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Reunião do Copom: “Aumento de 1,5 ponto da Selic já é esperado, a grande expectativa é sobre a sinalização de aperto monetário adicional”, diz Felipe Miranda

Para o CIO e estrategista-chefe da Empiricus, o mercado quer saber até onde pode ir a taxa Selic. Ele comenta também sobre o movimento de baixa do dólar, que tende a conter a inflação

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Data de publicação
1 de fevereiro de 2022
Categoria
Investimentos

Começou nesta terça-feira (01/02) a reunião do Copom para definição da taxa básica de juros da economia, que será revelada amanhã. Porém, mais do que a dimensão da nova alta da Selic, o mercado está ansioso para saber sobre a sinalização que o BC dará sobre o aperto monetário adicional, ressaltou hoje Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus. 

“Essa é uma reunião importante, mas não pela decisão da Selic em si, pois não é esperado algo diferente de um aumento de 1,5 ponto percentual, levando a taxa para 10,75% a.a. A grande expectativa é sobre a sinalização para o aperto monetário adicional. Será que vamos para 12%, para 11,75%, o que será que o Copom vai indicar a esse respeito?”, comentou. 

Queda do dólar

O dólar começou o mês de fevereiro negociando abaixo de R$ 5,30. No mês passado, a moeda americana recuou 4,84% em relação ao real. 

Felipe Miranda avalia que se continuar o aumento do fluxo de recursos estrangeiros para os países emergentes, em especial para o Brasil, a cotação do dólar tende a cair cada vez mais. “O dólar pode ir para o patamar de R$ 5”, afirmou.

Nesse momento de captura de fluxo importante, o real se aprecia por conta do carry trade. “Uma moeda emergente anda ou com crescimento econômico ou com carry trade”, ressaltou. 

Em linhas gerais, carry trade é quando os investidores estrangeiros tomam dinheiro emprestado em países com juros baixos para aplicar esse capital em nações com taxas mais altas, portanto, ganhando com essa diferença. “Isso acontece quando tem rendimento aqui para pagar para quem se endivida, por exemplo, no Japão a juro zero e vem aqui nessa ‘mamata’ do paraíso do CDI. Tivemos por muito tempo uma moeda de carry e voltamos a ter agora”, explicou Felipe. 

Para ele, o movimento de depreciação do dólar tende a bater na inflação brasileira. “Essa é uma dinâmica a se observar,  pode ter desdobramentos sim, inclusive nos resultados financeiros das companhias.”

Como exemplo, ele citou a Oi (OIBR3) que tem parte das suas dívidas dolarizadas, sendo assim, pode ter diminuição do endividamento.