O analista Vinícius Bazan está em Dubai para participar de dois megaeventos sobre criptomoedas, considerados os mais relevantes do mundo.
Ele, que lidera o Departamento de Criptoativos da Empiricus, tem intenção de captar inovações no World Blockchain Summit (WBS 2022) e na Binance Blockchain Week.
Essa viagem é uma grande oportunidade para entrar em contato com expoentes na área como grandes investidores, gestores de fundos de investimento, representantes de exchanges e especialistas em blockchain.
“Meu objetivo é descobrir criptomoedas pequenas, ainda em estágio inicial, com alto potencial de valorização”, conta Bazan.
No WBS 2022, organizado pela Trescon, empresa de consultoria e eventos especializada em negócios globais, estão confirmadas as presenças de grandes nomes como Faryar Shirzad, chief police officer da corretora Coinbase; Ben Goertzel, CEO da SingularityNet; Marwan Alzarouni, CEO do Dubai Blockchain Center e Austin Alexander, VP da Kraken Asset Exchange.
Já na Binance Blockchain Week, conduzida pela maior exchange de cripto do mundo, contará com a participação de seu Changpeng Zhao, seu CEO; Antonio Saaranen, CSO da Qtum Foundation e Bruce Pon, fundador do protocolo Ocean, entre outros
Acompanhe aqui os principais pontos da conversa que eu tive com Bazan sobre a viagem à Dubai:
Por que os dois megaeventos mundiais de criptoativos acontecem em Dubai?
Vinícius Bazan: Esses dois grandes eventos acontecem no momento em que Dubai, cidade com localização estratégica entre Ásia e Ocidente, deve se tornar um polo de criptoativos. A região caminha, cada vez mais, para a regulação e tem aberto as portas para o desenvolvimento de empresas e do mercado.
Assim, a ideia desses eventos é justamente facilitar a conexão entre empresários, desenvolvedores de projetos e investidores.
Por que os nomes dos eventos trazem ‘blockchain’? O que deve ser discutido em relação à tecnologia altamente transformadora?
Vinícius Bazan: Normalmente, os eventos costumam trazer mais o nome blockchain e menos, criptomoedas. Isso porque, na verdade, blockchain é um tema amplo, que ampara todo o desenvolvimento desse mercado.
Na pauta, estarão NFTs (non-fungible tokens ou tokens não fungíveis), metaverso, Defi (finanças descentralizadas) e contratos inteligentes.
Então, blockchain é toda a infraestrutura que possibilita novas soluções, porém, os encontros também terão debates sobre criptoativos, que derivam desses projetos.
Qual é o objetivo da Empiricus ao participar desses eventos em Dubai? Você está procurando criptoativos ainda em fase embrionária com alto potencial?
Vinícius Bazan: O intuito da Empiricus é estar por dentro do que acontece nesse mercado, que é global. Seria ruim se a gente ficasse só dentro de casa olhando o que está acontecendo lá fora. Nós sempre viajamos para nos conectar com os principais agentes.
A gente gosta de ir direto na fonte e buscar informações sobre novos projetos. É quase inevitável quase não se deparar com ativos de alto potencial nesses encontros onde as novidades costumam ser antecipadas. Estamos aqui para pegar notícias quentes.
Qual é a vantagem de investir em criptos em fase inicial? O que analisar para escolher as melhores?
Vinícius Bazan: Queremos achar outros bitcoins, ou seja, projetos que possam ter o mesmo perfil de crescimento que os ativos mais consolidados já tiveram. Claro que ainda dá para ter retornos com Bitcoin e com Ether, mas os investidores podem pegar projetos ainda embrionários para surfar uma onda maior de valorização. É isso o que a gente busca com o que chamamos de Incubadora Cripto, aqui na Empiricus.
Quando você investe em uma microcoin, isto é, em um projeto que está começando, ainda que corra mais risco – o que tem que ficar muito claro – há possibilidade de um upside muito maior por outro lado.
