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Investimentos

Assaí (ASAI3) traz novas melhorias na governança corporativa; confira quais

O Assaí vem passando desde o ano passado por mudanças profundas na sua base acionária e conselho de administração, consideradas positivas.

Por Henrique Cavalcante

5 de abril de 2024, 09:14

Assai ASAI3

Desde o início do último ano, o Assaí (ASAI3) passou por mudanças profundas na sua base acionária e conselho de administração, que consideramos positivas para a companhia por ter gerado uma governança corporativa mais robusta. 

Fonte: Assaí

No final de junho de 2023, o Casino, antigo acionista controlador do Assaí, zerou sua participação e a companhia tornou seu capital 100% pulverizado, ou seja, sem a figura de um acionista controlador. Alguns meses depois, o conselho de administração também foi renovado, sendo formado por Belmiro Gomes, CEO do Assaí, e oito membros independentes com vasta experiência de mercado. 

Na tese de investimentos, destacamos esse movimento como positivo, devido à elevação no nível de governança corporativa. Apesar de ter contribuído diretamente para o crescimento do Assaí, sendo acionista controlador por 16 anos, o grupo Casino tem um histórico controverso em outras companhias

Entretanto, em termos de governança, sempre há espaço para melhorias.

Mudança na remuneração de diretores e conselheiros

Na última semana, a administração apresentou a proposta de remuneração para diretores e conselheiros do Assaí.

Esse era um tema bastante aguardado pelo mercado, após a proposta de 2023 ter sido rejeitada pelos acionistas em sua primeira versão.

Na época, as motivações foram o aumento significativo da remuneração total da diretoria, além da baixa participação de incentivos de longo prazo (ILP) no todo. Na sequência, a companhia apresentou um novo modelo de remuneração, mais alinhado. 

Ter uma parte significativa da remuneração baseada no desempenho de longo prazo é fundamental para que os executivos tomem decisões olhando para o futuro da empresa e alinhadas com os interesses dos acionistas. Além de evitar o “curto prazismo”, também os incentivam a permanecer na empresa por um período mais longo. 

Nessa linha, o Assaí adicionou na proposta de 2024 componentes que possuem como objetivo reter seus executivos, estimular e remunerar performance de longo prazo e alinhar ainda mais os seus interesses com os dos acionistas.

A proposta será votada na próxima reunião anual de acionistas, marcada para o dia 26 de abril.

Como exemplo, os planos de incentivos de longo prazo para diretores com base na cessão de ações, na proposta atual tem 70% das ações vinculadas a performance de longo prazo (no modelo atual, apenas 50%), atrelada a indicadores como fluxo de caixa operacional e ROIC gerado no período.

Para terem acesso a essa remuneração, os diretores precisam aguardar um prazo de 3 anos e, no caso do CEO, de até 5 anos.

Incentivos de curto prazo do Assaí também melhoraram

Vimos melhorias também nos incentivos de curto prazo, que agora tem como condição necessária o atingimento de 80% da meta de Ebitda da companhia para desencadear o pagamento. Além disso, a remuneração do conselho de administração, que são conselheiros e não executivos no dia a dia da operação, se tornou 100% fixa. 

Fonte: Assaí

Por fim, além das boas perspectivas operacionais para a atacadista, a potencial melhoria da governança corporativa reforça nossa visão positiva para as ações do Assaí (ASAI3), que continuam sendo recomendadas pela Empiricus Research.

Sobre o autor

Henrique Cavalcante

Formado em Economia com ênfase em Finanças Corporativas, Henrique Cavalcante atua como Analista de Ações na Empiricus, cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Integra a equipe que comanda a Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.