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Circuit breaker: saiba como funciona e quando esse mecanismo já foi acionado

O circuit breaker é um mecanismo que interrompe as negociações do mercado em momentos de grandes quedas. Saiba mais sobre como o circuit breaker funciona.

Por Equipe Empiricus

31 de janeiro de 2023, 23:45

Na Bolsa de Valores há momentos de queda acentuada no preço das ações por conta de um pânico generalizado no mercado. Nessas ocasiões é acionado o circuit breaker.

A principal finalidade do circuit breaker é prevenir os investidores de uma queda muito abrupta em um único dia, pois quando acionado, a sessão é interrompida.

O que é o circuit  breaker?

O circuit breaker é um mecanismo que pode ser acionado na Bolsa de Valores em momentos nos quais o volume de vendas é tão grande que pressiona o preço dos ativos muito para baixo, gerando enormes prejuízos para os investidores.

Assim sendo, o intuito do mecanismo é evitar esses prejuízos. Pois, normalmente ele é acionado em períodos de grandes turbulências como o início de uma guerra, uma pandemia, ou uma crise mundial anunciada.

Através de critérios pré-estabelecidos há uma paralisação do pregão por um tempo determinado. Na Bolsa de Valores (B3) de São Paulo, um dos critérios para o acionamento do mecanismo é a desvalorização do Ibovespa em 10% em relação ao fechamento anterior.

Como o circuit braker funciona?

Conforme dissemos, esse mecanismo funciona com critérios pré-estabelecidos. Dessa forma, se o Ibovespa atingir o limite de baixa de 10% em comparação ao dia anterior, as negociações são interrompidas por meia hora.

Logo que o pregão é reaberto, se as oscilações forem negativas de até 15%, então há uma nova interrupção, dessa vez por uma hora. Se na reabertura houver uma queda de 20% então há a suspensão dos negócios por prazo a ser definido pela Bolsa.

Nessa última hipótese, a decisão é comunicada ao mercado, no entanto, na última meia hora de pregão, as negociações acontecerão de toda forma.

Por que o circuit breaker existe?

Esse mecanismo é acionado a fim de rebalancear as ordens de compra e venda, visto que estão desequilibrados, com as vendas muito acima das compras.

Esse desequilíbrio acontece por conta de situações nas quais o mercado passa a ter pavor do que acontecerá no futuro e procura vender suas ações transferindo o capital para ativos mais seguros até a normalização da situação.

Por exemplo, no início da pandemia de Covid-19 houve um grande medo do que poderia acontecer com as empresas por conta das restrições impostas pelos governos.

Os investidores receosos, procuraram vender as suas participações para alocar o dinheiro em ativos de renda fixa até a normalização do cenário.

Isso vira um efeito dominó, ou seja, as pessoas vão vendendo, o preço vai caindo em um verdadeiro espiral, até que o mecanismo é acionado.

A ideia, portanto, é paralisar as atividades para evitar que mais negócios sejam feitos tomados pelo impulso ou medo que geralmente acontecem nessas situações.

Em quais ocasiões o mecanismo de circuit breaker foi acionado?

O primeiro circuit breaker aconteceu em 1997. Na época alguns países asiáticos passaram por uma grande crise financeira, levando a uma queda acentuada na bolsa de Hong Kong.

Entre o fim de outubro e início de novembro houveram três ocasiões de acionamento. Em 1998, um ano depois, a Rússia decretou moratória, colocando o mercado em alerta.

O acontecimento também refletiu na Bolsa de Valores de São Paulo, que teve cinco paralisações entre os meses de agosto e setembro.

Em 1999, o ano começou com grande tensão no Brasil com especulações sobre as mudanças no regime cambial.

Por conta dessa mudança, o Banco Central teve que negociar dólares no mercado futuro, resultando em queda do preço das ações, o que levou ao acionamento do mecanismo nos dias 13 e 14 de janeiro daquele ano.

Em 2008 o mundo sofreu com uma das maiores crises mundiais, conhecida como crise dos subprimes. Entre os meses de setembro e outubro o circuit breaker foi acionado seis vezes no Brasil.

Após um grande período de estabilidade, o mecanismo foi acionado novamente em 2017 quando um áudio entre Joesley Batista, dono da JBS, e o presidente Michel Temer foi divulgado.

Por fim, o último circuit breaker foi acionado em março de 2020 por conta da preocupação com o desenrolar da pandemia de Covid-19 que assolou o mundo.

O que acontece após um circuit breaker?

Por se tratar de ocasiões de grandes turbulências, o que se vê é que elas não duram para sempre e o tempo de crise varia muito de acordo com a intensidade da própria crise.

Geralmente, passado o período de sustos, os investidores voltam a sentir confiança no mercado, e começam novamente a dar início a uma onda compradora.

Pessoas com mais controle emocional se beneficiam de tempos de venda descontrolada de ações, uma vez que com foco no longo prazo aproveitam a queda para aumentar a sua participação em algumas companhias.

Entretanto, é preciso destacar que tal atitude é acompanhada de uma grande análise fundamentalista, uma vez que nem todas as empresas listadas na Bolsa saem fortalecidas depois de uma grande crise.

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