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As preocupações de Felipe Miranda: seria o ‘Fim do Brasil II’?

Em live no Instagram o CIO da Empiricus Research, Felipe Miranda, compartilhou suas dúvidas sobre o futuro do Brasil

Por Maisa Leme

23 jan 2025, 16:31 - atualizado em 23 jan 2025, 16:31

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Imagem: iStock.com/mirza kadic

Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, disse que a possível desaceleração do Brasil e suas consequências o preocupam. Ainda, ele trouxe suas considerações sobre a ação do governo conforme o cenário de 2025. 

Um sinal amarelo: inflação e desemprego

Para Felipe Miranda, o índice de miséria (resultado entre inflação e taxa de desemprego) está contratado. Segundo o CIO, isso ocorrerá pois a inflação será perto de 6% e o nível de pessoas sem emprego irá aumentar. Ainda, dados recentes da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC) apontam que a popularidade do presidente Lula caiu. 

“[A queda da popularidade] deveria ser um sinal amarelo, mas na minha visão ainda vai se acender um sinal vermelho. Os bancos estão colocando o pé no freio em relação ao crescimento da carteira de crédito. A situação está ruim”, diz Miranda. 

O medo de Felipe Miranda com o sudden stop brasileiro 

O CIO cita a ideia do economista argentino-americano Guillermo Calvo sobre “sudden stop” (interrupção súbita) para mercados emergentes. Comumente, é deduzido que essa interrupção é algo linear e gradual, mas ela anda em saltos aleatórios, súbitos e grandes. 

Segundo Miranda, o Brasil está contratando uma grande desaceleração e seu maior medo é uma reação populista do governo e, com isso, mais gastos fiscais. Pois, se for o caso, a demanda agregada cresce mais que a oferta levando ao aumento da inflação.

“[Se o governo] não entende o recado e continua estimulando a demanda, aumenta a inflação e o débito na conta corrente. Depois, o Banco Central coloca a inflação a 20% e esse é o perigo, para mim” explica o CIO.

‘Não dá para dar um tiro no escuro’, diz CIO da Empiricus Research

Outra preocupação de Miranda, é o que ele aponta ser algo clássico quando um governo começa a se perder: os institutos de pesquisa oficiais começam a se corromper. Ele explica que, apesar de não ser possível saber exatamente o que acontece dentro do IBGE, essa possível rebelião é ruim. 

“Eu não gosto desse ruído do IBGE, se não tem um dado confiável, não dá para investir pois não sabe o que está acontecendo. Não dá para dar um tiro no escuro”, afirma Miranda.

Fim do Brasil II?

Miranda acredita que o Brasil está prestes a um grande recomeço, mas que o verdadeiro “fim” será em 2026. 

“Se a gente entrar em um outro ciclo político ruim, acho que de fato o Brasil entra em uma trajetória perigosa, porque correríamos o risco da elite de fato desistir do país, a gente iria para um caminho de uma deterioração internacional muito grande”, completa.

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Sobre o autor

Maisa Leme

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, estagia em redação no site da Empiricus.