A roupa perfeita: como lucrar com o (novo) mercado da moda

Nos últimos dias, o mercado varejista de moda superaqueceu: a Arezzo (ARZZ3) fez uma proposta de aquisição à Hering (HGTX3), que foi comprada posteriormente pelo Grupo Soma (SOMA3); enquanto a Lojas Renner (LREN3) anunciou um follow-on (vai emitir mais ações, para captar dinheiro) com o propósito de investir na sua plataforma de e-commerce e realizar aquisições — muito provavelmente, começando pela Dafiti.

Como ganhar dinheiro no meio dessa movimentação toda? Primeiro, ficando por dentro dos detalhes do que está acontecendo.

Disputa pela Hering (HGTX3): Arezzo (ARZZ3) vs. Grupo Soma (SOMA3)

A proposta da Arezzo foi comprar o controle da Hering com 20% de prêmio em relação ao valor das suas ações (HGTX3). Só que o Conselho de Administração desta, por sua vez, recusou a oferta por achar que o preço estava abaixo do aceitável.

Então, o mercado achava que a Arezzo não desistiria da aquisição e, sim, colocaria mais dinheiro na mesa para terminar o que começou. Diante dessa possibilidade, as ações da Hering (HGTX3) valorizaram muito em apenas dois dias:

Após o anúncio da oferta da Arezzo, Hering (HGTX3) se valorizou 36,67%

Em seu portfólio, a Arezzo&Co já possui diversas marcas, como Reserva e Vans, sendo uma “house of brands”, ou seja, uma consolidadora do seu mercado. A mira sobre a Hering, portanto, consistiu apenas numa continuidade da estratégia da Arezzo.

A sinergia entre ambas, no entanto, seria especial: enquanto a Arezzo possui uma ótima capacidade de gestão e presença online relevante, a Hering é uma marca muito forte (centenária, aliás), com um bom modelo de franquias e caixa líquido (sem dívidas).

Mas houve uma reviravolta nessa história: os planos da Arezzo voaram pela janela quando o Grupo Soma (SOMA3), dona das marcas de vestuário Farm e Animale, deu uma bela atravessada na Arezzo e fechou um acordo para a compra da Hering por R$ 5,2 bilhões (que serão pagos com dinheiro e com ações da própria compradora).

Tudo isso foi informado em fato relevante pelas duas companhias, mas essa operação ainda precisa ser aprovada por acionistas e órgãos reguladores.

A notícia causou uma reação inicial ambivalente no mercado: as ações do Grupo Soma (SOMA3) caíram cerca de 10%, enquanto as ações da Hering (HGTX3) subiram mais de 25%.

Porém, no meio de tudo isso, não podemos nos esquecer que a Arezzo possui recursos em mãos e, agora mais do nunca, deve estar procurando um novo alvo.

Lojas Renner (LREN3): C&A (CEAB3) vs. Dafiti

Partindo para a Lojas Renner (LREN3), a expectativa da empresa é conseguir captar R$ 6,5 bilhões com seu follow-on e, como dito, investir esse dinheiro na sua frente digital e na expansão inorgânica.

As especulações rolaram soltas no mercado, porque a diretoria da Renner descartou, em um primeiro momento, que já tinha um alvo definido para comprar. Assim, empresas como Dafiti, Marisa e Riachuelo foram colocadas em análise nos últimos dias, com certa preferência para a varejista C&A (CEAB3).

Isso porque existe uma sinergia muito forte entre os diferenciais da Lojas Renner (gestão eficiente, marca reconhecida como premium e presença nacional) e da C&A (marca amplamente conhecida e caixa líquido).

Além disso, os proprietários da C&A já tinham manifestado a intenção de se desfazerem das operações no Brasil.

No entanto, ganhou força a hipótese de que o alvo da Renner seria a Dafiti (o que foi noticiado pelo Estadão) por conta de dois fatores:

1. A aquisição da C&A, concorrente direta da Lojas Renner, poderia desdobrar-se de um jeito problemático com órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), pelo fato do movimento dificultar a concorrência nesse mercado;

2. Já a Dafiti é capaz de proporcionar mais diversificação ao portfólio de produtos da Lojas Renner do que a C&A.

Ainda assim, a venda não foi concretizada ainda, como aconteceu com a Hering (HGTX3) e o Grupo Soma (SOMA3), ou seja, a Dafiti continua disponível no mercado com um valuation de R$ 10 bilhões.

