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Cristina Junqueira, CEO do Nubank (ROXO34): ‘Não queremos ter a menor inadimplência do mercado, queremos crescer com responsabilidade e retorno’

De acordo com a CEO, Nubank ainda vê ‘demandas reprimidas’ para atacar e busca manter toada de crescimento dos últimos anos

Por Juan Rey

30 nov 2023, 14:59 - atualizado em 30 nov 2023, 15:02

O crescimento sempre foi uma das marcas do Nubank (ROXO34) desde a sua fundação, em 2013. E, segundo a co-fundadora e CEO da fintech, Cristina Junqueira, essa continuará sendo a prioridade do banco.

“A nossa filosofia é construir uma empresa para 40 ou 50 anos. Estamos pensando muito no longo prazo”, afirmou em live de celebração dos 14 anos da Empiricus.

Hoje, o banco atende cerca de 51% da população adulta brasileira e tem um incremento mensal de clientes acima de 1,5 milhão. Segundo Cristina, a curva de crescimento na base de clientes surpreende até mesmo a gestão do Nubank.

“A gente espera essa curva de crescimento desacelerar há anos, e esse momento ainda não chegou. Enquanto tiver espaço, vamos continuar perseguindo esse crescimento, que é o testemunho de mais pessoas tendo apetite para absorver uma proposta de valor diferente do que o mercado oferece”.

De acordo com ela, alguns dos principais trunfos do Nubank são as vantagens de relacionamento e custo para os clientes, além da capacidade de execução.

“Desbravamos caminhos para muitas coisas que nunca tinham sido feitas. É uma sequência de execução de coisas muito difíceis. Vamos continuar fazendo essas coisas difíceis que a gente sempre fez”, afirmou, destacando que ainda existe muita demanda reprimida dos clientes que o banco pode atacar.

Nubank vê operações na Colômbia e no México com otimismo

Além do crescimento na base de clientes no Brasil, o banco também aposta nas operações na Colômbia e no México, em que a CEO ainda vê um grande potencial que tem sido subestimado pelos investidores do roxinho. 

“Tem muito valor para agregar em cima do que existe hoje. Estamos queimando caixa lá para crescer as operações com uma visão de que elas se tornarão muito rentáveis, que vão atender clientes onde há uma grande demanda reprimida, com oportunidade de margens e de crescer o tamanho do mercado”.

Inadimplência preocupa?

Assim como nos trimestres anteriores, o Nubank apresentou resultados surpreendentes em quase todos os quesitos no 3T23. O ROE consolidado de 21%, por exemplo, é um dos melhores do setor financeiro brasileiro.

Por outro lado, a inadimplência desagradou parte do mercado. O índice de atrasos acima de 90 dias encerrou setembro em 6,1%, alta de 4,7% na comparação anual.

Para Cristina, resolver essa questão não é a prioridade no momento. Segundo ela, a solução seria simples: “é só não dar crédito e parar de crescer”, o que não é a intenção.

“Nós sabemos conceder crédito. Não estamos no business de minimizar e ser a menor inadimplência do mercado, queremos crescer com responsabilidade e retorno interessante”, afirmou, complementando que o banco olha muito mais “para o retorno e a resiliência da carteira de crédito” e “sempre foi conservador na concessão de limite”.

Na conversa com o estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, e a analista Larissa Quaresma, Cristina Junqueira também abordou a filosofia e a cultura do Nubank, os próximos passos e as avenidas de crescimento do banco, as vantagens competitivas, e muito mais.

Veja a live completa no player abaixo: 

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br