, é preciso considerar a inflação do período, já que o que vale mesmo é o ganho real, aquele percentual que ultrapassa a inflação, que corrói o poder de compra.

Nesse sentido, especialmente no longo prazo, títulos híbridos, que consideram a inflação já no rendimento, são interessantes para a blindagem e a garantia de um rendimento real projetável no momento da aplicação.

E se você quiser fazer simulações de rentabilidade, pode usar a Calculadora do Cidadão, ferramenta gratuita oferecida pelo Banco Central.

Como escolher o melhor investimento em LCI e LCA

O melhor investimento em LCI e LCA é aquele que conjuga dois fatores: boa rentabilidade e solidez da instituição emissora.

Como já vimos, nem sempre essa equação fecha.

Normalmente, os rendimentos mais elevados são oferecidos pelos menores bancos, que precisam premiar o investidor pelo seu risco.

Então, como escolher, de fato, o melhor investimento?

É preciso analisar com cuidado as opções do mercado, estudar a fundo  as instituições que as oferecem, analisar os últimos dados financeiros desses bancos e, dessa triagem de baixo risco, escolher aqueles que oferecem os melhores retornos.

Parece complicado? E é.

Por isso, a Empiricus tem um acompanhamento desses títulos e oferece análises e indicações dos melhores investimentos, tanto de LCI/LCA quanto de alternativas de renda fixa que também aliam segurança e rentabilidade.

Como funciona a tributação de LCI e LCA

A tributação de LCI e LCA não deve preocupar o investidor.

Essas aplicações estão isentas de IR para pessoa física, não importando o prazo de vencimento.

Já o CDB e outras modalidades de renda fixa pagam de 22,5% a 15%, dependendo do tempo de aplicação, de menos de 180 dias a mais de 720 dias.

Há ainda um outro tributo que deve ser considerado nessa pesquisa, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele tem uma alíquota altíssima (que parte de 96% sobre o rendimento) para aplicações inferiores a 30 dias.

Só que isso não deve ser considerado um grande entrave, já que o imposto incide sobre operações inferiores a 30 dias e você não deve encontrar títulos de LCI e LCA com vencimento antes disso.

Os prazos começam a partir de três meses, e os melhores retornos ficam para os títulos mais longos.

Comparativo de LCI e LCA com demais investimentos em renda fixa

O investimento em LCI e LCA sempre deve ser comparado a outras alternativas de renda fixa.

Algumas das principais alternativas são:

Títulos do Tesouro Direto: oferecem a maior segurança do mercado financeiro nacional e possuem rendimentos prefixados, pós-fixados e híbridos.

Diferenças: pagam IR (22,5% a 15% da valorização), taxa de custódia (0,3% ao ano do total investido) e, em alguns casos, taxa extra cobrada pela  corretora ou pelo banco.

Fundo DI: oferece um rendimento que persegue o CDI, ou seja, fica próximo da taxa Selic. É uma aplicação bem mais líquida do que LCI/LCA, com resgate a qualquer momento.

Diferenças: paga IOF para prazos inferiores a 30 dias, tem incidência do come-cotas (antecipação do recolhimento do IR, a cada seis meses) e taxa de administração.

Poupança: é um investimento que você deve evitar. Mesmo aquele valor pequeno, para despesas do mês, pode ser mais valorizado em outras aplicações.

Diferenças: remuneração uma vez por mês, liquidez diária, maior facilidade de aplicação, rendimento inferior.

CDB: tem rendimentos normalmente semelhantes aos dos títulos de LCI/LCA.

Diferenças: sofre incidência de IOF (para períodos de aplicação inferiores a 30 dias) e de IR (22,5% a 15% da valorização).

Para comparar o retorno de um CDB com o de uma LCI ou LCA, basta fazer o cálculo abaixo:

Taxa CDB = Taxa LCI / (1 – IR)

Por exemplo, se quiser saber qual seria o rendimento de um CDB compatível com uma LCI que pague 93% do CDI em seis meses, você faria a conta da seguinte forma:

Taxa CDB (prazo até 180 dias) = 93 / (1 – 0,225)

Taxa CDB (prazo até 180 dias) = 120

O 0,225 equivale ao IR de 22,5% cobrado sobre aplicações de até 180 dias.

Logo, uma LCI que rende 93% do CDI equivale a um CDB que pague 120% do CDI, no prazo de 180 dias.

Lembrando que essa regra de bolso dá um resultado aproximado, e não exato.

Prazo pesa na escolha

Uma questão que você deve levar em conta no seu investimento e na comparação das melhores opções de renda fixa é o prazo.

É que as perspectivas de rentabilidade mudam muito ao longo do tempo.

Quem pode deixar o dinheiro aplicado por quatro anos, por exemplo, tende a obter taxa de retorno bastante superior do que quem pode aplicar por no máximo três meses.

 

Conclusão

Como vimos, a LCI e a LCA são bons investimentos de renda fixa, que devem figurar no radar do investidor.

Se você está dando seus primeiros passos em investimentos, comece essa jornada com uma boa análise das suas finanças atuais.

Esse diagnóstico deve mostrar quanto você tem de fato sobrando, quanto você pode investir e por quanto tempo.

Para isso, você deve calcular todas as suas despesas mensais e multiplicá-las por seis.

Esse valor é indicado para formar o seu colchão de liquidez, aquela reserva de emergência que serve para o resgate rápido e a solução de um imprevisto ou evento extraordinário.

Nesse colchão, além da LCI/LCA, mire as seguintes opções de investimento:

  • Títulos Tesouro Selic (que não sofrem marcação a mercado, ou seja, não são passíveis de flutuação em seu valor);
  • Fundos DI (que perseguem a variação do CDI e podem ser resgatados a qualquer momento);
  • CDB com liquidez diária (alternativa de renda fixa semelhante à LCI/LCA, com a diferença de que paga IR e IOF).

Só depois de feita essa reserva é que você deve vislumbrar retornos mais interessantes.

A partir daí, você pode investir considerando diferentes vencimentos, como um ano, dois anos e quatro ou cinco anos, por exemplo.

Em busca dessas rentabilidades superiores na renda fixa, é bom ficar de olho em CDBs e LCIs/LCAs de longo prazo.

Mas não dá para ignorar a renda variável, que oferece excelente potencial para quem mira o longo prazo e tolera flutuação no dia a dia.

Você pode iniciar, por exemplo, por um fundo de investimentos multimercados ou de ações e, aos poucos, começar a aplicar no mercado à vista da Bolsa de Valores.

Para isso, porém, é importante destinar inicialmente uma parcela bem pequena do seu portfólio, como 10%.

Depois, ao longo de sua jornada de conhecimento sobre investimentos, você vai dando passos mais certeiros em direção a um universo que valoriza mais o seu dinheiro.