Precisamos aguardar cenas dos próximos capítulos, mas, enquanto isso, devemos refletir sobre dois pontos cruciais:

1. Por que tudo isso está acontecendo justamente agora?

2. O que comprar para fazer dinheiro?

A boa notícia é que você não precisa gastar um segundo investigando essas questões, já que Max Bohm tem a resposta de ambas.

O ponto de partida para as possíveis consolidações

A pandemia do novo coronavírus abalou diversos setores da economia, mas alguns sofreram muito mais do que outros, como o de shopping centers e de varejo, ambos intimamente relacionados.

No último ano, quase não havia pessoas para frequentar e consumir nos estabelecimentos, praticamente extinguindo a fonte de receita das companhias e forçando contramedidas rápidas e eficientes por parte das empresas.

Só que nem todas conseguiram se salvar.

As lojas satélites foram as principais vítimas, falecendo em massa por não fazerem parte de redes de varejo que as sustentassem. Por outro lado, as lojas âncoras saíram dessa tempestade mais fortes e presentes do que nunca.

Isso acontece porque as lojas âncoras, ou seja, unidades de grandes marcas do varejo, possuíam caixa financeiro para enfrentar a redução drástica de demanda, assim como poder de barganha para conseguir acesso à linhas de crédito.

Além de serem sobreviventes de um mercado arrasado pela pandemia (o que concentra as demandas), a Arezzo e a Lojas Renner se deparam com uma situação especial: os valores de mercado da Hering (HGTX) e da Dafiti são mais atrativos devido ao impacto da crise.

Por adotarem uma estratégia de fusões e aquisições, as duas primeiras marcas enxergavam oportunidades convidativas nas rivais e, bom… isso é unir o útil ao agradável.

No entanto, como vimos, a Hering saiu da jogada com o rápido movimento do Grupo Soma, ao passo em que a Lojas Renner ainda não atacou a Dafiti. Além disso, a Arezzo continua caçando uma empresa para incorporar, com a C&A — dotada dos seus prós e o fato dos sócios holandeses quererem se retirar do país — pode ser uma boa pedida.

A ação perfeita para vestir a camisa e ganhar dinheiro no mercado da moda

Para Max Bohm, que lidera a série As Melhores Ações da Bolsa (saiba mais aqui), a ação certeira para incluir no seu portfólio e aproveitar os movimentos do mercado da moda é Lojas Renner (LREN3).

Podemos destacar, entre os motivos que favorecem LREN3, que a companhia aproveitou o tempo na geladeira em 2020 para que sua volta fosse firme: preservou caixa, aprimorou seu e-commerce e desenvolveu uma estrutura omnichannel, ou seja, que integra a experiência física e digital dos clientes.

Isso significa, em outras palavras, que Lojas Renner está confortável financeiramente para retomar suas operações com tudo e vai surfar tanto no aumento estrutural de e-commerce que acontece no país, quanto no ganho de mercado com a expansão de lojas físicas.

Além disso, comentamos na seção anterior que Hering e Dafiti estão com preços em patamares convidativos por conta da crise, mas elas não foram as únicas impactadas. Enquanto as ações da Arezzo se recuperaram da sua queda, Lojas Renner ainda não voltou ao que era antes (de R$ 50, caiu para R$ 30 e, agora, é negociada por cerca de R$ 40).

Por fim, a potencial aquisição da Dafiti pode destravar valor para ambos os players e, no longo prazo, otimizar ainda mais as operações das empresas, principalmente a frente digital (leia-se mais dinheiro no bolso de quem comprar LREN3 com antecedência).

Todos esses fatores contribuem para que as ações da Lojas Renner (LREN3) sejam mais atrativas do que seus pares de mercado. Não que Arezzo, Hering, e C&A (a Dafiti não é listada na Bolsa) não tenham seus charmes, mas apenas LREN3 é recomendada no seleto portfólio sugerido por Max Bohm em As Melhores Ações da Bolsa.

E por falar na série do Max, LREN3 é apenas uma das sugestões que ele faz para os seus assinantes multiplicarem seus patrimônios (há outras 18 igualmente relevantes). Se você quiser olhar a lista completa das ações, suas teses e ter plantões de dúvidas exclusivos por sete dias gratuitos, este é o caminho.