Nossa forma de analisar microcoins é justamente conseguir achar ativos ainda fora do radar da maioria, compreender as tecnologias que envolvem os projetos, se elas fazem sentido e resolvem problemas reais.
Procuramos propostas diferentes, inovadoras. Por isso, é bom estar aqui em Dubai e poder conversar presencialmente com os desenvolvedores e empresários.
Eu sempre digo que investir em microcoins é um processo semelhante ao de investir em startups, empresas em estágio inicial. Da mesma forma, o ideal é diversificar, fazer pequenos aportes em projetos diferentes. Daí você precisa que apenas uma aposta dê certo, já compensará todo o resto. Se mais de uma aposta for bem ao longo do tempo, melhor ainda.
O que os investidores devem fazer nesse período conturbado de guerra entre Rússia e Ucrânia, alta nas taxas de juros e incertezas no mercado? Temos visto um movimento de aversão ao risco. Então, o que considerar ao investir em criptomoedas?
Vinícius Bazan: Em qualquer cenário, seja ele positivo ou negativo, os investidores têm que considerar que a fatia de investimentos em criptos precisa ser pequena. Afinal, trata-se de uma classe de ativos que carrega mais riscos.
No momento, é importante ter mais cautela, no sentido de não mergulhar de cabeça no mercado de criptoativos. Sempre existe o benefício de fazer pequenos aportes ao longo do tempo.
Apesar de falarem tanto no momento mais complexo do mercado, é justamente nessas ocasiões que há oportunidade para comprar ativos mais baratos. Além disso, o ecossistema de novos projetos segue aquecido.
No entanto, os investidores devem ter em mente que o tempo de maturação dos projetos costuma ser extenso.
Aqui na Empiricus ressaltamos que o ideal é respeitar uma alocação máxima em criptoativos de 5% do patrimônio. Para aqueles investidores que têm perfis mais conservadores, uma fatia de apenas 1% ou 2% está de bom tamanho.
Tem que ser algo que não machuque a carteira como um todo, se esse negócio virar pra baixo.
Portanto, é preciso diversificar, compreender os riscos, entender os impactos que as criptos podem gerar nos investimentos como um todo.
O Facebook mudou o nome para Meta no fim do ano passado e, há pouco dias, anunciou que o Instagram terá NFTs? Estamos migrando para um mundo cada vez mais digital e dotado de ativos digitais?
Vinícius Bazan: Para mim, esse é um processo muito natural. Se você pensar, por volta dos anos 2000 as pessoas passaram a se relacionar mais com a internet e, antes disso, não era assim. Esse movimento é muito parecido com o atual.
As pessoas começam a se relacionar cada vez mais com essa ideia do metaverso, que permeia cripto também, que é essa ideia de da propriedade digital, de uma vida digital num ambiente virtual.
Eu sempre falo que é uma questão geracional. O metaverso não é um espaço, mas sim um momento no tempo em que se dá mais valor à vida digital do que a offline. É só ver o quanto a pandemia acelerou a conexão entre as pessoas e o uso de ferramentas por vídeo. É um caminho sem volta, os jovens estão mergulhando fortemente. E as empresas vão seguir porque precisam se manter conectadas aos clientes.
Cripto pode aproveitar esse movimento justamente por criar uma maneira de você ter propriedade digital, que é a ideia dos NFTs, de conseguir provar que mesmo em um ambiente onde tudo pode ser replicado e o “copy/paste” rola solto, é possível dar autenticidade às coisas
Como será a transmissão que você fará no dia 28 de março, às 19h? Você irá revelar uma microcoin promissora?
Vinícius Bazan: Eu pretendo dar um apanhado sobre as novidades dos eventos de Dubai e as tendências em criptoativos e blockchain.
Nós já acompanhamos o mercado de microcoins, então, vamos validar essa nossa tese e recomendar um ativo.